Quando procuramos fazer uma festa, seja ela de aniversário, batizado, casamento, comunhão, bodas de ouro, ou mesmo um evento social, queremos sempre estar à altura e proporcionar uma experiência fantástica a todos os convidados, e é precisamente isso que a Loja Love Craft faz.
Localizado na Rua Eduardo Coelho, junto ao Largo da Freira na Baixa de Coimbra, este estabelecimento é o retrato perfeito de tudo o que pode encontrar para este tipo de eventos, e não só, também para cerimónias fúnebres é possível contratar os serviços.
“Love Craft é um produto direcionado essencialmente a eventos”, começou por explicar Ana Paula Santos, proprietária do estabelecimento que por aquela rua está instalada há, pelo menos, 23 anos, tendo tido outra loja fora da Baixa. Tudo começou quando era formadora de arte floral. A sua paixão pelas flores levou-a a desenvolver um caminho de sucesso. Inicialmente estreou a sua arte com flores naturais, tendo depois experimentado as flores artificiais e consequentemente as flores secas. Com vontade de ir mais além começou a despertar interesse pela decoração, fazendo dessa área a grande aposta de hoje.
“Fazemos tudo o que está relacionado com casamentos, batizados, comunhões, desde o convite ao mais pequeno pormenor que não pode escapar”, referiu a empresária.
A arte de se destacar
Destacando que a preparação de batizados é o que tem mais procura, Ana Paula Santos conta que na sua loja procuram muito as toalhas, as velas e conchas por se tratar de um “trabalho personalizado”. “As pessoas gostam de fazer as coisas a condizer com o vestido ou a roupa da criança e mandam personalizar consoante a cor e o nome, assim como acessórios a condizer”, destacou.
Com a vantagem de conseguir personalizar as próprias peças, sejam elas feitas à máquina ou à mão, como é o caso das toalhas de batismo que podem ser bordadas consoante a preferência do cliente, a proprietária destaca que “aquilo que o cliente pedir é aquilo que será dado”. “É uma vantagem para nós termos um serviço personalizado porque é diferente do que ir a uma loja comprar uma coisa igual, onde há um pouco de repetição, do que poder fazer personalizado, desde coisas mais económicas a coisas mais sofisticadas, e assim irmos ao encontro daquilo que as pessoas querem”, notou.
Ana Paula Santos explicou ainda que é possível fazer uma interligação com os elementos desejados. “Podemos fazer um trabalho em que tudo se interliga. Começamos por um convite, vamos aos mercadores de mesa, às etiquetas para as lembranças, aos acessórios para o cabelo das crianças, entre outras coisas, e tudo na mesma linha”.
Para além disto, a Love Craft também prepara a decoração de igrejas e quintas, a nível de flores, que pode igualmente ir ao encontro das preferências dos clientes e de forma a fazer a ligação à restante decoração.
Uma referência para todos
Com serviços direcionados para datas festivas, a loja tem a sua época alta durante períodos mais propícios a decorrer cerimónias.
Ana Paula Santos confessa que o outono e o inverno “não são tão famosos” para o negócio, uma vez que “há poucas festas”. Contudo, no início do ano a procura por deixar tudo organizado até à data do evento começa a aumentar e logo depois vêm os meses altos. “Abril e maio trabalhamos muito bem, sobretudo as comunhões, e depois é essencialmente no final da primavera e início do verão”, justificou.
Com o negócio a correr de vento e popa, a proprietária mostra-se satisfeita com o sucesso da sua loja e confessa que os seus clientes são uma parte integrante para esse efeito. Com um público já vincado na sua arte, tendo muitos portugueses que vivem em Coimbra, mas também emigrantes que aproveitam a vinda a Portugal para fazer os seus pedidos, confessa que quem a procura já conhece bem o que faz. “Durante o ano tenho clientes ótimos, fiéis e que ajudam na passa palavra, mas também trabalhamos muito bem com os emigrantes, já há 25 ou 26 anos que trabalho com eles, são uma clientela que tenho em estima. Tanto eles como as pessoas que vêm aqui confiam muito no trabalho que se faz na Love Craft, já sabem que eu faço as coisas como eles querem”, disse.
Na Baixa de Coimbra, a Love Craft é já uma referência, uma vez que também não há outro espaço semelhante com estes serviços todos disponíveis. Embora cada vez mais se procure o meio online, para Ana Paula Santos a loja física ainda continua a ser uma boa aposta. “Há pessoas que valorizam muito o vir pessoalmente à loja e ver os produtos na mão e o facto de não haver muitas [lojas] aqui pode ajudar. Mas é bom que as pessoas vejam que não há qualquer receio de mostrar o nosso produto à pessoa, porque ver numa fotografia é uma coisa e ver na mão o tipo de material, de tecido, de acabamento é muito importante”.
Baixa precisa de ajuda
Situada bem no centro da Baixa, Ana Paula Santos confessa que por ali já se viveram melhores dias. Com ruas completamente abandonadas e sem qualquer espaço aberto, a proprietária afirma que “encontrar a rua com muitas lojas fechadas é das coisas que mais desmoraliza”.
Reforçando que não adianta ter um bom produto para mostrar se depois não há pessoas para o ver, acusa a autarquia de Coimbra de se esquecer dos comerciantes. “Não temos sido ajudados e especialmente a Câmara deixa a nossa Baixa ao abandono. Só querem saber das zonas nobres da cidade, como eles chamam, e a parte da Baixa, que às vezes tem coisas que as pessoas nem imaginam, não ligam. Somos desvalorizados”.
Insatisfeita com a atitude que as autoridades competentes têm com a Baixa de Coimbra, afirma ainda que há problemas sérios que devem ser tomados em conta. “Temos pouco policiamento, temos as ruas degradadas, temos pessoal que não deviam andar aqui e devia ser ajudada em centros de solidariedade social”.
Contudo, Ana Paula Santos apela ao esforço de todos para que a Baixa veja melhores dias. “As têm de vir mais vezes, mais não seja só passear porque é muito importante que a nossa cidade fique povoada de pessoas, que realmente enchem a cidade e apreciem o trabalho que está aqui. Tem de ser um esforço conjunto de todos, começando pela autarquia”, refere.
Considerando “um bem inestimável”, lamenta que na Baixa haja coisas tradicionais que estão a desaparecer, como as lojas de enxovais e sapatarias.