19 de Abril de 2025 | Coimbra
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ALICE LUXO

Tertuliar – Alegria e “coisas” boas: postal gustativo ou… diário de uma tricana

5 de Novembro 2021

Novembro, tempo de castanhas e de provérbio antigo (“no dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho”) mas também de relembrar que há pequenos gestos que salvam vidas – muitas vezes nem é necessário “partilhar a nossa capa”, pode ser um simples sorriso ou uma palavra – e que cuidar do outro passa por estarmos atentos, por sabermos olhar e ver e assim, com “pequenos nadas”, repartirmos o que [não] nos pertence; é sempre bom relembrar, “os outros” somos todos e cada um de nós do outro lado do espelho.

Vivemos tempos de grandes mudanças. Um começo novo coincidente com a altura do ano em que também a Natureza se prepara para o seu descanso e a horta se começa a revestir de couves, nabos e pouco mais, o que nos leva a colocar a sopa, nas suas 1001 receitas possíveis (com feijão seco ou outros ingredientes cultivados ao longo do ano e guardados para agora serem produtos-estrela) em lugar central à Mesa da Portugalidade, a par da broa de milho e das comidas de forno que, para além de opíparo repasto, contribuem para manter a casa quente. Uma urbanidade rural ou ruralidade urbana que começa a nascer, a par dos avanços tecnológicos que nos permitem, se assim quisermos, melhorar a qualidade de Vida na nossa Casa Comum.

Há uns tempos demos início a um projeto – Ruas da Minha Cidade – resultante de uma reflexão iniciada e que agora aqui deixamos aberta à colaboração dos nossos leitores: havendo um crescente número de visitantes e/ou turistas que procuram a nossa cidade e região para conhecer o magnífico e singular Património Material e Natural de que somos cuidadores e construtores, porque é que o mesmo não se verifica em relação às “pedras vivas”, às pessoas, que fazem e fizeram com que esse mesmo Património continue aqui à nossa disposição e a suscitar tanta curiosidade?; uma resposta aberta à colaboração do leitor, no sentido de procurarmos partilhar e fixar para memória futura a singularidade de cada pessoa que fez e faz a cidade acontecer; do maior número possível de pessoas, bem como de espaços emblemáticos que residem “apenas” na memória de alguns e que estão em sério risco de ficar para sempre perdidos: da mercearia à padaria, do fotógrafo ao cauteleiro, do pronto-a-vestir ao alfaiate e à costureira, da lavadeira ao sapateiro, da farmácia, da livraria, da manteigaria, da confeitaria,… o que sabemos nós das pessoas que nos ajudam a construir a História e a dar Vida à cidade que habitamos? Porque todos e cada um de nós somos significantes na contemporaneidade que nos habita, deixamos este novo desafio aos nossos leitores.

Novembro é um mês que nos convoca a encontrar no espaço público novas dinâmicas de sociabilidade.

Até já e… tertuliemos “coisas” boas!


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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