9 de Novembro de 2025 | Coimbra
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João Pinho

ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA DE SOUSELAS HOMENAGEOU CONSTANTINO PINHO

24 de Junho 2022

No passado sábado, dia 18, Constantino Pinho, antigo jogador, treinador e dirigente da Associação Desportiva de Souselas (ADS) foi alvo de significativa homenagem, com um torneio feminino organizado por esta organização, ao qual foi atribuído o seu nome.

O filho mais velho do Constantino, que assina este artigo, sabe o quanto significou não só para ele, homenageado, mas também para a família, o gesto de uma prestigiada instituição desportiva, fundada, simbólica e oficialmente, no primeiro dia de maio comemorado em liberdade, quando corria o ano de 1974.

Ali, como em tantos outros clubes, deu tudo o que sabia e podia: como jogador chegou à final da Taca da AFC em 1982/1983; enquanto treinador,  em 1989/1990 subiu o clube à 1.ª Divisão Distrital e, em 1992/1993, à 2.ª Divisão Distrital. Como dirigente estruturou e redinamizou o clube em altura muito difícil, tendo ainda lançado as sementes da formação (escolinhas), última tarefa em que se empenhou, em tempos recentes.

Na verdade, o meu pai, apresenta um currículo vasto, de intensa atividade na prática do futebol, com mais vitórias do que derrotas (materiais e morais), tendo deixado a sua marca de trabalho e dedicação por todos os clubes onde passou, desde que iniciou carreira desportiva na sua terra natal, em S. João da Madeira, mais precisamente, nos escalões jovens da Associação Desportiva Sanjoanense.

Conhecido no meio futebolístico como “pé canhão”, foi na Região de Coimbra que explanou, de forma mais vincada, as suas capacidades na arte de bem jogar: melhor marcador distrital e um quebra-cabeças para várias defesas, sendo de realçar, também, a subida da Naval 1º de Maio à 3ª divisão nacional, onde apontou o penalti decisivo da vitória – um dos momentos mais altos da sua carreira enquanto jogador.

Mas é como treinador que vários atletas lhe reconhecem méritos de exceção, sendo considerado por muitos como o “melhor treinador de balneário que tiveram”, o que condiz com a sua afirmação a um conhecido jornal da nossa região quando, no decorrer de uma entrevista, declarou: «sou o treinador que gostaria de ter tido quando era jogador».

O seu trabalho ao nível da formação teve momento de grande nível, quando orientou os escalões de formação do Clube de Futebol União de Coimbra, nos inesquecíveis anos 80/90, em que a rivalidade com a AAC estava ao rubro.  Ali formou gerações de atletas, para o futebol e para a vida, que o recordam com simpatia e assinalam, não só a competência e entrega, mas também os títulos! Também ali, já como dirigente, foi sensível às dificuldades de alguns funcionários, como relatou José Lopes, recordando um certo Natal em que o Constantino, que nunca foi rico, pagou do seu próprio bolso para que nada lhes faltasse.

Homem de futebol da cabeça aos pés, sacrificou muitas vezes a família, em prol de uma paixão que mais do que explicada se sente e vive. Creio que se tivesse nascido já neste século estaria destinado a uma carreira fabulosa ao nível de jogador, treinador ou dirigente. Mas, a vida não é feita de “ses” e é por esta razão que a ADS lhe demonstrou gratidão, numa altura particularmente difícil da sua vida, dando de certa forma sequência ao reconhecimento do seu trajeto e trabalho pela Associação Futebol de Aveiro – enquanto a Associação de Futebol de Coimbra (onde deixa o seu maior legado)  prefere o esquecimento daqueles que ajudaram a afirmar e consolidar o futebol distrital.

A todos aqueles que contribuíram e se dignaram a marcar presença em tão gratificante homenagem, o meu agradecimento emocionado, que fica para memória futura!


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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