O Sport Club Conimbricense vai apresentar amanhã a sua equipa de Futebol para Cegos, um projeto pioneiro que arrancou no início do ano e que, após meses de interrupção devido à pandemia da Covid-19, retoma agora a sua atividade.
O clube vai dedicar a manhã de amanhã ao desporto inclusivo, com um conjunto variado de eventos que dão a conhecer esta modalidade mas que servirão para apresentar também outros projetos que esta coletividade centenária, nascida na Baixa a 3 de fevereiro de 1910, há já 110 anos, está a desenvolver.
“Apesar das dificuldades que aparecem, estamos a fazer tudo para continuar a inovar e a crescer. Agarrámos o Futebol para Cegos, um projeto pioneiro e inclusivo, e queremos vê-lo crescer. Estamos a lançar as sementes e esperamos que outros clubes também possam vir a apostar na modalidade, de forma a proporcionar a competição”, realça o presidente do clube. Carlos Ferreira adianta ainda que o Sport tinha outro projeto inclusivo em mente há já vários anos, que estava a ser delineado entre si e José Mendes de Barros, da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, entretanto falecido, que passava pela criação de uma equipa de basquetebol ou andebol em cadeira de rodas.
O presidente diz que a coletividade está sempre de portas abertas para “novos desafios”. Para já avança o Futebol para Cegos e vai abrir também as inscrições para a equipa de Goalball, um jogo também coletivo para invisuais em que jogam três adversários contra três. Vai ser apresentada também a Escolinha de Futsal, para crianças dos seis aos 10 anos, outro projeto pioneiro do clube que conta já com meia dúzia de crianças inscritas e que vai arrancar a 24 de outubro.
O programa de amanhã começa às 10h00 com o jogo de apresentação da equipa de Futebol para Cegos, modalidade que conta com a participação de cerca de 20 atletas de vários pontos do país e de diferentes idades, tendo o mais novo sete anos. Serão apresentados também, nesta ocasião, os novos equipamentos desta equipa.
Depois do jogo realiza-se um treino aberto a todos os invisuais que queiram ir experimentar.
Do programa consta ainda a assinatura de dois protocolos, um com o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra e outro com a Faculdade de Desporto. Haverá ainda o sorteio das rifas que os atletas do Futebol para Cegos fizeram e a encerrar há um almoço de confraternização para atletas e convidados, seguindo todas as normas da Direção Geral de Saúde.
Desporto no Pavilhão, arte na rua
A festa vai estender-se também à rua, onde 10 artistas, de Coimbra e de outros pontos da região, vão surpreender o público com a sua arte ao vivo. Estes pintores vão espalhar-se pela Rua Simões de Castro e terão como temas de inspiração a inclusão e o desporto adaptado.
Esta ação é promovida pela Associação de Indústria e Comércio e Empresas de Coimbra, MacMolduras e União de Freguesias de Coimbra, entidades que se juntam ao Sport Club Conimbricense neste dia em que o clube celebra o desporto inclusivo.
Carlos Ferreira espera que seja um dia feliz para todos e que crie uma grande envolvência nesta área da Baixa. Lamenta que o Pavilhão da Palmeira não possa estar de portas abertas sem condicionalismos, fruto da pandemia, mas lembra que esta é uma casa onde todos são bem vindos, amanhã ou em qualquer dia do ano.
Lembra que o clube está ainda a aceitar inscrições para o Futebol para Cegos e desafia também os pais a inscreverem as suas crianças na nova Escolinha de Futebol.
“Queremos inovar, continuar a estreitar relações com a comunidade e tirar partido do nosso campo que para as competições normais já tem algumas limitações. Convido os invisuais da nossa cidade ou do nosso concelho, com visão nula ou baixa, a aparecerem, a inscrevem e a experimentarem”, diz Carlos Ferreira.