A União de Freguesias (UF) de Coimbra – que engloba as extintas freguesias da Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu – é a entidade da região Centro com mais candidaturas apresentadas ao programa Bairros Saudáveis, com 10 candidaturas. De acordo com os dados apresentados, estas 10 candidaturas solicitam 394.158 euros e propõe contribuir com 69.550 a partir de parcerias.
Em Coimbra, destaque ainda para as cinco candidaturas apresentadas pela UF de Eiras e S. Paulo de Frades, que solicitam 215.969 euros e propõe contribuir com 8.600 a partir de parcerias; a Freguesia de Santo António dos Olivais com quatro candidaturas, que solicitam 147.487 euros e propõe contribuir com 2.000 a partir de parcerias; a UF de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades também com quatro, que solicitam 158.251 euros e propõe contribuir com 18.500 a partir de parcerias; e a UF de Assafarge e Antanhol com uma candidatura, que solicita 24.300 euros e propõe contribuir com 19.500 a partir de parcerias.
A maioria das 774 candidaturas apresentadas ao abrigo do Programa Bairros Saudáveis foram submetidas na Área Metropolitana de Lisboa e na região Norte, segundo divulgou, na sexta feira, a equipa coordenadora, liderada por Helena Roseta. Este programa, que surgiu no contexto da pandemia da covid-19, registou um total de 774 candidaturas de projetos, contabilizando 30,4 milhões de euros, o triplo da dotação disponível (10 milhões).
Na região Centro foram registadas 152 candidaturas, verificando-se que o maior número de pedidos foi então registado pela UF de Coimbra.
“Nós sabemos que a participação nesta altura com as pessoas todas confinadas não é fácil, mas este programa superou as nossas expectativas, tem sido muito participado. Vamos ver o que acontece”, sublinhou Helena Roseta.
Por seu turno, a médica de Saúde Pública, Isabel Loureiro, que também integra a equipa, sublinhou que a pandemia da covid-19 “acontece com maior incidência em zonas geográficas mais vulneráveis, onde também existe doenças como a tuberculose e obesidade, e onde existem habitações mais degradadas e desemprego”.
Em resultado do número de candidaturas apresentadas, o prazo de 30 dias para o júri avaliar as propostas, que tinha sido definido numa base de 200 a 300 candidaturas, vai ter de ser prorrogado.
Segundo a coordenadora, o prazo de execução de até final de 2021, se for preciso, também deve ser alargado, para garantir que o tempo de concretização dos projetos “não seja inferior aos 11 meses que estavam previstos”.
Desenvolvidos nos eixos da saúde, social, económico, ambiental ou urbanístico, os projetos a candidatar podem ser pequenas intervenções (até 5.000 euros), serviços à comunidade (até 25.000) ou projetos integrados (até 50.000 euros), em que são todos avaliados e pontuados por um júri independente.
Os números do balanço global do concurso foram já comunicados à ministra da Saúde e ao primeiro-ministro, que “mostraram uma grande satisfação por se ter conseguido este resultado”, disse Helena Roseta, lembrando que o trabalho foi feito em cinco meses, desde 02 de julho deste ano.
O Programa Bairros Saudáveis é um programa público, de natureza participativa, que visa a melhoria das condições de saúde, bem estar e qualidade de vida em territórios vulneráveis. Assenta em pequenas intervenções, através do apoio a projetos apresentados por associações, coletividades, organizações não governamentais, movimentos cívicos e organizações de moradores, em articulação com as autarquias, as autoridades de saúde ou demais entidades públicas. Visa sobretudo dar algum poder, no sentido de “poder fazer”, a comunidades residentes e pessoas ou organizações intervenientes em territórios vulneráveis.