Construir um lar para os idosos é a grande ambição do executivo da União de Freguesias (UF) de Assafarge e Antanhol. O presidente da Junta, António Teodoro, diz que já existe terreno para esse fim e espera que novos avanços possam surgir neste último ano de mandato. Ter as sedes da Junta com melhores condições e dispor de uma capela mortuária são também projetos que considera essenciais para esta freguesia que continua a crescer em termos habitacionais e empresariais.
O envelhecimento da população exige mais e melhores respostas. A União de Freguesias (UF) de Assafarge e Antanhol também se depara com carências nessa área e há muito que ambiciona ter neste território um lar que responda às necessidades das pessoas mais idosas e que permita que se mantenham na sua terra natal sem a “violência” de as obrigar a sair das suas origens nesta fase das suas vidas.
Com três centros de dia na UF, continua a faltar o lar. António Teodoro lembra que existe, há muito, um terreno na Quinta da Chanfurrina, em Assafarge, direcionado para um equipamento social. “Já estamos à espera há 20 anos. Temos um terreno da Junta que dá para a construção do lar e até ao final do mandato tudo farei para que este projeto possa avançar”, sublinha.
O presidente explica que não poderá ser uma obra da Junta, que “não tem competência nem dinheiro para isso” mas mostra-se disponível para colaborar naquilo que estiver ao seu alcance, como na execução do projeto de arquitetura. Assume que, para que a obra avance, é “preciso o apoio da Câmara de Coimbra bem como o envolvimento de alguma instituição que, através de concessão, possa assumir este equipamento”.
António Teodoro adianta que já falou com o arquiteto mas ainda não conseguiu falar com a autarquia, lamentando que “os ofícios e emails enviados ao sr. presidente nunca obtenham resposta”.
“Esta é uma resposta muito importante para fazer face às carências que há na freguesia nesta área. Os naturais estão cada vez mais envelhecidos, não temos aqui nenhum lar perto e é muito difícil para os nossos idosos saírem daqui, deixarem as suas casas, a sua terra e os amigos para irem para um ambiente que não conhecem”, frisa.
Nova sede da Junta abriria novas potencialidades
Ter uma nova sede de Junta é outro dos desejos do executivo. O presidente lamenta que tanto as sedes de Assafarge como de Antanhol não disponham das condições necessárias, não havendo espaço suficiente em nenhuma delas para realizar, por exemplo, a Assembleia de Freguesia. “Quando precisamos de nos reunir temos que ir para as associações culturais porque as nossas sedes não têm uma sala com capacidade para acolher grandes grupos. Agora com a pandemia da Covid-19 esta dificuldade é ainda mais sentida, já que as normas de segurança impõem o distanciamento social”, explica.
A construção de uma nova sede de Junta poderia facilitar a concretização de outro projeto que faz muita falta na freguesia, nomeadamente a criação de uma Casa Mortuária onde as famílias e amigos pudessem velar os seus entes queridos falecidos.
Neste momento, os velórios são feitos na Casa Paroquial e numa garagem arranjada para esse fim mas, segundo o autarca, sem as devidas condições. António Teodoro diz que este projeto ainda só não avançou por “falta de espaço”, situação que poderia ser resolvida com uma sede de Junta nova, que libertasse o espaço da atual e permitisse que se transformasse em Casa Mortuária. “A Junta de Assafarge já foi escola primária, agora é sede de Junta e dava uma Casa Mortuária com grandes condições para esse fim. E estavam as duas vertentes resolvidas – a Casa Mortuária e a Junta”, realça.
Mas, continua, a UF precisa de duas casas mortuárias. Apesar da união ter corrido bem, com a população a adaptar-se facilmente, António Teodoro lembra que o “sentimento de pertença” se mantém, daí que seja importante que, havendo cemitérios em ambas as freguesias, haja também Casa Mortuária nas duas localidades.
“Cada localidade tem a sua identidade. As pessoas gostam de estar nas suas terras, tanto em vida como quando morrem. Todos nós gostamos das nossas raízes, das nossas origens”, sublinha.
Freguesia em crescimento
Situada a escassos minutos de Coimbra e com uma boa rede de estradas e transportes públicos, a UF de Assafarge e Antanhol continua a crescer, tanto a nível de habitação como no setor empresarial. De acordo com o presidente, a UF “tem vindo a crescer todos os anos, atraindo muitas pessoas de fora da freguesia, casais jovens que vêm para cá viver porque temos muita qualidade de vida para lhe oferecer”. Conta, atualmente, com certa de 5.000 a 6.000 moradores.
Com um território muito vasto, com mais de uma dezena de localidades dispersas entre si, a UF continua a ter muito espaço por onde crescer e há muita habitação própria a nascer neste território, na sua maioria pessoas que vêm de fora da freguesia.
“A construção continua a crescer. Embora as taxas urbanísticas sejam um pouco elevadas, as maiores queixas não surgem a nível da construção habitacional mas sim empresarial. Alguns empresários queixam-se, dizem que é dispendioso criar aqui uma empresa ou construir um armazém. Mas, mesmo assim, a UF continua a ser um pólo empresarial em crescimento e continua a seduzir tanto novas empresas como novos moradores”, realça.
