Quase 50 mil alunos ficaram colocados na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), um número ligeiramente abaixo do registado no ano passado, mas que representa a entrada de 84% dos candidatos.
Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), dos 59.073 alunos que se candidataram ao ensino superior, 49.438 ficaram colocados (o que representa menos 0,7% do que na mesma fase do concurso realizado no ano passado).
Mais de metade dos que se candidataram (56%) conseguiram alcançar uma vaga na sua primeira opção, sendo que nove em cada dez (87%) ficaram numa das suas três primeiras escolhas.
A maioria dos 1.119 cursos superiores que estavam abertos a candidaturas nesta primeira fase do concurso tem já as suas vagas ocupadas, sendo que apenas 305 cursos permanecem a ter lugares disponíveis.
No total, sobraram 5.212 vagas para a segunda fase do CNAES (menos 1,4% de lugares em relação ao ano passado), que decorre até ao dia 5 de setembro.
As escolas superiores de Enfermagem de Lisboa, Porto e Coimbra e o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa são as únicas quatro instituições de ensino superior que estão, neste momento, com zero vagas por preencher.
Alguns institutos politécnicos voltam a ser os menos procurados e com mais vagas livres, como o Instituto Politécnico de Bragança (que ficou com 944 lugares disponíveis), o de Viseu (462) ou de Braga (339).
As universidades de Lisboa (7.424 lugares), Porto (4.706) e Coimbra (3.396) foram as que abriram mais vagas para a primeira fase do CNAES. Além disso, refletem as mais desejadas instituições de ensino por parte dos candidatos, com mais alunos a colocar os seus cursos como primeira opção: Houve 9.066 candidatos a escolher a Universidade de Lisboa em primeiro lugar e 7.576 a Universidade do Porto.
Os dados divulgados pelo MCTES mostram também que há 38 cursos, sendo a maioria em institutos politécnicos e nas áreas de engenharias, aos quais nenhum aluno concorreu.
Os cursos de Engenharia Aeroespacial, por outro lado, continuam a ser dos mais procurados e com as médias de entrada mais elevadas, num grupo de 14 cursos – onde se encontram os de Medicina – em que só conseguiram lugar os alunos com uma nota média superior a 18 valores.
Os resultados da primeira fase do concurso estão disponíveis no site da Direção-Geral do Ensino Superior. As cerca de cinco mil vagas que sobraram desta primeira fase estão disponíveis no mesmo site, sendo que no dia 4 de setembro surgem as vagas que agora foram ocupadas, mas em que os alunos não realizaram a matrícula nem inscrição, voltando a ficar por isso disponíveis.
38 cursos sem candidatos
Há 38 cursos para os quais instituições de ensino superior abriram vagas, sendo a maioria em institutos politécnicos e nas áreas de engenharias, mas aos quais nenhum aluno concorreu.
Os Institutos Politécnicos de Leiria, Bragança, Castelo Branco, Santarém, Guarda, Setúbal e Tomar são alguns dos exemplos dos que não receberam procura nesta primeira fase, além de outras três universidades.
Muitos dos cursos dessas instituições são das áreas das engenharias, mas também há cursos sem procura nas universidades, como são os casos de Engenharia de Computadores, na Universidade da Madeira, e Engenharia Alimentar na Universidade do Algarve, assim como três cursos da Universidade da Beira Interior – Química Medicinal, Física e Aplicações e Bioengenharia – que não tiveram nenhum candidato.
As engenharias foram as que mais abriram vagas (mais de dez mil), e são também uma das áreas com mais candidatos a escolhê-la como primeira opção (8.635 alunos).
As engenharias só foram ultrapassadas como primeira opção de estudo pelas ciências empresariais (9.175 candidatos) e pela saúde (8.692 candidatos), sendo que estes dois cursos abriram muito menos vagas do que a procura que têm.
Ainda em relação às áreas que abriram mais vagas, destaca-se a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (que tem, neste momento, preenchidos todos os 445 lugares disponibilizados nesta primeira fase), e o curso da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (foram abertas 338 vagas, estando agora sem lugar vago).
Primeira fase do concurso de acesso traz a Coimbra 5.515 alunos
O ensino superior de Coimbra vai receber, no próximo ano letivo, 5.515 novos alunos, segundo os dados divulgados pela Direção Geral do Ensino Superior (DGES).
Enquanto a Universidade de Coimbra (UC) abre as portas para 3.282 estudantes, o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) recebe 1.922 alunos, e a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfc), por sua vez, 311.
Este total (5.515 caloiros) representa um decréscimo de 34 estudantes quando comparado com o período homólogo de 2022/2023. Entretanto, destaca-se o facto de que a ESEnfc abriu nove vagas a menos do que no passado ano letivo, passando de 320 para 311 (as quais encontram-se já todas ocupadas, sendo 149,6 a nota do último colocado).
A Faculdade de Ciências e Tecnologias (FCTUC) volta a ter lugares vazios, que podem ser preenchidos nas próximas fases. São 114 vagas disponíveis, em cursos como Química Medicinal (5), Engenharia do Ambiente (15), Química (11) e Engenharia Eletrotécnica e Computadores (40).
Já o IPC tem 217 vagas por preencher na segunda fase (24 a mais do que no ano letivo anterior), sendo o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) o que mais lugares disponíveis tem (115). A Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC, do IPC) reúne ainda 70 lugares por ocupar, enquanto a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH, do IPC) possui 31.
A média para ingressar em Medicina continua a ser a mais alta de todos os cursos da Universidade de Coimbra, com o último colocado a alcançar os 179,5 valores. A lista da UC segue com Medicina Dentária (176,5), Psicologia (172,2), Relações Internacionais (170,5) e Direito (170).
No IPC, é Fisioterapia o curso com média mais alta (último colocado com 164,4), seguido de Ciências Biomédicas Laboratoriais (162,2), Arte e Design (157,9), Gestão de Empresas (154,9) e Comunicação Social (151,5).