Amo Coimbra. Nasci em Coimbra, sou um verdadeiro «coimbrinha», em toda a plenitude da palavra.
Só não me vendo ao passado; reflicto sobre a construção e (des) construção das memórias e dos seus equívocos.
Vejo passar os dias, e, quase todos os dias, são para sempre.
Não posso aceitar tamanha benevolência e quietude. Por isso, escrevo em verso tamanho desassossego.
Olho a Coimbra minha a desvanecer. Tenho que a empurrar e não endeusar.
O verso é uma arma que não desarma….
I
Coimbra, da minha varanda, aos meus pés;
Olho-te; ainda bela Rainha, és?
Coimbra, quanto amor, agora, cantas?
Ou semeias desamor?
Talvez desencanto,
Ou o «intermezo» entre exaltação e pranto?
Coimbra és desacontecimento,
Ou ainda conhecimento?
II
Coimbra no Rio vertida,
Porque choras, desalentada e ferida?
Coimbra, estás à janela?
Não te vislumbro; p´ra onde foi Ela?
III
Ó Coimbra, o que estou eu a dizer!
Sabes, é para te rejuvenescer,
P´ra que voltes a saber – fazer.