A conclusão da requalificação do recinto de festas de Souselas, o alargamento do Posto de Saúde, a mudança da sede da Junta para o “coração” da vila, a revitalização da Praia Fluvial do Botão e a transferência do Posto Territorial da Guarda Nacional Republicana para a União de Freguesias de Souselas e Botão são algumas das obras que o presidente, Rui Soares, considera prioritárias para o desenvolvimento da freguesia. Candidato assumido a um terceiro e último mandado, congratula-se com os benefícios que a vinda dos transportes públicos urbanos trouxeram para a população, bem como com o impulso que estão a dar já ao mercado imobiliário, um setor onde a procura continua ainda a ser muito superior à resposta.
Garantir a qualidade de vida da população de Souselas e Botão é uma das grandes prioridades do Executivo desta União de Freguesias (UF). O presidente, Rui Soares, lamenta que “muitos dos projetos idealizados continuem ainda por concretizar” mas congratula-se com “algumas conquistas”, como a vinda dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) para a freguesia e para toda a zona Norte do concelho, há tanto ambicionada e reivindicada.
Este é, aliás, um marco neste segundo mandato, a “concretização de uma ambição antiga do Executivo e da população que veio dar um novo impulso a toda a UF”, destaca, acrescentando que “são já visíveis os efeitos positivos que trouxe, não só em termos diretos às famílias e utilizadores – ao proporcionar a deslocação fácil da população entre as várias localidades da UF e para os vários pontos da cidade, nomeadamente para as escolas – mas também pelo impulso que está a dar à habitação”. Diz que é já notória uma maior dinâmica no mercado imobiliário, com a procura de habitações a crescer e também com a maior aposta na requalificação de casas antigas, o que está a permitir revitalizar as “zonas mais envelhecidas da UF, proporcionando melhores respostas às famílias e atraindo novos moradores”.
“A vinda dos SMTUC para a freguesia foi um dos dias mais felizes da minha vida. Foi uma conquista enorme. Desde que tomei posse em 2013 que procurei perceber as carências e necessidades da freguesia e das pessoas para interceder por elas. Foi para isso que nos elegeram e é isso que o Executivo tem vindo a fazer”, realça.
Rui Soares agradece, nesta questão dos SMTUC, o trabalho da vereadora Ana Bastos. “Foi graças a ela que soubemos, em 2017, que tinha saído uma norma europeia que obrigava todas as localidades com mais de 40 habitantes a terem transportes públicos. A partir daí, essa foi uma das nossas grandes lutas e, felizmente, hoje temos os autocarros a circular em toda a zona Norte do concelho”, sublinha, dando contudo conta que falta ainda resolver a questão de Santa Luzia e Lagares.
Procura de habitação superior à oferta
A melhoria da oferta a nível de transportes públicos “veio trazer muita qualidade de vida às pessoas e tranquilidade às famílias”, diz Rui Soares. Veio também, como acrescenta, “valorizar toda a UF, em todos os sentidos”.
No setor da habitação considera que são já bem notórias as melhorias. “Sempre disse que os transportes iriam trazer desenvolvimento. Em Sargento Mor temos autocarros desde 2005 e, em 10 anos, a população daquela localidade quase que duplicou. As casas velhas foram arranjadas, arrendadas e a povoação ficou muito mais bonita”, assegura.
É isso que espera que suceda também agora nas restantes localidades da UF. Não tem dúvidas que “os SMTUC vieram impulsionar o mercado da habitação” e diz que “se já havia procura de casas para arrendar agora há muito mais”, estando a aumentar “também vários negócios de compra e venda de casas antigas”, recuperações de “habitações com grande valor arquitetónico que existem tanto no centro de Souselas como em Botão”, o que vem dar nova vida a todo este território.
“Acredito que isto vai mexer ainda mais. Não é nosso desejo que haja especulação a nível de preços mas é bom que os proprietários invistam na recuperação das habitações degradadas. Aliás, acho que até devia haver uma lei que ‘obrigasse’ os proprietários das casas devolutas a arranjá-las ou então a encontrar outra solução. Até por uma questão de saúde pública”, frisa.
