24 de Abril de 2025 | Coimbra
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Requalificação do parque escolar é a grande ambição de Luís Correia

18 de Março 2022

A requalificação do parque escolar, nomeadamente de algumas das maiores escolas básicas (EB), é a grande prioridade de Luís Correia. O presidente da União das Freguesias (UF) de Eiras e S. Paulo de Frades lembra que esta foi a sua “única promessa eleitoral”, uma vez que está em causa a segurança e a qualidade de vida das crianças da freguesia. A requalificação dos parques infantis, a ação social, a habitação e a valorização do território em termos turísticos e de lazer são mais algumas das apostas do novo Executivo.

Zilda Monteiro

A requalificação do parque escolar foi “a única promessa eleitoral” de Luís Correia. Eleito para um primeiro mandato nas eleições autárquicas de setembro, o presidente da União das Freguesias (UF) de Eiras e S. Paulo de Frades sublinha que esta continua a ser a sua “prioridade máxima”. Recorda que, na zona norte do concelho, houve sempre uma “grande luta pela requalificação do parque escolar”.

A construção do centro escolar do Loreto veio trazer grandes melhorias nesta área, mas não resolveu todos os problemas já identificados. Luís Correia lembra que as escolas básicas n.º 1 (EB1) de Eiras e de Santa Apolónia se encontram bastante degradadas, necessitando de “intervenção urgente”.

“A Câmara vai gastar 800 mil euros na reabilitação do centro escolar da Solum. Com esse dinheiro provavelmente reabilitava a EB1 de Eiras que tem 75 anos e que tem graves deficiências, buracos, pedras e outros problemas, que colocam em causa a segurança das crianças”, sublinha.

O presidente adianta que na EB1 de Santa Apolónia se vive uma situação idêntica, necessitando ambas de intervenções profundas. “São as duas maiores escolas da freguesia, com mais de 100 alunos, que não têm capacidade para mais e que mereciam outro tipo de atenção. Andamos a tapar buracos há uma série de anos”, realça.

Sobre a intervenção defendida para aqueles dois estabelecimentos, entende que se deve “preservar as suas fachadas, já que são escolas centenárias ou quase centenárias”, com uma história e identidade próprias. “De resto, é arrasar e construir de novo”, defende, acrescentando que não se compreende que haja ainda escolas “sem recintos desportivos ou espaços cobertos para as crianças brincarem nos dias de chuva”.

A EB1 do Ingote também necessita de melhorias, nomeadamente arranjos exteriores que, caso não sejam executados pela Câmara, poderão, em última instância, ser assumidos pela União de Freguesias (UF).

Luís Correia defende que “o pilar basilar de qualquer comunidade é a sua educação e a educação dos mais novos”, daí a grande preocupação que tem nesta matéria.

Na UF de Eiras e S. Paulo de Frades existem sete escolas do ensino básico, a EB1 – Dianteiro, S. Paulo de Frades, Eiras, Santa Apolónia, Loreto, Ingote e Coselhas – que, no seu conjunto, acolhem cerca de 610 alunos. Conta ainda com a E.B. 2,3 Rainha Santa Isabel e com a Secundária D. Dinis, no setor público e com o Colégio Novo, da Fundação Beatriz Santos, no privado.

Parques infantis melhores e inclusivos

A requalificação dos parques infantis é outra das prioridades do atual Executivo. Luís Correia explica que, quando a sua equipa tomou posse, “os parques infantis estavam praticamente todos devolutos”, o que levou a que fosse pedida uma auditoria aos parques de Eiras, S. Paulo de Frades e do Golpe para que fossem verificadas as condições de segurança, tendo-se comprovado que nenhum deles reunia as devidas condições.

“Estamos, nesta fase, a perceber e a normalizar tudo aquilo que pretendemos para os parques infantis. Da mesma forma que defendemos uma freguesia verde, que aposte nas suas matas, nos seus trilhos, na educação e nas escolas, queremos ter também parques infantis bons e seguros”, explica. Espera que surja algum apoio ao nível do município, mas assegura que trabalharão para que os parques possam estar ao usufruto da comunidade, com boas condições e equipamentos inclusivos.

“Defendo que, cada vez mais, temos que ter uma freguesia e uma cidade inclusiva. Essa situação vai ser acautelada nos parques, onde queremos ter equipamentos inclusivos que permitam que todas as crianças possam brincar, juntas”, assegura.

Habitação social devia estar mais dispersa

Na área da habitação, a UF continua a ter muito por onde crescer. Segundo os últimos censos perdeu população, como sucedeu de uma forma generalizada no concelho. Luís Correia estima, contudo, que esta situação se poderá reverter e que a tendência é para que, efetivamente, aumente, se se concretizarem os planos urbanísticos que estão previstos para este território.

