A Linha Rocha da Ecovia, que faz a ligação entre o Vale das Flores e os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), vai ser suspensa, assim como vai ser retirado o controlo de acessos ao parque de estacionamento do Vale dos Flores, passando a regime de estacionamento livre.
Esta medida resulta da proposta aprovada na segunda feira na reunião do Executivo e pretende, segundo explica a autarquia de Coimbra, “fazer face à escassez de recursos materiais e humanos necessários aos serviços de transporte de passageiros municipais em vigor”.
A vereadora Ana Bastos alertou para o facto de este serviço “não ter sido planeado”, daí que tenha níveis reduzidos de procura e que seja necessário trabalhar na sua reformulação. Garantiu ainda que acredita na Ecovia, mas defende a importância de garantir a “sustentabilidade económica” dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).
A avaliação técnica foi realizada entre os meses de junho e novembro de 2021, pelos SMTUC, e mostra que, relativamente às linhas que servem os HUC, a Linha Vermelha (Casa do Sal – HUC) demonstra ter maior potencial do que Linha Roxa (Vale das Flores – HUC). A análise passou pelo “custo benefício, da rentabilidade da linha assim como da exploração/manutenção do funcionamento do parque”, pode ler-se na informação técnica dos serviços municipais.
“Também se entende que a Linha Vermelha, face ao seu posicionamento geográfico na rede viária, assim como a uma potencial expansão para montante de algumas zonas de maior congestionamento viário, como será o caso do Bolão ou do Almegue, com a criação de parques de estacionamento nestas zonas, poderá captar mais clientes uma vez que se torna mais periférico e com maiores vantagens face à utilização da viatura particular até à zona dos hospitais”, acrescenta.
Já a Linha Verde (Parque Verde – Universidade) é a que demonstra, segundo a autarquia, “um maior potencial de captação de clientes, tendo tido uma boa progressão, com especial destaque no mês de novembro em que a procura mais que duplicou relativamente a setembro”.
Face a esta análise, foi considerada a manutenção da Linha Verde, por ser a única que serve o Polo I da UC e “a que tem uma maior procura”, e suspender o serviço da Linha Roxa, “uma vez que tem um percurso mais longo e demorado do que o da Linha Vermelha, obrigando à utilização de mais meios (viaturas de transporte público e tripulantes), pelo que a sua suspensão permitirá maior economia desses mesmos meios, podendo ser redirecionados para outros serviços”.
A proposta passa ainda por reforçar “campanhas para o incentivo do uso dos transportes públicos, a promover juntamente entre a Autoridade de Transportes e os SMTUC, assim como reforço da fiscalização do estacionamento ilegal, com a colaboração das forças de segurança com capacidade legal para o efeito”. A informação técnica aponta ainda como “aspeto nevrálgico para o sucesso do transporte público” a “regularização do estacionamento na cidade de Coimbra, quer pela sensibilização, quer pela repressão, para o efetivo combate aos estacionamentos indevidos/anárquicos em algumas zonas”, designadamente os “hospitais em Celas/Olivais ou do Polo I da Universidade”.
“Este tipo de estacionamento, para além de prejudicar a circulação automóvel, com o inerente impacto negativo nos transportes públicos, retira potenciais utentes do sistema Ecovia”, conclui.