As Associações de Moradores do Bairro António Sérgio, Bairro da Rosa, Rua Cidade S. Paulo e Bairro do Monte Formoso, da União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, estão contra a construção de um novo edifício de habitação social naquele área de Coimbra
Aquelas associações reuniram-se, anteontem, no Planalto do Ingote para manifestar a oposição à obra da Câmara Municipal, um prédio com 32 fogos, num investimento estimado de 2,4 milhões de euros, a edificar na Rua Cidade de Cambridge.
As associações de moradores alertam para o facto de já “existir uma excessiva concentração de habitação social neste território”, realçando que somente os bairros sociais do Ingote e da Rosa já são compostos por 440 fogos.
“Esta excessiva concentração de pessoas mais carenciadas numa área delimitada consubstancia aquilo que os académicos conceptualizaram como ‘espacialização da pobreza’ e constitui uma política contraproducente e errada, conduzindo a uma injustificável e intolerável segregação e guetização da população”, argumentam.
Conforme referem as associações de moradores, o Planalto do Ingote “não precisa de mais habitação social, mas sim da construção do Centro Cívico para dotar aquele território de espaços de cultura, lazer e social que tragam melhor qualidade de vida aos moradores”.
Recorde-se que a Câmara de Coimbra aprovou no dia 21 de fevereiro, por maioria, com a abstenção dos vereadores do PS, uma proposta de anteprojeto de construção de um novo edifício de habitação social no Bairro da Rosa, com 16 unidades T1 e outras tantas unidades T3.
Na reunião da Edilidade desta segunda feira, o presidente da autarquia, José Manuel Silva, reiterou que este projeto é para avançar, assim como outros no concelho, sublinhando a necessidade de “apoiar pessoas sem capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada, no âmbito da Estratégia Local de Habitação”, um programa que prevê investimentos de 60 milhões de euros nos próximos seis anos.
Também a vereadora Ana Bastos reiterou que o Centro Cívico é para avançar, estando em fase de adjudicação a revisão do projeto, idealizado há 18 anos pelo arquiteto Carrilho da Graça e a necessitar de alterações e atualizações.