A verdade é que, apesar da recuperação de habitações antigas estar a aumentar, continua a haver muita falta de habitação na freguesia. Rui Soares assume que “a procura é muito superior à oferta”, mesmo a nível de casas para arrendar, um problema que espera possa ser resolvido no futuro, até porque a “UF está a apenas cerca de 400 eleitores para subir de patamar”. Explica que essa subida passa por ultrapassar os 5.000 habitantes, o que em termos de equipa representará um aumento de “três para cinco elementos no Executivo da Junta e para 13 na Assembleia de Freguesia”. Esse é um dos desafios da Junta para os próximos anos mas que depende, portanto, dessa capacidade para melhorar o mercado da habitação e para atrair e fixar mais habitantes nas várias localidades da UF.
Centro de Saúde aguarda pela ampliação
O Centro de Saúde continha à espera das obras de ampliação
Para que o crescimento seja efetivo, depende também, a par com a oferta a nível da habitação, de respostas e serviços que vão ao encontro das necessidades das pessoas e que lhes garantam a qualidade de vida que procuram. A proximidade com Coimbra, a boa rede de transportes públicos (com os SMTUC, Transdev e, ainda, o comboio), a proximidade com vias estruturantes (como o IP3 e o IC2) e o facto de ser uma freguesia “calma”, já com um importante “peso” a nível empresarial mas também ainda com uma parte predominantemente rural, são alguns dos atrativos que esta UF apresenta.
Rui Soares lamenta que, nem sempre, seja fácil “fazer andar os projetos” que considera fundamentais para o desenvolvimento da freguesia, assim como lastima “a falta de diálogo com a Câmara”. “Não conseguimos dialogar com o presidente. O trabalho com a Câmara de Coimbra tem sido um pouco difícil. O Dr. Manuel Machado marca reuniões só quando tem algumas coisas para resolver mas nós, presidentes de Junta, somos limitados, até no ‘tempo de antena’. Não há diálogo, nunca houve uma estratégia definida e nós estamos aqui na zona Norte mas também somos Coimbra”, frisa.
“A Junta não é minha assim como a Câmara não é do presidente. Portanto, não pode usar o seu poder para penalizar quem o confronta, porque quem o confronta está a exigir os direitos da população. Ao prejudicar o presidente de Junta não o está a prejudicar a ele mas sim às pessoas que o elegeram”, remata.
Uma das obras muito ansiadas é a ampliação do Centro de Saúde, que está apenas dependente das necessárias autorizações das entidades competentes. Rui Soares responsabiliza “a Câmara e a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) pelos atrasos” deste projeto, “que se arrasta desde 2016”, mas quer acreditar que, depois da visita recente de um representante da ARSC ao local, a obra possa avançar brevemente.
O presidente da Junta destaca “as boas condições do atual posto médico de Souselas, bem como a excelente equipa de profissionais em todas as áreas”, mas lembra que é “por todos assumida a necessidade de aumentar as instalações”. Recorda que esta unidade de saúde foi alvo de melhorias no mandato anterior, tendo sido realizadas as obras protocoladas com o Município, nomeadamente a nível da pintura, mas também outras, assumidas pela Junta, como a substituição de portas, janelas e estores, intervenção que contemplou as instalações do novo e do antigo posto de saúde e também da Casa do Povo.
Rui Soares diz que foram feitas ainda algumas melhorias no novo posto de saúde, como ampliação da área de espera e construção de uma casa de banho maior, unissexo e adaptada a pessoas com mobilidade reduzida.
O Centro de Saúde de Souselas conta com mais de 6.000 utentes, um número superior ao de habitantes da UF, o que comprova que há pessoas de outras zonas a serem acompanhadas neste posto, havendo também habitantes da freguesia que pertencem a outros centros de saúde. “Este Centro tem uma dinâmica enorme e uma grande afluência. É preciso dar resposta a estes utentes e aos seus profissionais”, sublinha, considerando que, de acordo com as reuniões tidas com o Diretor da Unidade de Saúde Familiar Coimbra Norte, António Alegre, “são necessários um gabinete de enfermagem, um gabinete médico, uma sala de tratamento e uma zona social para os funcionários, onde pudessem, por exemplo, fazer as refeições”.