Apesar de ter muita população ativa e muitos casais jovens, depara-se também com o problema do envelhecimento, mais a nível dos residentes naturais da freguesia.
Sendo uma freguesia ainda muito verde, conta ainda com uma parte bastante rural, onde os habitantes continuam a ter as suas hortas e terrenos de cultivo. Uma agricultura de subsistência que é mais comum também na população mais velha, havendo neste caso ainda um “espírito de partilha” em que cada um divide o que tem em excesso, no que toca a produtos hortícolas.
Os casais jovens não têm esse género de aproximação. Privilegiam os jardins e saem de manhã para os seus trabalhos, regressando ao final do dia. Procuram, acima de tudo, como sublinha António Teodoro, “um lugar com qualidade de vida para viver, sossegado, tranquilo, verde, com bom ar e com segurança”.
Escolas com muitos alunos
Se a nível da terceira idade falta apenas o lar, já que há três centros de dia que respondem às necessidades dos idosos, na infância não há também grandes carências. De acordo com o presidente, os três jardins de infância existentes são suficientes. A nível de escolas há duas a funcionar, acolhendo as crianças que frequentam o Ensino Básico. A partir daí, as crianças e jovens não têm mais respostas, tendo que sair para outras escolas do concelho para continuar os estudos.
Com cerca de 48 alunos na Escola Básica da Palheira, distribuídos por duas salas, e quase 90 na Escola Básica de Assafarge, distribuídos por quatro turmas, o autarca lamenta que estejam duas escolas encerradas, nomeadamente a de Antanhol (fechada há cerca de dois anos) e a de Valongo (encerrada há cerca de sete).
No atual contexto de pandemia, em que é importante assegurar o distanciamento social, António Teodoro considera que “fazia todo o sentido abrir as escolas” e lembra que, no caso da sua freguesia, “há 22 alunos naturais de Antanhol que estão divididos pelas escolas da Palheira e de Assafarge e que podiam ter a escola aberta na localidade”. Diz que não compreende “o interesse do Governo e da Câmara, que não fizeram um esforço para abrir estas escolas que estão aptas para receber alunos”.
Lamenta também que estes estabelecimentos de ensino encerrados não tenham qualquer utilização. Recorda que a “Junta solicitou à Câmara Municipal que cedesse a Escola de Valongo, encerrada há mais tempo, aos escuteiros e ao grupo de marchas da Cegonheira mas sem qualquer resposta”, tendo este pedido sido feito ainda pelo anterior presidente, José Filipe, falecido no ano passado.
António Teodoro explica que a própria população lamenta que este estabelecimento esteja encerrado, alertando mesmo para o estado de abandono em que se encontra, precisando de limpeza no interior. Lembra que a Junta não tem acesso à escola, que é da responsabilidade da Câmara Municipal.
Transportes melhores mas ainda insuficientes
A rede de transportes públicos melhorou bastante na UF de Assafarge e Antanhol mas há ainda duas localidades que não dispõem de autocarros – Cegonheira e Fontinhosa. António Teodoro congratula-se por ter os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMUTC) a servir toda a restante freguesia desde novembro mas espera que possam chegar também a estes dois lugares.
“A Cegonheira é a localidade da UF pior servida em termos de transportes públicos, porque tinha as carreiras da Transdev que agora não passam, obrigando as pessoas a deslocar-se a pé até Valongo, zona que também não está assim tão bem servida, porque os autocarros estão mais dispersos, em termos de horários”, realça o presidente, lamentando ainda que “a partir das 20h00 continue a não haver qualquer autocarro”.
De resto, a freguesia está “bem servida”. “Se todos os lugares tivessem autocarros com a mesma proporção e frequência que Assafarge era muito bom. Valongo e Albergaria já não são tão bem servidos”, dá conta.
Associativismo rico
Esta UF conta também com um associativismo rico, com coletividades nas várias localidades. Tem dois grupos folclóricos – Grupo de Cantares e Dança de Assafarge e Rancho Típico da Palheira -, dois polidesportivos (Palheira e Valongo), a marcha da Cegonheira muito dinâmica e centros culturais e recreativos em praticamente todas as localidades. O autarca destaca ainda o Centro Desportivo de Assafarge, que tem uma escola de futebol para crianças, e o Campo da Mata.
Este associativismo contribui para uma maior aproximação entre as pessoas e para o maior dinamismo da freguesia. Próximo de todos está também o presidente da Junta, a primeira pessoa a quem as pessoas recorrem quando precisam de ajuda. “Estou sempre disponível para receber qualquer pessoa. Tento resolver todos os problemas no mesmo dia, preocupo-me muito com os meus fregueses e eles sabem que estou sempre aqui quando me procuram”, sublinha.
