As seculares festas de S. Mateus voltam a animar o concelho de Soure a partir de quinta feira. Apesar de mais contidas e com cuidados redobrados, as celebrações procuram manter viva esta tradição que faz parte da identidade do povo e que, todos os anos, promove o reencontro festivo dos sourenses. Feiras, homenagens e espetáculos musicais integram o programa, que se estende até 21 de setembro.
Setembro é sinónimo de festa em Soure. Todos os anos, são muitos os “filhos da terra” que regressam ao concelho para desfrutar do S. Mateus, evento secular que faz parte da memória de tantas e tantas gerações e que continua a promover o reencontro festivo dos sourenses.
Pelo segundo ano consecutivo, fruto dos condicionalismos impostos pela pandemia da covid-19, as celebrações ainda não decorrerão nos moldes tradicionais mas mantêm o que têm de mais característico, com a realização das tradicionais feiras das Nozes, das Cebolas, da Madeira e também da Fatacis – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Soure.
Promovido pela Câmara e Associação Empresarial de Soure, o programa teve, mais uma vez, que ser readaptado, de forma a evitar grandes aglomerações e a cumprir todas as recomendações da Direção-Geral de Saúde. “Mesmo no período de pandemia, quer no ano passado quer este ano, tentamos manter viva a tradição do S. Mateus, sendo certo que o plano de contingência obriga a fazer algumas alterações”, explica o presidente da Câmara Municipal de Soure, Mário Jorge Nunes.
O autarca não esquece que estas são as grandes festas de Soure, muito ansiadas pela população e por todos os sourenses que se encontram espalhados por vários pontos do país e do mundo e que procuram regressar às “raízes” nestes dias, de forma a reencontrar familiares e amigos e a desfrutar deste ambiente festivo.
Mário Jorge Nunes considera que, apesar das limitações, as festas asseguram a sua essência, mantendo as tradicionais feiras das Nozes, das Cebolas, da Madeira e a Fatacis. Não haverá, contudo, o habitual cenário de “feira franca”, uma vez que estes certames não vão regressar ainda às várias ruas da vila.
Cerca de 100 expositores na Fatacis
“As feiras e romarias continuam proibidas até 30 de setembro e, portanto, temos que nos adaptar ao momento que vivemos”, frisa o presidente. As feiras vão decorrer, assim, no Espaço Multiusos Soure 1111, no Parque dos Bacelos e na Várzea das Mós. Terão horário de abertura e encerramento e um controlo rigoroso a nível das entradas, de forma a cumprir a lotação determinada, cerca de 6.000 pessoas em simultâneo nas feiras. De acordo com Mário Jorge Nunes, esse controla vai ser efetuado nas seis entradas e saídas, assim como haverá muito rigor nas restantes regras de controlo sanitário, como uso obrigatório de máscara, desinfeção das mãos, salvaguarda do espaço definido entre feirantes e o afastamento recomendado entre visitantes.
“A feira perde este ano um pouco do seu carácter tradicionalista por força do plano de contingência contra a covid-19 mas mantém a grande maioria das suas atrações”, assegura o autarca.
Estes condicionalismos refletem-se também no número de expositores que estarão presentes na Fatacis, que serão cerca de 100, ou seja metade dos habituais nas edições antes da pandemia. Os participantes desta feira vão distribuir-se pelo recinto coberto, onde as barraquinhas vão estar distanciadas entre si, mas também pelo espaço aberto, ao ar livre, como sucede com as máquinas agrícolas e o setor automóvel.
À Fatacis, que se assume como uma montra do dinamismo do tecido empresarial do concelho e da região, juntam-se muitas outras atrações, eventos que fazem parte da identidade do povo e que marcam, sem dúvida, a história do concelho de Soure, como sucede com as feiras das Cebolas, Nozes e Madeira.
Estas feiras trazem a Soure uma oferta muito diversificada. A Feira da Madeira apresenta, habitualmente, produtos relacionados com a época da colheita e com a agricultura, como pipas, tinas, arcas, objetos de barro e as tradicionais alcofas e capachos em palha. É uma das mais tradicionais, realizando-se de forma ininterrupta há mais de 100 anos.
