Combater o isolamento social e promover o envelhecimento ativo e saudável são os principais objetivos do projeto “Cons©elhos Repórteres 55+”, que a Cáritas Diocesana de Coimbra está a dinamizar.

Através da aprendizagem intercultural e da socialização entre pares, a instituição quer apoiar as pessoas mais velhas que encontrem mais isoladas, promovendo a sua participação na transformação comunitária local.

Este projeto vai ser implementado ao longo deste ano e conta com a parceria da Universidade de Coimbra – através das Faculdades de Letras (FLUC), Medicina (FMUC) e Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUC). De acordo com a instituição, tem, ainda, o apoio dos seus diversos parceiros, dos municípios envolvidos e dos vários Conselhos Locais de Ação Social.

O projeto “Cons©elhos Repórteres 55+” foi distinguido em 2019 pelos Prémios BPI “la Caixa” Rural que reconhece e apoia financeiramente iniciativas que promovem a melhoria da qualidade de vida e a igualdade de oportunidades de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

“Numa metodologia de ‘bola de neve’, o projeto capacita mentores ao nível local, que depois criam os seus grupos de repórteres 55+ em diversas comunidades para procederem ao levantamento das condições que necessitam de ser melhoradas para a sua qualidade de vida”, explica a Cáritas. Entre essas condições estão, por exemplo, as acessibilidades, o transporte, o acesso a serviços de saúde, as atividades culturais, o apoio a pessoas isoladas, o aconselhamento e/ou os grupos de vizinhança.

Para isso, vão ser implementadas ações de mobilização e de interação comunitária, de forma a dotar os “destinatários de estratégias e competências necessárias ao real exercício dos seus direitos e deveres de cidadania”, refere a instituição.

As ações de formação começaram já a 25 de fevereiro e são ministradas por profissionais das três faculdades envolvidas. Dirigem-se aos grupos de desenvolvimento e de observação local, cuja constituição foi dinamizada pela Cáritas de Coimbra, nas suas comunidades. “Estes grupos são constituídos por pessoas com mais de 55 anos, voluntárias, com competências heterogéneas, perfil empático e generativo, sinalizadas localmente para funções de aconselhamento, motivação, facilitação e reflexão, visando a identificação de necessidades e de soluções nas suas comunidades rurais”, explica a instituição. Acrescenta, ainda, que “estas formações têm como objetivo dotar os participantes de competências necessárias para identificar contextos de exclusão, contribuindo os próprios para a caraterização das suas causas e hierarquização de soluções, desenhando estratégias e recomendações de combate ao isolamento”.

Depois de traçado esse perfil, serão apresentadas as necessárias características às autoridades competentes que, em conjunto, num “verdadeiro exercício de cidadania”, irão mobilizar-se para encontrar as melhores soluções.