“Restaurar a confiança” dos viajantes, tanto portugueses como de outros países, neste ano de 2022 é a grande prioridade da Turismo Centro de Portugal (TCP).
“O grande desígnio que temos pela frente é podermos recuperar a confiança do viajante”, disse Pedro Machado à agência Lusa, antecipando as perspetivas da Entidade Regional de Turismo do Centro para este setor.
Face ao impacto negativo da pandemia nos fluxos turísticos, entende que cabe ao Governo – o atual e o que resultar das eleições legislativas de 30 de janeiro – prosseguir com as diferentes medidas de combate à covid-19, designadamente ao nível da vacinação, da testagem e do controle de fronteiras e aeroportos.
Importa também “restaurar a confiança do mercado interno”, sublinhou, recordando que, no presente contexto sanitário, “os portugueses redescobriram o seu próprio país em 2021”, optando por fazer mais turismo em Portugal.
Além do “retorno da confiança dos mercados internacionais”, como o Brasil, Estados Unidos da América, o Canadá e a Europa, entre outros, Pedro Machado defendeu a “consolidação do mercado interno”, para que haja “mais portugueses e mais vezes ao longo do ano” no Centro.
Na sua opinião, o esforço acrescido neste capítulo, com o país e o mundo ainda a braços, há mais de dois anos, com os desenvolvimentos da pandemia, deve procurar atingir os níveis de desempenho de 2019, considerado “o melhor ano de referência” para o turismo na região.
A recuperação, segundo o presidente da TCP, deve abranger a diversificação dos produtos, mas também apostas no turismo industrial, ecoturismo, turismo religioso, turismo ativo, turismo desportivo e turismo literário.
“Devemos aproveitar as sinergias criadas com as candidaturas à Capital Europeia da Cultura 2027, procurando maximizar o trabalho em rede que está a ser feito”, preconizou.
Para Pedro Machado, outra “prioridade absoluta” é a “recuperação e manutenção das empresas e, se possível, a captação de novos investidores”.
“É necessário pugnarmos para que o próximo Governo mantenha os apoios” às empresas em vigor no atual contexto, incluindo o programa Apoiar.PT, as ajudas às situações de “lay-off” e a prorrogação das moratórias, referiu.
Por outro lado, Pedro Machado expressou “uma expectativa para que possam baixar impostos como o IRC e o IRS”, tendo ainda defendido “novos instrumentos financeiros para a atividade e mercado de emprego”.
“Se quisermos quadros competentes e aumentar a mão de obra, inevitavelmente vamos ter de mexer na tabela salarial. Portugal paga em média baixos salários e temos de alterar esse quadro” do setor, defendeu Pedro Machado, considerando que a falta de mão de obra nas áreas do turismo deve ser colmatada através de uma “aposta clara na formação” e a “possibilidade de entrada de cidadãos estrangeiros”, com destaque para trabalhadores oriundos dos países de língua portuguesa.