19 de Abril de 2025 | Coimbra
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Espaço Colaborativo nasce na Baixa para ajudar microempresas

11 de Fevereiro 2022

Ajudar as microempresas a reestruturarem-se, de forma a conseguirem ter a autonomia necessária para construírem os seus percursos, é o grande objetivo do Col.Eco – Colaboração na Organização Local de Economia Eco Sustentável, um projeto que está a nascer na Baixa de Coimbra e que, se tudo correr como previsto, deve abrir portas, na Rua Adelino Veiga, nos finais deste mês ou no início de março.

Promovido pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e pelo Gabinete de Intervenção Social e Empreendedorismo (que resulta de um protocolo entre a APBC, Observatório de Cidadania e Intervenção Social da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e Clube Jazz ao Centro), em parceria com a Câmara de Coimbra, este projeto surge com o objetivo de mitigar o impacto que a pandemia teve na vida de muitas pessoas e de ativar o tecido microempresarial que precisa de um novo impulso.

A presidente da APBC, Assunção Ataíde, explica que o processo assenta na formação, tendo sido já criada “uma equipa multidisciplinar” para ajudar “as pessoas a organizar as suas empresas e para lhes dar as ferramentas necessárias para que possam ter autonomia”.

O financiamento do Col.Eco foi aprovado em dezembro pela Autoridade de Gestão do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego – Portugal Inovação Social, sendo a Câmara de Coimbra o seu investidor social. Conta com um orçamento de 180 mil euros, colaborando a autarquia – que é um dos elementos coordenadores – com 25 por cento deste valor.

Assunção Ataíde explica que foram realizadas já diversas reuniões, estando neste momento a decorrer as obras no edifício que a APBC alugou para acolher este projeto. Trata-se de um prédio na Rua Adelino Veiga, com vários pisos, de forma a poder acolher as 15 microempresas que irão ser apoiadas.

Nesta fase, no âmbito deste projeto, estão abertas as inscrições para o Espaço de Comércio Colaborativo. Podem candidatar-se pessoas individuais e/ou micro empresários, para que possam receber ajuda na implementação ou reabilitação dos seus negócios.

A APBC explica que este espaço integrará pequenos espaços de venda a retalho de novos produtores, comerciantes, empreendedores ou de micro empresários que se encontram em situação de possível insolvência. O espaço, de acordo com a dimensão das pequenas lojas, terá uma renda mensal de 100 euros, integrando todos os aspetos de gestão e de custos associados. Os candidatos interessados devem inscrever-se até 18 de fevereiro e, em caso de dúvidas, podem contactar a coordenadora do projeto, através do email apbcoimbra@gmail.com ou do 914 872 418. No final, as candidaturas serão selecionadas de acordo com o perfil do candidato e objetivo do espaço, tipo de negócio a implementar, diversidade de produtos a comercializar e mediante o espaço disponível.

De acordo com Assunção Ataíde, “há vagas para 15 microempresas, estando já cerca de uma dezena de inscrições efetuadas”. Realça que “o grande objetivo é apoiar microempresas ou pessoas individuais que estavam a iniciar um processo de empresa mas que, entretanto, devido à covid-19, se viram obrigadas a interrompê-lo”. A todos eles será assegurado o apoio de “uma equipa multidisciplinar”, que inclui gestores de projeto, marketing, redes sociais e financeira, entre outros.

“Já temos a equipa construída. É este grupo que vai analisar cada um dos projetos empresariais apresentados e que irá apoiá-los na constituição ou reativação da sua empresa, na exposição dos seus produtos ou nos seus serviços”, realça Assunção Ataíde.

Apesar de ficar sediado na Baixa, este projeto é aberto a microempresas de todo o concelho. Assunção Ataíde acredita no “seu grande potencial” para ajudar a dinamizar a Baixa, particularmente, nesta fase inicial, a Rua Adelino Veiga, “fomentando o movimento mais proativo nesta rua que foi já uma avenida central de comércio e que neste momento está exangue”. Acredita que com a presença destes novos empresários, a rua – e consequentemente a Baixa – ganhará “mais vida e chamará outros empresários e mais pessoas” ao “coração” da cidade.

Assunção Ataíde assume que se trata de “um grande desafio” mas acredita no potencial do projeto, que “irá abrir novas perspetivas a pessoas que, perante as dificuldades, deixaram de acreditar na sustentabilidade dos seus projetos”. Sublinha que é isso que o Col.Eco e a Loja Colaborativa lhes pretendem devolver, “estimulando a sua autonomia e dando-lhe ferramentas para as ajudar a caminhar sozinhas no futuro”.

Um projeto, duas vertentes

O Col.Eco pretende ser, como explica a APBC, “um espaço de mitigação do impacto que a crise económica, social e pandémica gerada pela covid-19 teve e continua a ter em vários aspetos da ordem social da Baixa de Coimbra ao nível da erradicação de micro e pequenas empresas relacionadas com serviços, comércio e pequena indústria, bem como no aumento do desemprego, especialmente dos indivíduos que se dedicam (ou dedicavam) ao comércio local, cultural e turístico”.

A sua atuação vai centrar-se em duas ações – espaço de recuperação e incubadora. A primeira vai focar-se no desenvolvimento territorial, numa perspetiva de revitalização. De acordo com os responsáveis, assenta na criação de um “espaço colaborativo”, que funcionará como “um espaço físico coletivo, aberto ao público para autossustentabilidade de reação imediata onde os empresários desempregados podem, desde logo, comercializar diretamente os seus produtos e serviços com as vantagens de uma loja física, sem terem que investir recursos num ponto comercial próprio”. A segunda ação assenta na criação de um espaço de incubação, que importa experiências internacionais e que, entre outros, aposta na capacitação individual.

“A Col.Eco baseia-se na emancipação económica como um fator chave para travar o ciclo de pobreza. É uma iniciativa de base colaborativa que aposta no reforço das competências como travão da espiral descendente de precariedade e desânimo. Baseia-se, igualmente, na complementaridade entre academia, instituições de iniciativa social, cultural e empreendedora, autarquia e os cidadãos com a coordenação da APBC”, refere a APBC.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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