A carência é uma profunda míngua a todos os níveis da vida. Um vazio tremendo. Um estado de alma de ínfima pobreza, manifestada em todos os aspetos da vida. Isso, porque a causa da carência nasce no mais profundo do ser: pensamentos, sentimentos e ações que criam toda a nossa realidade e não só, como veremos…
Erradamente cria-se a ilusão que alguém ou outras situações podem tapar esta tremenda falta, mas não! O caminho é outro. A carência é o estado de ser oposto à abundância.
Chegou-se a conclusão, que ambos estes sentimentos são resultado e fruto da condição da alma, que dentro de si. Vive mergulhada nesta atitude permanentemente centrada apenas no que não tem, desesperada, comparando-se com os outros, em vez da gratidão por tudo aquilo que se possui.
Carentes, vampirizam e sugam, num estado de vitimismo constante, as pessoas que não conseguem livrar-se destes seres infelizes, de quem fogem, sempre que podem.
E, pasmem, pode-se ser carente, vivendo num grande palácio, rodeado de mordomias, bens materiais e ser um ser desprotegido. Carente. Dependente dos outros, aguardando uma migalha de atenção e carinho. O conto A BELA e a FERA prefigura isto, ligado à infância de um Príncipe (…).
São de um extremo apego a tudo e a todos. Nada os sacia e preenche, pois procuram no lugar errado o que necessitam…
Desmistificando esta situação triste, basta querer sair do vitimismo e abandonar toda a ignorância espiritual.
Os insaciáveis por bens materiais, poder, alucinados, dispersos com ilusões, não percebem que partem e deixam cá tudo! E perceber que o coração se enriquece pelo que dá e não pelo que se possui…
As pessoas carentes permanecem assim, até perceberem que só dentro de si, têm todas as soluções… Precisam ter consciência que estão desconectados da sua essência, o melhor de si mesmos.
E o que é a essência de alguém?
É a nossa parte divina. A parte de nós mais verdadeira. Mais pura e eterna.
A essência é a conexão connosco mesmos, no estado mais puro. O estado de flow, de presença, aqui e agora.
As pessoas reagem assim e fogem deste encontro, porque o vilão do ego exacerbado, controlador e senhor do mundo, do poder e do ter em vez do ser, este ego tem o tamanho do mundo!
As criaturas sofrem muito, escolhendo fazer fugas. Dispersando-se, são resistentes. Controladoras. De mau feitio. Resistentes, sempre dobradas sobre si e sobre os seus males. Querem ser o centro do mundo. Ter sempre razão e acabam por ter maus relacionamentos. Senhoras do seu nariz, más línguas. Egoístas. Apegadas ao material. Cobiçam e invejam tudo o que os outros têm…
E neste inferno que criaram de privação e falta, vivem infelizes, gostando cada vez menos dos outros e de si próprias, cheias de complexos de culpa e amargura, sem saber como sair deste redemoinho que as engole, criando doenças e isolamento. Não se respeitam a si, nem aos outros.
Como todos lhe fogem e se sente isolado de si própria, o ser começa a odiar-se a si mesmo. Um dia, bate no mais fundo do desespero. Acorda! E assim, o carente encontra um terapeuta, amigo mais lúcido ou a ajuda do Universo. Depara com alguém que lhe mostra, como pode libertar-se .
Ser abundante. Feliz. Uma nova pessoa. O caminho de retorno é lento. Exige determinação. Estudo. Vontade esforçada para sair do abismo. E até pode precisar de ajuda técnica…
Aí percebe que a solução não está fora, mas dentro de si mesma e que tem que mudar, começando pelo autoconhecimento. Foco na abundância. Uma mudança pertinente e contínua até ao fim. Percebem que a mudança tem que ser sempre de dentro para fora. A auto-estima sobe. O ego fica pacificado. Silenciado.
O amor a si mesma dá-lhe coragem para amar os outros.
Vai-se deparando com um novo mundo, advindo da sua mudança profunda que atrai o mesmo tipo de energia, gerada pelo alargamento de consciência… etc…
E, assim, o novo ano de 2022 trará saúde, abundância, paz, amor e sucesso! Talvez agora já não seja preciso roubar o Menino Jesus do presépio. Substituir Jesus pelo Pai Natal da Coca-Cola.
Tentar apagar o nome de Natal, negando as memórias, as culturas e crenças…
Mas, sim… o Natal volta a ser uma época de afetos, de perdão, de evolução! De amor, de alegria nas famílias reunidas que se amam de verdade. Em que os cristãos partilham o que têm, pondo em comum o que possuem, num estado de graça e felicidade…
Perceber que o criador dotou todos, sem exceção da possibilidade de criar tudo que se deseja, começando primeiro por dentro, estendendo-se a toda a humanidade, pois estamos no Todo e o Todo em cada um de nós…
“A gratidão desbloqueia a abundância da vida. Ela torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade. Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje e cria uma visão para o amanhã.” -Melody Beattie.