Nestes planos, o do Planalto do Ingote, direcionado para habitação social, tem sido o mais polémico. Luís Correia recorda que se trata de um projeto para mais 32 habitações que, irá albergar, provavelmente, na sua maioria, pessoas da freguesia”. Entende que a “polémica gerada em torno deste tema se justifica, acima de tudo, pelo facto da concentração de habitação social que se verifica naquela área”.

“De acordo com a estratégia municipal da habitação social, a nossa UF representa 60 por cento da habitação social concentrada, ou seja, que está em bairros. Se considerarmos a soma das duas, habitação social não concentrada e concentrada, na área geográfica do concelho, representamos cerca de 57 por cento. No fundo, 57 por cento da habituação social está nesta UF, tendo em conta todo o concelho”, frisa.

O presidente assume que existem “graves carências de habitação social na UF e que há muita gente a necessitar, urgentemente, de uma habitação”. Mas entende que a habitação social não se pode concentrar apenas no Planalto do Ingote, mas sim dispersa pelo concelho. “Estar a criar mais pressão sobre um espaço que está, neste momento, em construção social, em que trabalhamos para desmistificar o Planalto do Ingote, não nos parece o melhor”, sublinha. Lembra que o “Planalto de hoje não é o mesmo de há 20 anos atrás” e que se está numa fase em que se poderiam dar “passos muito significativos com vista à reabilitação social de muitas das pessoas que lá residem”.

“Não temos nada contra habitação social. Aliás, precisamos de mais. Recomendamos que se reabilitem casas e os imóveis da Câmara que se encontram devolutos. Mas não vamos trazer mais pressão para esta zona. Não vamos concentrar a habitação social apenas naqueles bairros”, defende, dando ainda conta que, para além do projeto para a construção de mais 32 fogos, está ainda previsto, na Estratégia Municipal, a construção de um segundo prédio, em Vale de Figueiras, com a mesma finalidade.

De resto, existem vários projetos previstos na área da habitação na UF. Luís Correia destaca o projeto da Quinta Grande, na zona de Lordemão, que vai até ao Hospital da Luz. “É o tal rasgar da cidade que defendi e que espero que algum dia avance, abrindo esta nova centralidade para a cidade, resolvendo-nos muitos problemas de trânsito e devolvendo-nos um pouco a proximidade aos hospitais”.

Para além desse, há também projetos previstos para o centro de Eiras, para quatro ou cinco andares, e para a zona do Monte Formoso, também para três ou quatro prédios. O presidente acredita que poderão trazer “algumas centenas de pessoas” para esta UF que é “a segunda maior em área e em população” do concelho.

Centro Cívico muito ansiado

A construção do Centro Cívico no Planalto do Ingote continua a ser muito desejada, tanto pelas associações de moradores da área como pela própria UF. Para Luís Correia, “toda a reabilitação da zona passa pela construção deste projeto, que trará uma nova oferta à população e mais gente, permitindo construir uma realidade diferente”.

O projeto previsto contempla a criação de um lar, um centro de dia, um gimnodesportivo e uma sala de artes, portanto equipamentos diversos que respondem a várias franjas da população. As valências sociais serão da responsabilidade da Fundação ADFP, prevendo-se respostas para idosos, mas também para pessoas com demência, doenças raras ou que necessitem de cuidados paliativos.

“Isto traria um conjunto de pessoas novas a frequentar o Planalto e faria com que olhassem para aquela zona de uma forma diferente, porque iriam fruir do espaço, frequentá-lo e beneficiar de todas estas respostas”, frisa.

O autarca enaltece também o “trabalho magnífico” que todas as instituições que se encontram naquela zona têm feito.

Tecido empresarial forte

Destaca também o tecido empresarial forte que se encontra sediado nesta UF. Luís Correia congratula-se pelo facto do “polo industrial não parar de crescer” e lembra que, “em 2017, 12 das maiores empresas que estavam em Coimbra estavam sediadas em Eiras e S. Paulo de Frades”.

Neste momento, há grandes empresas com projetos em curso, como sucede com a Bluepharma e a Estaco. “Não paramos e é uma pressão urbanística gigante. Tenho transmitido isso aos serviços camarários, o assunto está, de algum modo, a ser acompanhado pela Câmara, mas não com a atenção que deveria estar”, admite o presidente de Eiras e S. Paulo de Frades.

De realçar que todas as grandes marcas de hipermercados estão presentes na freguesia, havendo também um projeto do Intermarché para Eiras, assim como um novo posto de combustível.

O crescimento a nível empresarial reflete-se no crescimento populacional. Luís Correia entende que esta é “uma das freguesias que mais pode crescer demograficamente porque cada vez há mais empresas a instalarem-se nesta zona, assim como cada vez há mais oferta de serviços”.