A Feira das Cebolas é também uma referência na região, reunindo em Soure muitos agricultores do concelho mas também de fora.
A Feira das Nozes costuma reunir também grande número de comerciantes, sobretudo pequenos agricultores que se dedicam ao comércio de frutos secos.
A tudo isto junta-se também um atrativo programa cultural, com animação musical pelas ruas e os principais espetáculos na Praça da República.
“É o programa possível nos tempos que vivemos. São as festas de S. Mateus e é nossa intenção manter a tradição, dar continuidade aos festejos e projetar a dinâmica empresarial do concelho”, assegura o presidente de Soure.
S. Mateus com seis dias de festa
A música também não vai faltar nas festas de S. Mateus. Os concertos vão realizar-se na Praça da República, em frente ao Município de Soure, sempre a partir das 21h30, num espaço que será fechado e que terá uma lotação máxima de 990 pessoas.
O presidente da Câmara, Mário Jorge Nunes, assegura que estes espetáculos estão a ser preparados com rigor e cumprirão todas as regras de segurança impostas pelo atual contexto de pandemia. Lembra que as entradas são gratuitas, embora sujeitas à aquisição antecipada de ingresso.
Rita Guerra, artista bem conhecida dos portugueses, é a cabeça de cartaz das festas. Vai subir ao palco no sábado, dia 18, para um concerto onde irá apresentar não só as novas canções mas também os êxitos que marcam a sua longa carreira.
A animação musical começa, contudo, logo no primeiro dia das festas, na quinta feira, com um concerto pela Orquestra Clássica do Centro e o grupo Vozes da Rádio. No dia 17 atuam o Estrela Gomes & Filipe Muller, Big Jovem e Mikael Lopes. Depois do espetáculo de Rita Guerra no dia 18, a música continua no dia 19 com o concerto de João Conde e a Big Banda 15, formada por músicos da Filarmónica 15 de Agosto Alfarelense. O programa musical termina no dia 20, com o espetáculo “Fado no Povo” e Jukas Pires (cá se fazem… cá se tocam…).
Mas, durante os seis dias, há ainda muito mais atrações e animação. Na quinta feira, às 10h00, atuam os gaiteiros “Os Amigos da Farra” e ao final da tarde, às 18h00, há arruada pelas ruas da vila pela Banda de Soure, que participará também, às 19h00, no Espaço Multiusos Soure 1111, na abertura da Fatacis – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Soure, certame que vai estar de portas abertas até dia 20 (nos dias 17 e 18 abre às 12h00 e nos dias 19 e 20 às 10h00).
No dia 17 destaque, ainda, para a inauguração, às 9h30, da Feira da Madeira, na Várzea das Mós, certame que se prolonga até domingo; e para a animação de rua, a partir das 10h00, pelos gaiteiros “Gaifarras”.
No dia 18, às 9h30, no Espaço Multiusos Soure 1111, abrem também as feiras das Cebolas e das Nozes, que podem ser visitadas também no dia seguinte. Os gaiteiros “Os Três Aflitos” (10h00) e “Tradicionais” (11h00) vão animar as ruas e, ao longo do dia, vai realizar-se o evento “Dias de Xadrez”, que se prolonga também para o dia seguinte.
No dia 19 são celebradas missas na Capela de São Mateus às 9h30 e às 11h30. Durante a manhã, a partir das 10h00, há animação de rua pelos gaiteiros “Os Rambóias do Casconho”.
No dia 20, às 11h00, há novamente missa na Capela de São Mateus e no dia 21, Dia do Município e da Família Sourense, realiza-se o tradicional piquenique no Olival de São Mateus e, às 15h30, é celebrada missa. O programa termina com a sessão solene, a partir das 17h00, nos Paços do Concelho, que ficará marcada pela entrega de prémios aos melhores alunos do ensino secundário e pela atribuição de medalhas de mérito municipal.