As aplicações tecnológicas desenvolvidas em Portugal pela Critical Software estão espalhadas pelo mundo em múltiplos setores, viajam no espaço e só ainda não foram ao mar profundo.
Para além de aplicações desenvolvidas para a indústria automóvel, ferroviária, aeronáutica e aeroespacial, entre outros setores como a energia, sistema financeiro, dispositivos médicos ou telecomunicações, a Critical Software tem como clientes a Marinha Portuguesa, concretamente com um produto que faz a coordenação de centros de monitorização marítima, por exemplo, em operações de busca e salvamento, também usado na Irlanda e Papua Nova Guiné (ilha localizada no sudoeste do oceano Pacífico, junto à Austrália).
“Falta o mar profundo. Não falta Marte, porque já temos software nosso a orbitar Marte, também não falta o Sol, porque já temos software desenvolvido por nós numa missão ao Sol. Estamos com um raio de ação bastante grande”, afirmou à agência Lusa João Brito, administrador e diretor da divisão de High Integrity Systems da Critical Software.
Fundado em Coimbra, onde está sediado, há quase 25 anos (1998), o grupo emprega hoje mais de 2.500 pessoas, distribuídas entre a empresa-mãe, a Critical Software – que, para além da sede, tem escritórios em Lisboa, Porto, Tomar, Vila Real e Viseu, e quatro no estrangeiro (dois no Reino Unido, um na Alemanha e outro nos EUA) – e a Critical TechWorks (CTW), a empresa criada em 2018 no âmbito da ‘joint venture’ com a BMW, com a qual trabalha em exclusivo.
A CTW conta com cerca de 1.500 colaboradores, a maioria na sua sede no Porto, mas também em instalações em Lisboa, e pretende contratar mais 500 pessoas este ano.
Um dos mais recentes acordos foi estabelecido com a Airbus, a gigante nos domínios da aeronáutica civil, militar e aeroespacial, para a qual a Critical Software está a desenvolver aplicações para as cabines dos aviões.
Universidades são o local privilegiado de contratação
As universidades são o local privilegiado de contratação de novos trabalhadores da tecnológica portuguesa Critical Software, que gosta de se apresentar como uma escola de engenharia, ao apostar na formação prática dos seus colaboradores.
“Vamos buscar alguns [colaboradores] fora, mas o nosso sítio privilegiado são as universidades. Desde muito cedo que tivemos de trabalhar na questão de treinarmos as pessoas, suportarmos o crescimento e fazermos crescer as pessoas que trabalham connosco”, disse à agência Lusa João Brito, administrador da Critical Software. Destaca também a grande capacidade que a empresa sediada em Coimbra tem para treinar os seus novos colaboradores “que saem da Universidade, obviamente com boas bases” e lembra que, para o efeito, foi criada, em 2010 e em parceria com o banco BPI, a iTGrow, uma empresa “focada única e exclusivamente naquilo que são os primeiros anos das pessoas no mercado de trabalho”.
Reafirmando que a “maior parte” das contratações da Critical Software, “obviamente não exclusivas, fazem-se junto das universidades ou pessoas que estão muito no início da carreira”, o gestor frisou que a tecnológica se apresenta “tanto externamente como internamente, a todos os que entram, como uma escola de engenharia”.