Projeto da nova sede em andamento

Para responder às solicitações dos munícipes, é necessária uma nova sede, com mais espaço e outras condições. Este projeto é ambicionado há mais de 20 anos e está em andamento. O presidente espera que a remodelação da sede da União das Freguesias, em Eiras, comece ainda este ano. Assume, contudo, que não é propriamente o que idealiza para aquele espaço, já que continua a defender que “a nova sede devia ser construída junto ao edifício do Centro de Saúde” e que o atual edifício devia ser dedicado à “área cultural e para apoio às famílias”, com espaço de estudo, biblioteca e museu.

Mas o projeto está em curso, os edifícios contíguos foram adquiridos pelos anteriores Executivos e, como diz, “não se param processos públicos”.

Com um orçamento previsto de cerca de 400 mil euros, o projeto está em andamento na Câmara e trará dignidade à sede da União das Freguesias. De acordo com o previsto, o primeiro piso será dedicado aos serviços, haverá um espaço de copa para o pessoal e no piso superior funcionará uma sala multifuncional, com a tal biblioteca e espaço museológico.

O Executivo quer colocar também à disposição da população o Espaço Cidadão. Luís Correia assume que o idealiza para a delegação de Santa Apolónia, tendo sido essa a sugestão apresentada à Câmara.

Dinamizar as suas delegações é um dos objetivos do presidente. Atualmente, abrem duas vezes por semana em horário pós-laboral (das 17h00 às 20h00) e está a ser feito um estudo, para perceber as reais necessidades da população. No futuro, o Executivo, gostaria de ter também a sede, em Eiras, aberta no período de almoço, pelo menos um dia por semana, de forma a permitir que todos os cidadãos ali se possam dirigir para tratar dos seus assuntos.

Nesta fase, a UF está também a proceder à sua reorganização administrativa, a modernizar-se ao nível das ferramentas informáticas que, segundo o presidente, “o que tínhamos era extremamente pesado a nível de estrutura física e financeira”. A nova solução terá novas funcionalidades, permitindo que as pessoas possam resolver, alguns, dos seus assuntos à distância, a partir de sua casa, sem terem de se deslocar, presencialmente, à sede da União das Freguesias, apostando assim na desburocratização dos serviços.

Felicidade das pessoas é o mais importante

Consciente de que os presidentes de Junta são os que mais perto estão das pessoas, Luís Correia defende que a qualidade de vida e bem-estar da população deve estar sempre em primeiro lugar, o que não passa, necessariamente, por grandes projetos ou obras.

“Prefiro despender 10 mil euros em cabazes de Natal do que numa valeta. Temos obras previstas nos Contratos Interadministrativos, assinados com a Câmara, que representam quase meio milhão de euros”, adianta.

Mas, mais importante que essas obras, são as pessoas. “Tudo o que traga felicidade às pessoas faz-me sentir bem”, sublinha.

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UF quer criar Gabinete Social

A área social é uma das que mais atenção merece do Executivo e da Comissão Social de Freguesia, que integra nove instituições. “70 por cento dos apoios da área social da freguesia, desde que aqui estou, é apoio ao pagamento de rendas. As rendas subiram muito e as pessoas não estão a conseguir fazer face a essa subida”, explica o presidente, Luís Correia.

A pandemia também “pôs a nu algumas dificuldades”, às quais é preciso responder. A UF conta com o apoio do Fundo Social de Emergência criado pela Câmara e tem a Comissão Social a funcionar, aguardando nesta fase pelo reforço das verbas que, entretanto, esgotaram.

Criar um Gabinete Social é um dos projetos do atual Executivo. Os primeiros passos nesse sentido foram dados e este projeto está comtemplado no orçamento da UF, o qual representa um investimento significativo. “A ideia passa por criar esta resposta e ter uma assistente social a fazer trabalho social, a implementar projetos na área e, acima de tudo, dar a necessária assistência”, explica Luís Correia.

O presidente acrescenta, ainda, que gostaria de “poder fazer cabazes semanais para apoiar a população carenciada, assegurar apoio psicológico, fazer a ponte entre a UF e as instituições e ir, também, ao terreno, de forma a identificar a pobreza escondida, ver o que há para fazer e conseguir lá chegar”.

Este gabinete está a ser idealizado para funcionar numa das delegações da UF – em Santa Apolónia ou em S. Paulo de Frades – que estão abertas, atualmente, duas vezes por semana, em horário pós-laboral. O Executivo quer que “o Gabinete vá funcionar para uma dessas delegações, que faça o seu atendimento e que tenha por perto um armazém”. Para a outra delegação, idealiza outro tipo de iniciativas, que beneficiem a população, como o programa Qualifica.

