Corria o ano de 1917 quando em Coimbra nascia “O Despertar”. Um jornal que acarinhava em especial as novidades da própria cidade. Hoje é data de celebrar este semanário tão popular de Coimbra e da região, que festeja 100 anos de existência. Refiro o semanário mais antigo de Coimbra, que desde a sua fundação tem conquistado os leitores pela sua forma especial de se chegar do futrica ao estudante, do caloiro ao Doutor. Um meio representativo da imprensa coimbrã, focando-se essencialmente na cidade que o viu nascer onde tem os seus principais leitores. Ao longo do tempo o semanário tem-se alastrado aos arredores da cidade, chegando aos mais diversos concelhos que o começaram a ler e a vê-lo como uma voz popular, um correio de notícias que, deste modo, vai informando o que se passa na cidade e nas freguesias à sua volta. À sua ação é deste modo considerado um jornal apreciado pelo povo. São cem anos a acompanhar a evolução e os acontecimentos de Coimbra e das comunidades locais. Contam-se deste modo 100 capítulos deste grande romance da imprensa regional.
Mais do que um jornal informativo, “O Despertar” assume-se como uma voz literária. A arte da escrita reflete-se todas as semanas nas páginas deste jornal centenário, pelas palavras dos seus colaboradores, dos mais antigos aos mais recentes nomes que fazem parte desta equipa. A cultura tem relevância nas frases publicadas por estes que semanalmente confrontam as suas crónicas, os seus poemas e a sua opinião perante os leitores. Desde os nomes atuais que escrevem neste jornal que hoje felicitamos aos que, infelizmente, já partiram e que deixaram a sua marca esboçada nas suas páginas.
Levar a imprensa às novas gerações é um aspeto conseguido por esta publicação semanal. A presença das suas páginas nos locais públicos municipais leva a que este jornal chegue a todas as gerações. Numa cidade universitária comprovo que a leitura regular por estudantes é frequente, daí alcançar o lema de se chegar às novas gerações que por vezes andam perdidas do desejo da leitura. Ler “O Despertar” é preencher, de algum modo, esse desejo pelos diversos temas nele abordados semanalmente. Em nome pessoal, refiro que a este jornal devo a oportunidade de levar um pouco das minhas palavras ao mundo. Um jornal que me abriu as portas da oportunidade que há muito esperava.
Reflexo da sua ligação com a cultura popular de Coimbra, é a sua presença apregoada às sextas feiras pelas ruas da Baixa da cidade: “Olha o Despertar!”. Um pregão que mantém viva um pouco da tradição deste jornal. Ouvir este tom fónico é sentir preservada a tradição de há cem anos atrás.
Nesta data festiva felicito todos os que mantêm vivo este histórico jornal. Felicito com honra e dignidade toda a equipa desde o seu titular, à diretora, todos redatores e colaboradores, felicitando também os leitores que são o objetivo de vida deste jornal.
VASCO FRANCISCO (colaborador de “O Despertar”)