Esta ampliação está prevista desde 2017, tendo a Junta acordado com a Casa do Povo (a quem tem cedidas as instalações) a cedência da zona do bar e dos escritórios para esse fim. Rui Soares considera que este seria “um processo simples, mas que depende da Câmara e da autorização da ARSC”, e lamenta que “a obra ainda não tenha sido feita, prejudicando os cidadãos de Souselas e Botão e da zona Norte de Coimbra”. Assegura que “só quer que estas melhorias sejam feitas”, assumindo “o compromisso de não pedir mais médicos para este posto de saúde nos próximos anos”.
Antigo Posto Médico pode acolher GNR
Com a requalificação e mudança do Centro de Saúde para as antigas instalações da Junta de Freguesia de Souselas houve um edifício que ficou vago. O projeto inicial previa uma troca, passando o posto de saúde para as instalações da sede da Junta, depois de reabilitado e adaptado o edifício, e sendo o antigo Centro de Saúde destinado à Junta.
Houve, contudo, alterações nos planos, já que a ideia do atual Executivo passa por aproximar a Junta do centro da vila. Assim, o edifício está disponível e estão em curso as conversações com vista a trazer para ali o Posto Territorial de Souselas da Guarda Nacional Republicana (GNR).
“O comandante Sargento Antunes veio cá ver o espaço, ficou maravilhado, disse-me na altura que a única coisa que ali faltava era uma garagem, que facilmente se faria. Fiquei radiante por finalmente podermos ter o Posto Territorial de Souselas em Souselas e não na Avenida Dias da Silva. Contudo, passado uns meses veio cá uma comitiva de Lisboa, analisou o espaço e chegou-se à conclusão de que não era suficiente para o nosso posto que tem que ter capacidade para 30 homens, divididos por três turnos”, explica. Ocupar a Casa do Povo não era uma solução viável, já que se trata de um equipamento que está cedido para fins culturais, mas há “outra alternativa, que passa pela ampliação para o terreno que já foi cedido, há vários anos, para fazer o posto da GNR”. Rui Soares recorda que se tratava de “um projeto megalómano, porque era para ser patrocinado por fundos comunitários, mas não exequível nos tempos atuais”. Dá conta que, depois dessa visita, “ficou o compromisso de aproveitar então esse terreno, que fica por trás da Casa do Povo, para esse fim”. Lamenta que, até ao momento, “nada tenha avançado” mas espera que esta obra “possa concretizar-se no próximo mandato”.
Executivo quer trazer Junta para o “coração” da vila
Trazer a sede da Junta para o centro da vila de Souselas é um dos objetivos da UF
Se a sede da Junta do Botão está aberta todos os dias desde 2013, em Souselas o atendimento tem funcionado no Espaço Cultural, um novo equipamento cultural que o Executivo inaugurou no centro da vila.
Mas, a sua intenção é mais ambiciosa. Passa por adquirir o edifício a antiga Caixa Geral de Depósitos (CGD) e criar aí a sede, aproximando assim os serviços da população. “Conversei com o Dr. Paulo Macedo, Diretor da CGD, para ver se havia alguma possibilidade de fazer uma doação direta de Estado para Estado mas não deu. Entretanto soube que o edifício tinha sido vendido a um fundo, consegui saber qual é que estava a negociar esta venda e, neste momento, temos aquele edifício negociado por 100 mil euros”, conta.
Rui Soares realça, no entanto, que “a reserva está feita há meio ano, não sendo possível esperar mais tempo”, o que está a fazer com que o Executivo “estude outra estratégia para assegurar a compra do edifício”. O presidente conta, para tal, com “o apoio da Cimpor”, no âmbito de “um protocolo que deverá ser assinado dentro de poucas semanas”, um acordo que contempla “um apoio financeiro significativo, destinado à execução de obras e projetos que venham beneficiar a comunidade”.
A ideia é trazer a sede da Junta para o centro da vila – um local onde estão reunidos já vários serviços, como a Igreja, Biblioteca, farmácia e recinto de festas – e dotá-la de novas valências, como Espaço do Cidadão e instalação de uma caixa multibanco.
