“Cultura”. Quase se poderia escrever com meia dúzia de letras esta pequena palavra, portadora de um significado tão extenso e variante, consoante o que dela se aborda. Desde o homem mais analfabeto, ao indivíduo mais erudito, cada um é intérprete desta palavra. Cada Ser faz parte de um Povo, com história, com memória, com desafios e muitos saberes. É muito mentiroso aquele que afirma que quem não sabe ler nem escrever não tem sabedoria, não tem cultura. Ignorante é aquele que assim pensa destes homens e mulheres que não puderam aprender a desenhar as palavras ou a soletrar as frases mais bonitas dos livros, pessoas que se formaram com a vida e são por vezes uma biblioteca tão cheia que oralmente se descobre. Muitos foram aqueles que carregando muita mágoa e pena, pelos sacrifícios e dificuldades da vida não puderam ter acesso ao ensino. Falar apenas no pretérito seria um erro, pois continua a ser uma realidade pelo mundo, nomeadamente em alguns países, as restrições e a impossibilidade do acesso ao ensino.
Quase como quem goza e abusa, há aqueles que não querem aprender, os que se negam à escola, os que vão só por obrigação, não entendo os valores que lhes são incutidos. A vontade de aprender e conhecer é o ponto de partida para a crescença de qualquer Ser, seja em que aspeto for nas mais diversas fases da vida. Depois existem aqueles que surgem com a ideia ridícula de “Eu já sei tudo!”, uma frase grave que afeta a sociedade em que vivemos.
A letras maneiras, no comprido significado do que é a “cultura”, aparece uma palavra mais miúda ainda, “livro”. A leitura leva-nos a conhecer, a viajar, a sorrir ou mesmo a penar. Numa Era cada vez mais digital, a leitura é hoje muito versátil da maneira como se apresenta e nos mais diversos conteúdos que transmite. No entanto o papel não morrerá tão cedo, pois ainda tem muitos adeptos. Em algumas faces do globo, os livros, revistas e jornais são aos milhares, enquanto noutros cantos ainda há gente que sonha por um livro.
Há imagens que nos marcam, retratos que não conseguimos legendar da forma como merecem, como aquela cópia de uma fotografia que um dia achei dentro de um velho caderno de meu pai, vindo mais tarde a saber que foi capturada durante a 2.ª guerra mundial, nos destroços de uma livraria em Londres após um ataque aéreo. Poderia legenda-la com as mais sentidas frases, mas “há imagens que valem mais que mil palavras”. Tente-a legendar a consciência e o espírito do leitor.