O presidente da União de Freguesias (UF) de Coimbra, João Francisco Campos, está “preocupado” com a falta de vacinas contra a gripe para a população de risco. Em carta enviada, no final da semana passada, à ministra da Saúde, Marta Temido, o autarca alerta-a para “a necessidade urgente de continuar a vacinar a população de risco, o que de momento não nos é possível devido à falta de vacinas contra a gripe”.
Recorda que a UF e a Unidade de Saúde Familiar do Centro de Saúde da Fernão Magalhães tinham em curso uma campanha de vacinação no Pavilhão da Palmeira, com o apoio do Sport Clube Conimbricense, assegurando todas as normas de segurança impostas pela Direção Geral de Saúde e que tinha como objetivo “vacinar 18 mil utentes de risco, entre doentes crónicos e indivíduos com mais de 65 anos, à qual a população aderiu em massa”.
“Contudo, infelizmente, tivemos de interromper a campanha devido à falta de vacinas o que me parece inadmissível neste momento – dado o número alarmante e crescente de mortes e infeção por Covid-19, que, como a Sra. Ministra, melhor do qualquer um de nós, sabe, afeta principalmente doentes crónicos e indivíduos com mais de 65 anos. Não há vacinas na Farmácia da Administração Regional de Saúde do Centro, não há hoje e não haverá tão cedo”, alertou João Francisco Campos na carta enviada.
Sublinha, por isso, que está “bastante preocupado”, uma vez que “até ao momento foram vacinados apenas cerca de 20 por cento dos cidadãos inscritos para a toma da vacina”.
“Há milhares de pessoas por vacinar. Há milhares de pessoas, só nas minhas quatro freguesias [Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu] com a toma da vacina agendada e tivemos de a suspender. Esta situação é gravíssima! Está em causa a saúde das pessoas. Está em causa a vida das pessoas! O nível de risco para os nossos idosos e doentes crónicos acaba de aumentar, drasticamente”, alerta, considerando que “isto é negligência”.
Pede, assim, à ministra da Saúde que “cumpra a promessa que fez no arranque da segunda fase de vacinação”, recordando que Marta Temido “garantiu, publicamente, que havia vacina para todos os que a quisessem tomar”. João Francisco Campos frisa que não é isso que está a suceder em Coimbra. “Neste momento, em Coimbra, donde a Sra. Ministra é natural, os centros de saúde estão impossibilitados de prosseguirem com a campanha de vacinação contra a gripe devido à inexistência de vacinas, as Farmácias recebem uma fracção mínima das encomendas que fazem e as pessoas desesperam, ao telefone, tentando algo que já não há”, alerta.
Explica ainda que, como é do conhecimento da ministra, as freguesias abrangidas pela UF de Coimbra têm “um índice de população envelhecida elevadíssimo”, rogando-lhe, por isso que lhes “faça chegar, urgentemente, as prometidas vacinas”, de forma a que aquelas entidades possam “dar continuidade à campanha de vacinação e zelar pela saúde e pelo bem maior da nossa população – a vida”.