Orgulhoso da sua freguesia, António Teodoro deixa um convite a todos para que a visitem. “É uma freguesia com muita qualidade de vida, muito sossegada, segura, com muitos espaços verdes, com ar puro e com boas infraestruturas e estradas. Gostava que as pessoas nos visitassem porque temos muito para lhes oferecer”, realça.
Convida os visitantes a irem percorrer os “muitos caminhos pedestres, percursos limpos que permitem agradáveis passeios pelas matas e florestas”. Diz que gostava de ver a zona envolvente à Capela de Santo Amaro requalificada, já que é ali que se realiza “a única romaria do concelho de Coimbra”. António Teodoro adianta que já fez esse pedido à Câmara, uma vez que se trata de um investimento de grande dimensão, não tendo a Junta capacidade financeira para o realizar.
Em preparação estão também a criação de trilhos, da responsabilidade de duas associações da freguesia, cabendo depois à Junta assegurar a necessária sinalização. Tudo isto vem, segundo o autarca, enriquecer a freguesia e torná-la mais atrativa tanto para os moradores como para quem a visita.
Passeios e arruamentos para melhorar segurança
A segurança das pessoas é uma das grandes preocupações da União de Freguesias de Assafarge e Antanhol. No âmbito dos contratos interadministrativos assinados com a Câmara Municipal de Coimbra, têm sido realizadas algumas intervenções em estradas e ruas, como construção de passeios e melhoramentos de pavimentos de vias.
António Teodoro alerta para a necessidade de pavimentar a estrada entre a Quinta do Limoeiro e a Palheira, uma zona muito afetada pela água no inverno, que “abre valas com quase um metro de fundo e que deixa a estrada sem condições para os carros passarem de forma segura”. Diz que já pediu ajuda à Câmara, uma vez que, pela sua dimensão, esta é uma obra que não pode ser feita no âmbito dos contratos interadministrativos.
A pensar no bem estar da população, têm sido criados também novos parques de merendas com máquinas geriátricas e há outros planeados para breve, um em Abrunheira e outro em Antanhol. Há também outras intervenções que tem realizado com verbas próprias, resultantes do “apoio ao funcionamento da Junta”, sendo intenção do executivo “colocar, pelos menos, duas máquinas geriátricas nos principais locais da freguesia”.
Hoje, mais do que nunca, as pessoas preocupam-se com a sua saúde e bem estar. Estas são respostas fundamentais. Há cada vez mais pessoas a fazerem caminhadas à noite e se tiverem umas máquinas para fazer algum exercício aproveitam e é benéfico”, explica o autarca.
A pensar nesse bem estar a na segurança, a Junta fez também um passeio entre os Carvalhais e Assafarge e está agora a fazer outro, entre Carvalhais de Cima e Algar.
Para os mais novos, a UF conta com vários parques infantis, que respondem às necessidades desta freguesia que “tem muita juventude e está em crescimento”.
De referir ainda a aposta que tem vindo a ser feita a nível da limpeza de todas as fontes e minas da freguesia – cerca de 12 no total e quase todas ainda com água -, bem como a nível de alargamento dos caminhos agrícolas, de forma a permitir o fácil acesso em caso de acidente ou incêndio.
Três novas empresas vão criar cerca de 40 postos de trabalho
A União de Freguesias de Assafarge e Antanhol conta com um tecido empresarial forte, que continua a crescer. De acordo com o presidente, tem atualmente cerca de 130 empresas instaladas na freguesia, número que continua a crescer, preparando-se para receber mais três que irão criar cerca de 40 novos postos de trabalho.
“A nossa freguesia tem um tecido empresarial forte e diversificado, o que se traduz em desenvolvimento e emprego para esta região”, sublinha o presidente. António Teodoro anuncia que há três novas empresas a fixarem-se em Antanhol, que beneficia da sua posição estratégica a nível das acessibilidades, com o IC2 a ligar a localidade aos vários pontos do país. Destas três, duas são empresas que se deslocalizam e a terceira é uma empresa nova. “Estão em construção e devem abrir até ao final do ano ou meados do próximo”, realça, congratulando-se com este importante dinamismo que se regista na freguesia a nível empresarial.
Pobreza envergonhada atinge todas as idades
A pandemia da Covid-19 agravou algumas situações de pobreza. António Teodoro admite que há “alguma pobreza envergonhada” na União de Freguesias de Assafarge e Antanhol, verificando-se que “há pessoas que têm receio de pedir ajuda, podendo existir mais casos do que aqueles que pensamos”.
No momento, a Comissão Social de Freguesia tem sinalizadas entre 30 a 40 famílias, que são apoiadas de várias formas, como pagamento de rendas, água ou luz mas também com bens alimentares. Sempre que surge um novo caso, os técnicos fazem a análise e respondem da melhor forma que conseguirem. Alguns dos pedidos de ajuda chegam diretamente à Junta, com as pessoas a exporem as suas dificuldades, mas noutros casos são amigos ou vizinhos que alertam.
As situações de carência económica afetam pessoas de todas as idades e, no caso desta UF, de acordo com o presidente, “atingem tanto os jovens casais com filhos como pessoas mais idosas, com reformas muito pequenas”.