A Refood de Coimbra precisa de mais voluntários, sobretudo com carro, e equipamentos que lhe permitam dotar o seu Centro de Operações, que está a ser implementado nas instalações da Casa Dignidade da ADFP, na Rua do Brasil.
Este movimento chegou a Coimbra há seis anos e, desde então, não tem parado de crescer. Tem como missão resgatar comida que se encontra em perfeitas condições de consumo e que, numa situação normal, seria desperdiçada. Esta rede solidária é “100 por cento voluntária” e funciona graças à generosidade das pastelarias, cantinas e hipermercados onde dezenas de voluntários efetuam as recolhas. Depois de recolhidos, os bens são entregues às instituições, que os fazem chegar às famílias, numa rede que está implementada e que funciona todos os dias.
Mas, para além desta rede, a Refood quer também chegar diretamente às famílias que precisam de ajuda. O Centro de Operações que está a ser criado na Casa Dignidade tem precisamente essa missão. Nesta fase, o espaço está a ser preparado, faltando ainda equipamentos fundamentais ao seu funcionamento.
Representantes da União das Freguesias (UF) de Coimbra, da Refood Coimbra e da Fundação ADFP visitaram, na terça feira, este espaço e deram a conhecer o trabalho já desenvolvido. O Centro de Operações vai funcionar num espaço cedido à Refood pela Fundação ADFP e a UF de Coimbra apoiou financeiramente a realização das obras.
Os trabalhos entram agora numa segunda fase, para a qual todos apelam à generosidade da comunidade, seja de empresas, particulares e entidades diversas. “Até agora não tínhamos espaço para armazenar alimentos. Temos recolhido os bens e entregamo-los de imediato às instituições, que os fazem chegar às famílias”, explica Fernanda Jesus, co-coordenadora do núcleo de Coimbra da Refood.
No futuro, quando este espaço estiver pronto a funcionar, pretendem “continuar com essas rotas de entrega direta às instituições” mas querem ter também neste centro “a alimentação confecionada para entregar diretamente às famílias”. Para tal, precisam primeiro de equipamentos de frio (arcas e frigoríficos) e de embalagens para acondicionar e entregar os alimentos. Nessa fase, o objetivo é alargar a recolha aos restaurantes.
Neste momento, a Refood de Coimbra conta com cerca de 90 voluntários, à volta de 30 pontos de recolha de alimentos e apoia cerca de 20 instituições. As entregas são feitas diariamente e o grande desejo da Refood passa por “envolver toda a comunidade neste esforço, tirando o melhor partido do que temos na região”. Fernanda Jesus lança um apelo ao voluntariado, sobretudo com viatura própria, e explica que o ideal é que cada voluntário possa “dar, no mínimo, duas horas por semana”.
O presidente da UF de Coimbra, João Francisco Campos, reforçou também este apelo à comunidade e às empresas para que ajudem a pôr este Centro de Operações a funcionar. Destaca o “trabalho fantástico que a Refood já faz, mesmo sem espaço para acondicionar os alimentos”, e sensibiliza a comunidade – empresas e privados – para as necessidades sentidas neste momento.
“O espaço está quase concluído. É um espaço cedido pela ADFP – Casa da Dignidade, a UF fez um contributo monetário para que as obras fossem concluídas porque o espaço não estava habitável e agora falta o equipamento que é fundamental”, alerta.
João Francisco Campos considera que “é preciso dizer à cidade que ainda falta muito” e que “todas as ajudas são bem vindas”. Reforça que a “união de sinergias” é fundamental nesta área social e que todos podem dar o seu contributo para ajudar a Refood a chegar a cada vez mais pessoas que se deparam com maiores dificuldades.