O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra “é um hospital seguro e que tem vontade tratar os seus doentes”. Esta foi a principal mensagem transmitida pelo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, na segunda feira, no final de uma visita àquela unidade hospitalar.
Carlos Cortes enalteceu o trabalho desenvolvido pelo IPO no contexto de pandemia e sublinhou que “as pessoas não podem ter medo de vir aos seus hospitais”, acrescentando mesmo que, neste momento, “aquilo que é mais perigoso para os doentes é estarem nas suas casas e não virem às consultas e realizar os seus tratamentos”.
Carlos Cortes destacou todos “os esforços e procedimentos” desenvolvidos pelo IPO para “proteger os doentes e profissionais de saúde” e para continuar a assegurar os tratamentos aos doentes oncológicos que “não podem esperar, têm que ser diagnosticados e tratados”. Apesar de todos esses cuidados, a atividade médica diminuiu, em parte devido “à diminuição da referenciação e da desistência de muitos doentes”. O presidente da SRCOM explicou que, de acordo com os dados que lhe foram comunicados durante a visita, “à volta de um doente em cada cinco desistiu das suas consultas”, um facto que terá “um impacto negativo na evolução da doença”.
Das mais de 40 mil consultas realizadas anualmente pelo IPO de Coimbra, cerca de sete mil foram prejudicadas, com os utentes a terem receio de se dirigirem ao hospital. Destas, algumas já foram feitas e as restantes estão a ser agendadas.
Neste momento de retoma, o IPO está a fazer todos os esforços para “estabilizar ao nível dos 100 por cento”, ou seja, como estava antes da fase da Covid-19, estando também as consultas a ser recuperadas. “Há aqui um sinal muito positivo que gostaria de transmitir aos doentes, que devem vir às consultas, aos exames e tratamentos oncológicos e cirúrgicos e que podem fazê-lo em total segurança”, sublinha.
Carlos Cortes enalteceu também a vertente humanista do hospital que, neste contexto, “fez um esforço muito louvável no que diz respeito à humanização dos serviços e dos doentes”, tanto através da consulta virtual como ao proporcionar condições para que os doentes pudessem falar com os seus familiares, uma medida que tanta importância e significado teve para todos.