“Queremos dar ainda uma maior centralidade a esta zona, reunindo ali as respostas essenciais à população, evitando que se tenham que deslocar”, assegura. Ao mesmo tempo, o Executivo “quer trazer mais dinamismo a este centro”, estando prevista para breve a inauguração, no recinto em frente à antiga CGD, de um Parque Infantil, tornando assim aquela área mais atrativa para as crianças e famílias. Rui Soares diz que será um parque pequeno (semelhante ao que já ali houve no passado), tendo em conta a própria dimensão do espaço, mas que irá “enriquecer toda a zona, dando mais vida, cor e alegria a esta área e a toda a freguesia”.
Recinto de festas – o “cartão de visita” da freguesia
Recinto do Largo de Festas de Souselas
O recinto de festas está também situado nessa zona envolvente. Concluir o projeto ali iniciado é uma das ambições antigas do presidente da Junta que, ainda recentemente, aquando da apresentação dos novos autocarros dos SMTUC, lançou um apelo ao presidente da Câmara, Manuel Machado, nesse sentido.
“Queremos fazer dali a ‘sala de visitas’ da freguesia. Queremos que as pessoas possam ter ali um espaço agradável, florido, ajardinado, com sombra, que nos permita continuar a fazer lá o nosso encontro das coletividades, onde reunimos pessoas de toda a UF, mas que proporcione também outras realizações, nomeadamente na área desportiva”, diz Rui Soares.
O presidente adianta que está também planeado para aquele recinto um Parque Infantil, bem como a conclusão do parque desportivo, com a colocação de balizas e instalação de redes de proteção.
Atrasos condicionam desenvolvimento
Rui Soares lamenta que “os projetos demorem tanto tempo a arrancar”. Diz que “os que avançam são, sobretudo, os feitos pela Junta”, já que os programados no âmbito dos contratos interadministrativos assinados com a Câmara de Coimbra continuam “com muitos anos de atraso”.
“Este emperro nos projetos prejudica toda a UF. Ainda assim foram feitas algumas obras no mandato de 2013-2017. No de 2017-2021 só foi feita uma e outra está adjudicada”, realça, destacando a obra feita no cruzamento da Póvoa do Loureiro, “onde a sobreelevação da via veio melhorar a segurança e dar outra urbanidade àquele espaço”.
Outra das intervenções que considera muito importantes para a qualidade de vida é a da drenagem pluvial em Larçã, na Rua José Soares, que virá resolver “muitos dos problemas dos moradores”. Depois de vários condicionalismos, o projeto foi reformulado e foi novamente lançado a concurso público, estando agora a Junta “à espera da disponibilidade do empreiteiro para fazer a obra”.
Melhorar vias, passeios e valetas em várias localidades é outra das prioridades. Rui Soares diz que o desejo é realizar no resto da freguesia um trabalho semelhante ao já feito em Botão, com “as valetas em calçada grossa a serem substituídas por peças de betão, mais fáceis de limpar e de assegurar a manutenção”. O autarca quer “criar também mais espaços verdes, construir mais parques infantis e zonas de lazer”, respostas que permitam que as pessoas usufruam da sua freguesia.
O trabalho do presidente é, como diz, “um trabalho intenso, a tempo inteiro (mesmo quando não se está na Junta), mas feito com prazer”, até porque a sua missão passa sempre por “assegurar qualidade de vida à população que representa e estar sempre disponível para responder às suas necessidades”.
*****
Oito anos a procurar fazer o melhor pela população
Rui Soares foi o primeiro presidente a assumir a União de Freguesias (UF) de Souselas e Botão, depois da reorganização administrativa do território em 2013. Recorda que “não se revia na lista do seu antecessor”, daí ter constituído uma “lista de independentes”, quando já “faltava muito pouco para as eleições”. Foi esta lista que, com uma diferença de apenas 36 votos, venceu as eleições, uma vitória que foi “confirmada e reforçada” quatro anos depois. Agora, prestes a completar oito anos no “comando” desta UF, Rui Soares recorda o trabalho feito, “as muitas dificuldades” que surgiram pelo caminho e, acima de tudo, dá conta do “muito que há ainda a fazer pelo desenvolvimento e qualidade de vida da população de Souselas e Botão”.
Assume que “não foi fácil lidar com os problemas que encontraram”, tendo a equipa “herdado mais de 170 mil euros de dívidas – 122 mil euros em Botão e cerca de 50 mil em Souselas”. O primeiro mandato exigiu, por isso, “um grande trabalho de verificação, que levou à descoberta de algumas coisas que se revelaram menos corretas e que levaram a que as pessoas fossem condenadas”.
