O Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) para a Região Centro conta, nesta fase mais crítica, que começou no sábado e que vai até 30 de setembro, com 3.803 operacionais apoiados por 878 veículos e 29 meios aéreos.
Na apresentação do dispositivo, em Cantanhede, o comandante regional Francisco Peraboa especificou que os meios aéreos vão estar preposicionados em 16 pistas e aeródromos distribuídos pelas seis comunidades intermunicipais que constituem a Região Centro.
Dos 29 meios aéreos previstos, 16 são helicópteros – 13 ligeiros, dois médios e um pesado – além dos oito aviões bombardeiros médios, dois pesados, duas aeronaves de reconhecimento e um avião de reconhecimento, avaliação e coordenação. Os meios envolvidos no DECIR vão ter o apoio de seis bases logísticas, uma em cada comunidade intermunicipal da região, com capacidade de alojamento para mais de 350 operacionais.
O comandante regional salientou que Aveiro é a única sub-região com aumento de ocorrências entre 01 de janeiro e 30 de junho e que as restantes estiveram abaixo da média de área ardida dos últimos 10 anos.
Segundo Francisco Peraboa, nos primeiros seis meses do ano o uso de queimadas de sobrantes foi a principal causa de incêndio rural (25,5%), seguido do incendiarismo (21,3%) e uso do fogo em amontoados florestais (20,2%).
A presidir à sessão de apresentação do DECIR, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, salientou que Portugal vai, pela primeira vez, integrar o mecanismo europeu de proteção civil com dois meios aéreos financiados pela União Europeia.
“Temos desenvolvido trabalho para que esses dois meios aéreos possam ser preposicionados em Castelo Branco, como ficou estabelecido desde a primeira hora no diálogo com a vizinha Espanha, na medida em que terão funções de apoio também à Península Ibérica”, disse.
O ministro da Administração Interna vincou que o Governo tem estado a trabalhar nas principais prioridades das corporações de bombeiros, nomeadamente na profissionalização, através da criação das Equipas de Intervenção Permanente (AIP), “que são hoje 720, cerca de 4.000 bombeiros, quando em 2015 eram 160 equipas”.
“Hoje temos já um investimento de 60 milhões de euros, 30 milhões das autarquias e 30 milhões da administração central”, sublinhou José Luís Carneiro. Na sua intervenção, disse que estão em curso dois concursos no montante de 20 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um de 14 milhões de euros para aquisição de novas viaturas e seis milhões para equipamentos de proteção individual.