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UF aposta na valorização do seu património natural

Ter uma freguesia mais limpa e mais atrativa tem sido uma das preocupações do presidente da União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades. Luís Correia defende que a qualidade de vida passa por aí e, para além do trabalho diário necessário, o seu Executivo tem procurado criar novos atrativos, que mobilizem as pessoas e valorizem o património, natural e construído, da UF.

A criação de um baloiço panorâmico em Eiras, numa das mais belas paisagens da freguesia, insere-se nessa filosofia. Instalado em outubro do ano passado, resulta de uma parceria entre a UF e a associação Roda Pedaleira e assume-se como um convite para um agradável passeio, a pé ou de bicicleta. Para lá chegar, basta seguir pela estrada de acesso ao antigo Moinho de Vento ou seguir os trilhos pedonais que iniciam na estrada de Eiras.

A UF vai inaugurar em breve, no dia 27 deste mês, em parceria com outra associação desportiva da UF, a Roda Dianteira, no âmbito do evento “Trilhos das Azenhas”, mais um baloiço panorâmico no Dianteiro, num dos pontos mais altos de Coimbra.

“Estamos a apostar no turismo de natureza, no desporto e no lazer. Queremos que as pessoas venham descobrir o nosso território e mostrar que, em Coimbra, há mais verde para além do Choupal. Temos aqui tão perto a Mata de Santa Catarina e a maioria das pessoas não a conhece”, realça.

Luís Correia deseja “explorar e valorizar todo esse património que não está a ser usufruído pela população, na maioria dos casos porque ela não tem conhecimento dele”. Sublinha que “há muitos tesouros escondidos neste território” que têm que ser melhorados e potenciados e, nessa área, destaca a importante colaboração com as associações e instituições locais.

Essa parceria é muito evidente, por exemplo, na questão dos trilhos que estão a ser criados e que têm que ser limpos e sinalizados. Como alguns passam por terrenos privados, há todo um trabalho a ser feito juntamente com os proprietários e com as associações locais. “Queremos identificar estes trilhos pela natureza, obter a autorização dos proprietários para os podermos sinalizar, de modo a que as pessoas possam percorrer esses caminhos em segurança”, realça Luís Correia.

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Monografia de S. Paulo de Frades

Lançar a monografia de S. Paulo de Frades é um dos objetivos do Executivo. O presidente, Luís Correia, espera “anunciar em breve o início deste trabalho de estudo”, de forma a que as pessoas possam dar também os seus contributos para este documento que honrará a história e identidade da freguesia.

“As pessoas que partem não deixam o seu legado. Muito da história dos lugares vem dos habitantes, do conhecimento popular, e não queremos que essa riqueza se perca”, realça. A monografia de Eiras já foi feita e a de S. Paulo de Frades deverá, então, dar os primeiros passos em breve, não só com os estudos do historiador que assumirá o trabalho, mas também com os contributos da comunidade.

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Feira Medieval prevista para maio

O largo da Igreja Matriz de Eiras vai recuar, previsivelmente em finais de maio, à época medieval. Luís Correia diz que foi contactado pela direção da Academia de Cultura e Desporto Wolfdance que, anualmente, dinamiza este mercado medieval e que se realizava, habitualmente, em Santo António dos Olivais mas que, segundo a direção lhe deu conta, este certame não se iria realizar, este ano, naquela freguesia. O Executivo de Eiras e S. Paulo de Frades abraçou, de imediato, este desafio e está já a trabalhar no sentido de acolher este evento. “Há cultura que temos que apoiar. Quando me contactaram nem hesitei, apesar de termos já o nosso orçamento fechado”, conta.

Luís Correia sublinha que a cultura significa “qualidade de vida” e adianta que, nesta área, estão a ser delineadas outras iniciativas, como sessões de cinema ao ar livre no verão, no Planalto do Ingote.

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Apoio aos refugiados da Ucrânia

A UF de Eiras e S. Paulo de Frades tem assegurado apoio às famílias ucranianas que chegam à freguesia, fugidas da guerra. “Estamos a receber inscrições e a comunidade já respondeu com muito boa vontade, disponibilizando imóveis para acolher os refugiados”, explica o presidente, Luís Correia.

Lembra que “ninguém estava preparado para uma pandemia, tal como ninguém estava preparado para uma guerra ou para receber refugiados”. Mas, apesar das dificuldades surgidas, todos se têm unido no apoio a quem precisa, procurando saber do que necessitam e ajudando mediante as possibilidades.

Luís Correia faz “um agradecimento público a toda a comunidade que está, sempre, pronta para ajudar quando os apelos surgem” e agradece também ao Rotary de Coimbra por todos os apoios que tem dado à UF.


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