22 de Abril de 2025 | Coimbra
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Projeto Col.Eco surge na Baixa de Coimbra para mitigar impacto da pandemia

7 de Janeiro 2022

O projeto Col.Eco – Colaboração na Organização Local de Economia Eco Sustentável vai arrancar, ainda este, mês na Baixa de Coimbra. Promovido pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e pelo Gabinete de Intervenção Social e Empreendedorismo (que resulta de um protocolo entre a APBC, Observatório de Cidadania e Intervenção Social da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e Clube Jazz ao Centro), este projeto viu o seu financiamento aprovado no final de dezembro.

“Assim que tivemos conhecimento da aprovação começámos a trabalhar. O projeto já está em curso, já tive algumas reuniões e agora estamos a pedir orçamentos para o arranjo do edifício onde vai funcionar”, explica a presidente da APBC, Assunção Ataíde. Adianta que a APBC arrendou, ainda em dezembro, um edifício da Rua Adelino Veiga para acolher este projeto, um espaço que dispõe de um piso térreo destinado à exposição dos criadores e outros destinados a outras necessidades, como formação.

Ao todo, vão estar ali reunidas 15 microempresas, que vão ser apoiadas de forma abrangente, com vista à sua recuperação. “Há pessoas que estão em situação de falência, que desistiram pelo caminho ou que sofreram economicamente com a covid-19. Nós vamos ao IEFP saber de pessoas em situação de desemprego que tenham projetos pessoais para estruturar e avançar”, explica.

Estas 15 microempresas vão ser apoiadas ao longo de 18 meses, através de um plano integrado e abrangente que visa a sua estruturação ou recuperação. De acordo com a presidente da APBC, estes empresários vão receber acompanhamento e formação por técnicos especializados, que os ajudarão a dinamizarem as suas empresas.

“O objetivo deste projeto é mitigar o impacto que a pandemia teve na vida de muitas pessoas e ativar o tecido microempresarial que precisa de algum empurrão. Nós não vamos dar dinheiro a estas pessoas, vamos dar formação, vamos organizar-lhes as suas empresas e dar-lhes ferramentas para que daqui a 18 meses possam voar e ter a sua autonomia”, sublinha.

A escolha do local não foi aleatória, uma vez que a Rua Adelino Veiga era uma das que a APBC gostaria de revitalizar. Assunção Ataíde assume que está “muito entusiasmada com aquele espaço”, que está agora a ser arranjado, de forma a poder acolher os participantes. “É uma zona que precisa de vida, onde temos empresas que precisam de companhia e que precisam daquela rua com outra dinâmica. Então vai ser, no fundo, dois em um – vamos incrementar estas 15 microempresas mas vamos também incrementar a própria rua, dando um maior dinamismo à Baixa”, realça.

O piso térreo será o que terá maior visibilidade, já que é aí que irá funcionar o espaço de exposição, uma loja colaborativa, onde cada um terá o seu produto e onde poderá trabalhar diretamente com o público.

Equipa praticamente formada

Assunção Ataíde adianta que “a equipa já está praticamente formada” e acredita que “em meados de janeiro o projeto possa ser lançado para a comunidade”, de forma a que “se comece a trabalhar a sério”.

O financiamento do Col.Eco foi aprovado em dezembro pela Autoridade de Gestão do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) – Portugal Inovação Social, sendo a Câmara Municipal de Coimbra o seu investidor social. De acordo com a presidente da APBC, conta com um orçamento de 180 mil euros, colaborando a autarquia com 25 por cento deste valor.

O Col.Eco pretende ser, assim, “um espaço de mitigação do impacto que a crise económica, social e pandémica gerada pela covid-19 teve e continua a ter em vários aspetos da ordem social da Baixa de Coimbra ao nível da erradicação de micro e pequenas empresas relacionadas com serviços, comércio e pequena indústria, bem como no aumento do desemprego, especialmente dos indivíduos que se dedicam (ou dedicavam) ao comércio local, cultural e turístico”.

A sua atuação vai centrar-se em duas ações – espaço de recuperação e incubadora. A primeira vai focar-se no desenvolvimento territorial, numa perspetiva de revitalização. De acordo com os responsáveis, pretende criar um “espaço colaborativo”, que funcionará como “um espaço físico coletivo, aberto ao público para autossustentabilidade de reação imediata onde os/as empresários/as desempregados podem, desde logo, comercializar diretamente os seus produtos e serviços com as vantagens de uma loja física, sem terem que investir recursos num ponto comercial próprio”. A segunda ação assenta na criação de um espaço de incubação, que importa experiências internacionais e que, entre outros, aposta na capacitação individual.

“A Col.Eco baseia-se na emancipação económica como um fator chave para travar o ciclo de pobreza. É uma iniciativa de base colaborativa que aposta no reforço das competências como travão da espiral descendente de precariedade e desânimo. Baseia-se, igualmente, na complementaridade entre academia, instituições de iniciativa social, cultural e empreendedora, autarquia e os cidadãos com a coordenação da APBC”, refere a APBC.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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