“Temos uma equipa muito boa que conseguiu fazer esse trabalho. Portanto digo com orgulho que ainda bem que fomos nós que conseguimos ganhar a Junta nessa altura porque só de uma assentada conseguimos reaver 63 mil euros, o que equivale a quase um ano de obras para esta UF”, sublinha, explicando que “a desconfiança sobre algumas faturas, erros nas medições e a ausência dos necessários atos de medição” permitiram à Junta ser ressarcida em “59 euros em notas de crédito”, valor a que se somaram “mais 3.000 que conseguimos reduzir às faturas de Souselas, porque havia uma diferença na Calçada das Lombas”.
Rui Soares destaca também a preocupação que a equipa que lidera teve, desde que tomou posse, em fazer da união destas duas freguesias “uma realidade, em todos os sentidos”, procurando, através “da forma de trabalhar e de várias iniciativas, criar um sentimento de pertença e união”. Dá como exemplo dessa preocupação o monumento de homenagem aos Combatentes da Grande Guerra, um projeto do presidente da Liga dos Combatentes de Coimbra, João Paulino. Inaugurado em 2015 numa rotunda central de Souselas, incluiu a colocação de pedrinhas à volta do monumento com os nomes de todas as localidades da freguesia, uma ideia do autarca, de forma a que “ninguém se sentisse excluído e para que a população encarasse realmente esta UF como um todo”, enaltece.
E essa união foi construída efetivamente, havendo, no seu entender, “já esse desejado espírito de união”. Alguns eventos, como a Feira à Moda Antiga e o Encontro das Coletividades (agora suspensos devido à pandemia), ajudaram nesse processo, a par com outras realizações que tiveram o cuidado de promover o intercâmbio e a confraternização tanto entre a população como entre as próprias coletividades.
A Feira à Moda Antiga do Botão, suspensa devido à pandemia, é um dos eventos que contribui para a união e convívio das coletividades e da população da UF
*****
UF ganha lar mas não quer perder escola
Uma ala do Instituto Educativo de Souselas (INEDS), estabelecimento de ensino que “sucumbiu” perante os fins dos contratos de associação mantidos com o Governo, está agora a ser transformada numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas. A valência de lar vem reforçar as respostas existentes na UF nesta área da terceira idade.
O fecho da escola, que era frequentada por perto de 600 alunos, do quinto ao 12.º ano, representou “uma perda notável” para esta freguesia. O presidente da UF, Rui Soares, diz mesmo que foi “uma derrota forte para toda a zona Norte de Coimbra”. Elogia a “resiliência do seu Diretor, Manuel Duarte”, bem como dos pais e alunos que tanto lutaram para manter a escola em funcionamento. Lamenta que “as magníficas condições que aquele estabelecimento de ensino reúne não estejam a ser aproveitadas”, não só as salas de aula mas também os equipamentos desportivos e a piscina, respostas que estavam ao usufruto dos estudantes e de toda a comunidade.
O autarca acredita que “a escola nunca mais volta a ter aquele número de alunos” mas mantém a esperança de a voltar a ver com crianças e jovens. “Numa das alas está a ser construída uma Residência Sénior mas a outra, com o refeitório, continua intacta para poder continuar o ensino”, diz, apelando à Câmara de Coimbra para, “num compromisso com a Junta e com o INEDS, analisar a possibilidade de alugar a escola, para que possa voltar a funcionar e a responder aos alunos da freguesia e desta região”.
Entende que a zona Norte precisa de uma escola e considera que esta solução “pode ser mais vantajosa do que construir um novo pavilhão”, uma vez que “as instalações existem, têm grande qualidade, todas as respostas necessárias, respondendo também à comunidade que podia frequentar a piscina”.
Neste momento, a UF não tem falta de crianças, mantendo as quatro escolas básicas a funcionar – Souselas, Marmeleira, Larçã e Sargento Mor. Conta com dois jardins de infância públicos (Souselas e Larçã), ambos cheios, e com respostas também no Centro de Apoio Social de Souselas (CASS), que tem creche e jardim de infância.
