Onde mete a mão, o Governo socialista faz asneira. O total falhanço das políticas anti-covid teve recentemente mais um triste episódio no caso que foi (e continuará a ser) o pomposamente chamado “plano de vacinação”, cujo coordenador Francisco Ramos (entretanto demissionário) se destaca como apoiante do Bloco de Esquerda e da radical fracassada Marisa Matias. É a geringonça a funcionar nos “jobs” para os ´boys´.
Teoricamente, as vacinas anti-covid deveriam ser administradas, antes de mais, aos profissionais de Saúde, seguindo-se as pessoas com mais de 80 anos e depois favorecendo sempre as mais idosas, pessoas com diversos graus de doenças de risco. O que se passou, na verdade, foi uma bagunça de envergonhar qualquer gestor do Terceiro Mundo.
Ao longo dos últimos dias choveram denúncias de vacinação indevida. Políticos, autarcas dirigentes de lares, funcionários da Segurança Social e do INEM, familiares e amigos – todos beneficiaram de uma antecipação, menos aqueles que mais precisariam; os idosos e os doentes.
Segundo o levantamento feito pela agência Lusa, o primeiro caso de vacinação a violar os critérios estabelecidos envolveu José Calisto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, que justificou ter sido vacinado na qualidade de gestor de um lar. Sucederam-se os casos de autarcas, aproveitadores, como Francisco Araújo, presidente da Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez, ou de Elisabete Adrião, vereadora da Câmara do Seixal.
Situação mais polémica verificou-se no Centro Distrital de Setúbal do Instituto da Segurança Social, cuja diretora teve de demitir-se depois de a SIC ter noticiado que 126 funcionários daquele organismo público tinham sido vacinado indevidamente. Foram também já instaurados inquéritos relativamente aos casos que envolvem INEM de Lisboa e do Porto.
Os dois casos foram denunciados pela Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil, que divulgou que o presidente do INEM, Luís Meira, fez vacinar “dezenas de profissionais não-essenciais e que não são profissionais de saúde”, Meira “requisitou dezenas de vacinas a mais para imunizar funcionários do Instituto, prestadores de serviços e colaboradores externos, parte dos quais seus amigos pessoais”. Também o diretor regional do INEM no Norte se demitiu depois de ter admitido que tinha autorizado a vacinação de 11 funcionários e uma pastelaria próxima.
Outros casos foram detetados um pouco por todo o país. Perante o escândalo e a indignação pública, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde anunciou que “vai verificar” o cumprimento das normas e orientações aplicáveis ao processo de administração da vacina contra a covid-19. Mas por “verificar” continuarão os muitos casos de vacinas que estão a ser aplicadas prioritariamente a bombeiros militares e ´seguranças´ jovens, em detrimento de idosos com doenças graves.
Por um golpe de mágica, a Assembleia da República conseguiu que o caótico “plano de vacinas” considerasse também, como “prioritário” um nutrido lote de senhores deputados. Pressuroso, o presidente da Assembleia da República, representante máximo da classe política, estabeleceu uma lista de meia centena de parlamentares a quem seria administrada imediatamente a vacina. Mas a coisa nem aí correu bem.
O primeiro deputado a contestar privilégio foi o representante da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo que disse não compreender por que razão teria direito a receber a vacina antes de seus pais com mais de 90 anos. Outras reações não se fizeram, esperar. Os deputados do Chega, da Iniciativa Liberal, do PAN e do BE, fizeram, chegar a Ferro Rodrigues a indicação de que não queriam ser vacinados nesta fase.