Foram comemorados, no último sábado, no Casino Estoril, os 104 anos da Tomada da Bastilha pela Academia de Coimbra. Recordo a mensagem do atual Presidente da Assembleia da República, Dr. José Pedro Aguiar-Branco, enviada a título de Antigo Estudante de Coimbra, e lida para os presentes, e que foi a seguinte:
“Caros amigos, caros doutores!
Infelizmente, não posso estar presente nesta feliz ocasião de celebração do espírito coimbrão. Mas associo-me à comemoração dos 104 anos da “tomada da Bastilha”, gesto de insubmissão e irreverência que se tornou parte da nossa tradição académica e da própria identidade coimbrã.
Coimbra não se esquece, porque perdura nas nossas vidas. Trazemo-la connosco, das badaladas da “Cabra” ao Penedo da Saudade; das lições aprendidas às amizades feitas e à formação do nosso caráter. A Coimbra e a cada um de vós, posso dizer: “Não vos digo adeus, porque vos levo sempre comigo”. “
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Trago esta mensagem às páginas de O Despertar porque é consolador verificarmos que há uma marca afetiva muito forte que fica em todos ou em quase todos os que frequentaram Coimbra, a sua Academia e a sua Universidade. E isto acontece por parte dos que se assumem como cidadãos comuns ou por aqueles que ocupam lugares relevante no país. A mensagem de José Pedro Aguiar-Branco, segunda figura do Estado, traduz uma forte afetividade ao referir que Coimbra perdura nas nossas vidas. E é inegável e está sobejamente demonstrado. O ESPÍRITO COIMBRÃO está patente, existe e tem força agregadora. Hoje, o país tem diversas instituições de ensino superior, mas os que estudaram ou estudam em Coimbra continuam a estar sujeitos a serem banhados por esta onda de afetos conimbricenses. Ouso dizer que há, por enquanto, uma significativa e justificada diferença entre antigos alunos da Universidade de Coimbra e de outras paragens. De um modo geral muitos desses estabelecimentos, fora de Coimbra, são mais recentes, recentíssimos em relação à multisecular Universidade de Coimbra, e ainda não conseguiram ter a longevidade e longas camadas de licenciados. Entretanto, julgo ser importante que os protagonistas da vida pública portuguesa, se ligados a este Espírito Coimbrão, apresentem e multipliquem provas desta umbilical ligação afetiva. Os ANTIGOS ESTUDANTES DE COIMBRA deviam aglutinar-se com mais eficácia nestas entidades que criaram, umas abertas a Núcleos por Faculdades ou Escolas e noutras que existem há vários anos em Coimbra e fora. A comemoração dos 104 anos da Tomada da Bastilha no Estoril foi uma organização da dinâmica Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa, presidida por Fátima Lencastre, e com Ricardo Roque na presidência da Assembleia Geral da instituição. E já agora, referiu o saudoso catedrático Aníbal Pinto de Castro, quando presidente da Associação de Coimbra, que fora da cidade O ESPÍRITO DE COIMBRA TEM MAIS FORÇA e SENTE-SE MAIS E MELHOR.