Há anos houve uma geração romântica de artistas, de idealistas, de gente que quis libertar-se dos agiotas das ideias feitas, da censura, da política que chafurdava com todos aqueles que corajosamente desejavam uma verdadeira conversão de sentimentos na luta pela independência do pensamento.
E os artistas, tantos influenciaram decisivamente a arte, mesmo com a poesia agónica, e com a libertação do espírito, a transformar a sociedade numa nova humanidade, deixando o fatalismo e o devorismo dos “bufos”, à mercê do desprezo, estes agentes camuflados de polícia secreta com a hipocrisia levaram muitos companheiros às categorias inamovíveis da miséria, da angústia, nas detenções preventivas ou nos largos anos de cativeiro.
E o homem normal da cidade depois desta época romântica e problemática a ventilar a questão literária das últimas décadas numa filosofia estética e social em velhas tertúlias à mesa do café começou, de fato, a ser inventivo, a criar a sua arte com os seus livros, a sua pintura, escultura, música, a pintar, a compor, e expor o pensamento em venáculos de ciência e e humanismo num documento psicológico e moral de interesse sociológico e antropológico como se fosse uma espécie de prazer pessoal deste novo homem, de desejar elevar Coimbra, o país, numa ânsia de percorrer os caminhos do conhecimento fechados na longa noite fascista.
Surgem nomes na literatura, na arte, deixando uma porção de homens enfezados com as intrigas palacianas sempre com setas aos que ansiavam pela liberdade!
E é um homem do TEUC, a Arte de Talma com o impulso de Paulo Quintela e Mário Temido, este escreve ensaios admiráveis sobre teatro, encenação, escreve livros e as peças da dramaturgia são dissecadas em crónicas Morning become Electra e a trilogia esquiliana tem um esclarecimento pedagógico que o médico-autor, Mário Temido expressa nos seus artigos.
Edita livros depois da prisão e faz medicina e auxilia os mais pobres.
Coimbra, como o resto do país, acorda do grande sono do fascismo, da ditadura e o movimento artístico foi feito pelo próprio artista que deixou de contemplar a dialética transcendental de Hegel e o positivismo de Conte ou a razão de Kant, para passar tempo e surgem, de vez em vez, artistas de renome na nossa cidade.
A arte em Coimbra viveu momentos de grande fôlego.
Recordamos com saudade o meio fervoroso que se viveu com a Arte de Talma onde nós fomos um modesto intérprete nas nossas crónicas que escrevemos.
O artista verdadeiro é um missionário do bem e não localiza o senso universal no próprio umbigo.
A arte é uma religião de todos os crentes! Passe a comparação!