O Município de Coimbra vai avançar com um plano de contingência que tem como objetivo este ano reduzir em cerca de 10% o consumo de água de rega de espaços verdes face a 2022.
De acordo com a autarquia, o Plano Municipal de Redução e Contingência apresenta como intenção atingir um consumo total de água de rega abaixo dos 120 mil metros cúbicos.
“Tendo em conta que a recorrência dos períodos de seca severa e extrema em território nacional têm vindo a ser mais frequentes em virtude dos efeitos provocados pelas alterações climáticas, a Divisão de Espaços Verdes e Jardins da Câmara de Coimbra elaborou um plano de ação para a diminuição e racionamento dos consumos de água de rega nos espaços públicos do Município”, justificou.
O plano tem ainda como intuito adaptar o Município “ao momento sensível que o território nacional atravessa, na incerteza e imprevisibilidade da duração e severidade do estado de seca, de modo a mitigar o impacto nos ‘stocks’ de água da rede pública necessários ao abastecimento das populações”.
A redução em 10% do consumo de água de rega em 2023 acompanha a tendência já verificada em 2022, onde também houve um corte de consumo de cerca de 10% face a 2021, aclarou a autarquia. “A diminuição em 2022 é ainda mais relevante se se tiver em conta que aquele ano foi substancialmente mais quente em duração e em intensidade que 2021 e, portanto, muito mais exigente ao nível da rega dos espaços verdes e árvores”, reforçou a autarquia.
Segundo o Município, o plano tem duas fases distintas “que dependem da evolução meteorológica nacional e das consequentes decisões nacionais ou autárquicas, com vista a garantir a proteção do uso do recurso água”.
“Na primeira fase, estão previstas medidas de redução até ao final de outubro ou até o início do período de chuvas. Neste período, vão ser implementadas todas as medidas no sentido de minimizar o consumo e garantir um uso equilibrado e eficiente”, salientou, recordando que a rega de árvores através de cisternas móveis só será feita com água captada no Mondego, tal como aconteceu no verão de 2022.
A Câmara refere que irá também privilegiar, do ponto de vista funcional e ornamental, a adoção de prados mediterrânicos (ao invés da relva), sendo também lançada uma campanha de sensibilização para a importância dos mesmos.
Já numa segunda fase do plano estão previstas medidas críticas, em que a rega é reduzida de modo apenas a garantir “os níveis tidos como mínimos para assegurar a manutenção e sobrevivência dos jardins históricos ou área de influência da proteção da UNESCO e poderão suspender-se plantações de flores de época ou de novas árvores”.