Associativismo rico e dinâmico
Esta é uma UF rica em termos de associativismo. Na área social, dispõe de todas as respostas necessárias, como lar, centro de dia, apoio domiciliário e apoio à infância, valências asseguradas por três instituições – CASS, Centro Social, Cultural e Recreativo do Botão e Centro Social da Marmeleira.
A freguesia é também dinâmica a nível cultural (com o seu Rancho e grupo de Marchas) e desportivo, tendo acolhido nos últimos anos várias provas conceituadas a nível nacional e internacional.
Nesta área, é de realçar o desejo de criar um “clube único da UF de Souselas e Botão”, que envolva todas as coletividades e que funcione a partir do Campo do Paço, que foi doado à Junta por um conterrâneo, estando a assinatura da escritura marcada para a próxima semana, 29 de julho. Rui Soares espera que desta experiência de todos surja “um amor novo”, que se foque não só no futebol mas em todas as modalidades que, em conjunto, considerarem oportunas.
*****
UF e Cimpor unem-se pelo desenvolvimento da freguesia
A União de Freguesias (UF) de Souselas e Botão e a Cimpor preparam-se para assinar um acordo de colaboração que tem como finalidade apoiar no desenvolvimento de projetos considerados importantes para a qualidade de vida da população.
De acordo com Rui Soares, este acordo, que será assinado nas próximas semanas, terá uma duração de quatro anos e envolverá um apoio financeiro significativo. O presidente da UF recorda que “em 2013 não havia relação da Junta com a Cimpor”, tendo reunido com os responsáveis da empresa com o intuito de “lhes fazer ver o seu papel, enquanto representante dos interesses dos meus fregueses e da minha freguesia e também das empresas, fazendo a Cimpor parte desse grupo”.
Rui Soares entende que “esta UF já perdeu de mais por causa dos aproveitamentos políticos que se fizeram durante estes anos todos”. Assume que “a coincineração existe, é uma realidade, e que há, portanto, que lidar com isso, tentando, de todas as formas possíveis, minimizar os impactos que daí advêm”.
Sabe que os “impactos são elevados” e que basta comparar “o preço de uma casa em Souselas como uma em Brasfemes para o percebermos” mas defende que, sendo esta a realidade existente, é preciso valorizar “a questão do emprego que cria e procurar que, através da sua responsabilidade social, apoie a freguesia”.
É nessa base que surge este acordo, que se destina a “fazer mais e melhor” por este território. Rui Soares diz que começará a vigorar ainda este ano e que, para além dessa contrapartida financeira, tem outras premissas, nomeadamente a nível ambiental, “já que irá tornar o desempenho ambiental da Cimpor mais transparente e interativo, tendo em conta que passarão a ser voluntariamente facultados os resultados de emissões de poluentes das chaminés e outros indicadores ambientais relevantes desta unidade de produção”.
Para o autarca, trata-se de “um protocolo inédito e muito importante, que resulta da boa relação que existe com a Cimpor e também com as restantes empresas da freguesia”, garantindo que procurou sempre “ajudar os empresários da freguesia naquilo que necessitavam”, apesar das “burocracias e taxas elevadas serem um entrave difícil de ultrapassar e de ser muito mais simples fixarem-se nos concelhos vizinhos”.
*****
O problema da descentralização
A União de Freguesias (UF) de Souselas e Botão continua à espera que se concretize o processo de descentralização, tal como sucede com a UF de Coimbra, sendo as únicas freguesias do concelho que ainda não assinaram o documento. Em causa está o facto de, como explica Rui Soares, a Câmara querer atribuir às Juntas apenas a questão das limpezas. “Sempre reivindiquei que as Juntas fossem mais autónomas. É natural que havendo agora essa possibilidade queiramos que assim seja. Queremos não só as limpezas mas também os restantes itens, com a exceção dos foguetes e fogo de artifício, setores que achamos que devem ser centralizados na Câmara”, explica.
O presidente da UF considera que “a descentralização é boa para as pessoas da freguesia, porque vinha atribuir à Junta muito mais serviços e com respostas muito mais rápidas”.
Não havendo acordo, a UF continua a trabalhar com base no contrato assinado anteriormente. Rui Soares lamenta “a dificuldade que tem para receber o dinheiro que lhe compete” e diz que, “com este método, a Câmara asfixia e controla as freguesias”.