19 de Junho de 2025 | Coimbra
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Sansão Coelho

SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE: FUNDAMENTAL E INSUBSTITUÍVEL

13 de Setembro 2024

1.Respirem para verem a série RESPIRA que passa na NETFLIX. Ambientes alucinantes, frenéticos, vividos num suposto hospital espanhol do serviço nacional de saúde. Ali, médicos que merecem melhores salários e melhores condições, trabalham a salvar vidas até à exaustão. A série é de flagrante atualidade.

2.Neste domingo, dia 15, são assinalados 45 anos do SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (SNS) a mais prodigiosa construção da Democracia e do 25 de abril tendo como pai o inesquecível DR. ANTÓNIO ARNAUT.  A 19 de dezembro de 78, Arnaut apresenta na Assembleia da República o Projeto-Lei 157/I a definir as Bases do Serviço Nacional de Saúde. A lei é votada em setembro do ano seguinte com votos a favor do PS e do PCP, abstenção do PSD e votos contra do CDS.

  1. 3. Não consigo respirar quando recordo, em particular no Portugal Profundo, cidadãos doentes transportados através de carreiros em padiolas até à estrada onde um carro de aluguer os levava à consulta para um hospital PRÓXIMO – e esta proximidade de um dos poucos hospitais existentes significava estar a duzentos ou mais quilómetros. Portugal gemia em sofrimento e abandono dos seus doentes. Recentemente, os surtos de covid 19 puseram à prova a importância do SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE e dos seus profissionais considerados, superiormente, abnegados e heroicos.Antigo Secretário de Estado da Saúde, médico e gestor, José Martins Nunes, referiu àLusa, citada no Campeão das Províncias, que na pandemia o SNS superou uma das suas provas mais difíceis desde a sua criação (…) Hoje, mais do que nunca, temos que dar muito valor e valorizar o que foi a iniciativa de criar este grande patamar social, económico e sanitário que foi o SNS.

4.O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE veio salvar portugueses. Ao ilustre conimbricense/penelense, autor do projeto, este Serviço mereceu sempre a sua filigranada atenção, mesmo após deixar funções governativas. Artigos e entrevistas em várias publicações e os respetivos conteúdos atestam-no. Em 2017, escreveu, em parceria com João Semedo, o livro SALVAR O SNS – Uma nova Lei de Bases da Saúde para defender a Democracia. Dedicação e empenho a defender o SNS bem como a sua atualização e necessária sustentação.

  1. A janeiro de 2021, a deputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, considerava o SNS insubstituível e crucial e opinava que quase cem por cento do país nele se revê. Concordo!

  1. A série destreaming RESPIRA é ficção, mas num exercício de ousadia, quase a posso considerar, a espaços, autoficção, tão perto da realidade se apresenta. Em Espanha como em Portugal. Para além de momentos romanceados, a vida de frenesim daquele hospital muda quando chega para tratamento uma política populista, presidente daquela Região Autónoma e propensa a remeter a saúde para o privado em vez do público. Contudo, ela-própria tem um cancro e opta por ser tratada no hospital público. O seu tratamento e cirurgia coincidem com uma greve dos profissionais por melhores condições laborais. Os médicos entram em greve e tomam esta medida extrema para tentarem consciencializar os poderes públicos/políticos para o caráter essencial do seu trabalho e para se manifestarem contra os cortes insustentáveis que o serviço nacional de saúde está a sofrer. Alguns médicos, em concreto os internos, não sabem se devem juntar-se a esta greve que pode ter consequências fatais para os doentes, escreve a Netflix. A ética, a deontologia, o juramento de Hipócrates, tudo é aflorado em momento clímax. É de cortar a respiração.

  1. É preciso e é urgente defender o SNS. Neste dia 15,COIMBRA, CIDADE DA SAÚDE, com uma plêiade de médicos reconhecidos nacional e internacionalmente, e de outros profissionais de saúde com idênticos créditos, evoca António Arnaut, o seu pensamento e ação na criação e defesa do SNS; e precisamos que este seja revitalizado e rejuvenescido. Ajudemos, pois, a regar a OLIVEIRA do SNS, ao som do seu novo hino, no Parque do Mondego, atapetado de verde esperança. A 15 de setembro e… sempre.

  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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