A Câmara de Coimbra está a estudar novas tecnologias para aumentar a fiscalização de estacionamento indevido, considerando insuficientes as medidas atuais, mesmo após o aumento de agentes e o reforço da fiscalização pela Polícia Municipal. Entre as possibilidades em análise estão câmaras instaladas nos veículos da Polícia Municipal, à semelhança de iniciativas implementadas noutras cidades, como o Porto.
“Mesmo com mais agentes na rua, não é suficiente. Temos de modernizar e agilizar os processos de fiscalização, recorrendo a novas tecnologias e inteligência artificial”, afirmou o presidente da Câmara, José Manuel Silva. Segundo o autarca, o objetivo é aumentar a eficiência e desburocratizar os procedimentos, promovendo uma maior consciência cívica no trânsito e no estacionamento.
O aumento das multas reflete o esforço já em curso. Os talões de autuação quase duplicaram nos últimos cinco anos, passando de 13.095 em 2019 para 21.612 em 2024. Contudo, José Manuel Silva admite que ainda há “excessivas prevaricações” e destaca que a fiscalização mais intensa é essencial para mudar comportamentos.
Os resultados financeiros desse aumento de fiscalização são significativos. A receita municipal oriunda de multas passou de 133.747 euros em 2017 para 295.767 euros em 2023. Já os rendimentos dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), com parcómetros e parques de estacionamento, também cresceram, atingindo 1,09 milhões de euros em 2024.
Apesar do progresso, o autarca reconhece a necessidade de maior eficácia e planeia reforçar a fiscalização em múltiplas frentes. “Os comportamentos não mudam de um dia para o outro. A tecnologia será uma aliada indispensável para melhorar os processos e garantir que Coimbra avança para uma gestão mais eficiente e moderna”, concluiu.