22 de Abril de 2025 | Coimbra
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Ourivesaria Costa: 85 anos a eternizar momentos

12 de Novembro 2021

A Ourivesaria Costa comemorou ontem, 11 de novembro, 85 anos, um percurso longo e honroso deste estabelecimento que é uma referência não só na cidade mas também no país. Situada na Rua Ferreira Borges, no “coração” da Baixa, é atualmente a mais antiga ourivesaria de Coimbra.

Celebrar mais um aniversário é um facto que muito honra o seu proprietário, José da Costa. Por dois motivos – primeiro porque completar mais um ano é sempre um motivo de celebração; segundo porque são 78 anos da sua vida que dedicou, com a paixão e entusiasmo que põe em todos os projetos que abraça, a esta casa.

José da Costa, que comemorou a 30 de outubro 90 anos, dedicou toda a sua vida profissional à ourivesaria. Quem tem o prazer de o conhecer duvidará deste número, o que é compreensível, tendo em conta a sua vitalidade, a riqueza do seu discurso e a sua voz jovial. Mas são realmente 90 anos de vida, 78 dos quais dedicados a esta casa. Recorda que começou no ofício com 10 anos, depois de terminar a escola primária. Era então um menino à procura do primeiro emprego. Aproveitou o primeiro que apareceu, numa oficina de ourivesaria, tendo passado dois anos mais tarde para a Ourivesaria Costa. É aí que se mantém desde então, já lá vão 78 anos.

E é um “orgulho enorme” que tem deste percurso, do seu e do estabelecimento que acabou depois por assumir. Recorda que a empresa foi fundada por três conimbricenses, mantendo até hoje a sua designação comercial e fiscal inicial, Manuel da Costa, Lda. O Costa é apenas uma “coincidência feliz”, como diz. “Eu já podia ter mudado mas não o quis fazer porque é uma homenagem ao homem que deu corpo e alma a esta loja”, sublinha.

E foi esse mesmo empenho e dedicação que colocou nesta casa, honrando assim o seu passado e continuando a construir o seu futuro. Não esconde o orgulho do caminho percorrido ao longo de todos os anos. Apesar das maiores dificuldades sentidas em algumas épocas de crise que marcaram o país, a gerência procurou sempre enfrentá-las e superá-las, continuando de portas abertas para servir todos os clientes e amigos que foi conquistando ao longo destes 85 anos.

“A Ourivesaria Costa é a mais antiga de Coimbra. Somos uma ourivesaria clássica e é com grande satisfação e muito prazer que podemos dizer que, nalgumas famílias, já servimos três gerações”, conta, destacando também a forte ligação que sempre teve à Universidade e à Academia, através dos anéis de curso e doutoramento mas também de outros artigos.

Continuar a eternizar momentos é o desejo que José da Costa tem para a Ourivesaria Costa, uma ambição que partilha com o funcionário Adérito Cioga, que também entrou para esta casa muito jovem, com apenas 14 anos. Recorda que a pandemia trouxe tempos difíceis a todos, explica que o setor ainda não recuperou a dinâmica habitual e, apesar do importante apoio do Estado, assume que “não foi suficiente”. Espera, contudo, que as melhorias surjam em breve e que os turistas que são já evidentes na Baixa comecem a regressar em maior número. “O turismo que está a chegar ainda não é o turismo de ourivesaria. Veio ajudar uma atividade que sofreu muito, que foi a restauração, mas nós ainda não sentimos o seu efeito”, realça.

Admite, no entanto, que fica feliz por ver a “sua” Baixa com muito mais movimento, mesmo estando longe “de tempos idos, em que, em alturas como o Natal e a Páscoa, era preciso pedir licença para passar na rua”.

José da Costa não esconde o seu “profundo amor por Coimbra e pela Baixa”. Sempre aqui viveu, é aqui que tem dois filhos e cinco netos e sempre teve uma forte ligação à cidade, tendo sido dirigente associativo e desportivo. Este amor foi reconhecido pela Câmara de Coimbra que, há cerca de 20 anos, o distinguiu com a Medalha de Prata por serviços prestados.

Diz que continua a ter o mesmo entusiasmo de sempre pela cidade e pela sua Baixa. “É uma alegria ver estas ruas com vida e estar cá. Aqui é que estou bem, é isto que me dá prazer. Todo este movimento da Baixa enche-me e preenche-me. Vou para casa, para a minha família, com a satisfação de ter estado onde gosto, de cumprir uma obrigação relativa e de contribuir para a Baixa não morrer. É aqui que, juntamente com a parte familiar, sou feliz”, sublinha, assegurando que aí continuará, enquanto “a saúde o permitir”.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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