A Câmara de Coimbra afirmou, na terça feira, que o percurso do Rali de Portugal na cidade não vai passar pela Alta, salientando que tudo está a ser feito para acomodar aquele evento e a serenata, duas realizações que estão marcadas para a mesma noite, a 19 de maio.
O presidente da autarquia, José Manuel Silva, assegurou na segunda feira que, caso seja necessário, será possível compatibilizar estes dois eventos. “Se necessário for [acontecerem] no mesmo dia, é possível compatibilizá-las e é possível porque não queremos perder a especial noturna – queremos que se torne num dos ícones do Rali de Portugal – e, obviamente, ninguém quer pôr em causa a Queima das Fitas e o seu início tão emblemático”, disse o autarca, durante a Assembleia Municipal, em resposta ao deputado do PS, Luís Silva, que tinha criticado o facto de a superespecial estar prevista para a mesma noite da serenata monumental, uma vez que o rali é conhecido pelo barulho que faz, enquanto a serenata é um evento que precisa de “silêncio absoluto”.
No dia seguinte, depois de uma reunião que a autarquia teve com a Associação Académica de Coimbra (AAC), Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF) e Conselho de Veteranos, para procurar “alinhar as perspetivas dos dois eventos”, o vereador do Município com o pelouro do Desporto, Carlos Lopes, explicou que o percurso da superespecial do Rali de Portugal “não passará pela Alta de Coimbra”.
“É uma oportunidade única para Coimbra e vamos abraçar os dois eventos com entusiasmo. A Associação Académica e a Queima das Fitas terão vontade de manter o dia 19 como início de festas e, sendo assim, teremos que preparar os dois eventos e a nossa preocupação é a questão da segurança”, assegurou.
O vereador explicou que pediu às entidades da academia coimbrã para anteciparem os pedidos de licenciamento relativos à serenata, cujo local onde se vai realizar ainda está em aberto, face até às limitações da Sé Velha, que está em obras.
Segundo Carlos Lopes, a escolha de optar por um percurso fora da Alta da cidade não se deve apenas à realização da serenata monumental, momento que marca o arranque da Queima das Fitas, mas também às “preocupações de preservação do património”.
“Tínhamos definido para nós próprios que iríamos propor um percurso que pudesse ter em atenção a preservação do património”, salientou, considerando que, numa superespecial que não passe pela Alta, será mais fácil de acomodar a serenata naquela zona da cidade, onde tradicionalmente se realiza.
Já relativamente ao horário da superespecial, Carlos Lopes realçou que sendo um Rali que usará carros híbridos haverá “níveis de ruído mais baixo”, mas também essa questão será tida em conta quando decorrerem as reuniões técnicas de preparação da superespecial.
“Há uma preocupação de não termos carros a competir a partir da meia-noite” (hora a que começa a serenata), frisou.
Segundo o secretário-geral da COQF, Carlos Missel, a reunião ajudou a apontar para duas questões essenciais – o horário e o percurso. “O percurso da superespecial não pode colidir com a localização. Iremos trabalhar para encontrar uma solução viável para ambos os eventos”, disse, frisando que do lado da Queima das Fitas está “fora de questão” alterar as datas do início das festas académicas.
“A nossa condição é não sairmos da Alta e o importante é compatibilizar o percurso [do rali] sem interferir com a serenata”, disse à Lusa o Dux Veteranorum, Matias Correia.
O responsável do Conselho de Veteranos salientou que todas as entidades estão disponíveis para trabalhar no sentido de assegurar os dois eventos no mesmo dia, ficando clara a importância de o horário e o percurso da superespecial não colidirem com a serenata.
“Vai haver um transtorno geral para a cidade, mas é um evento com grande visibilidade mundial e essa visibilidade pode até ser aproveitada pela serenata. Desde que não interfira com a serenata, não vemos problemas”, concluiu.