A Sala 50 do Museu do Turismo, localizada no Café Santa Cruz, na Praça 8 de Maio, conta agora com uma imagem em granito de Santo António
(coleção particular) e, ainda, com uma caixa, identificada com o nome do
Café, que foi utilizada nas décadas de 60, 70 e 80, para transportar o
pequeno almoço e o lanche para os diversos consultórios e escritórios
que existiam nas redondezas deste estabelecimento.
Estas novas peças reforçam o espólio desta sala do Museu do Turismo que, recorde-se, é a segunda situada em Portugal, dedicando-se à história da cidade de Coimbra e do Café Santa Cruz. A primeira Sala, n.º 20, está na VEFA Travel Tours, na cidade do Porto, e é dedicada à história do Caminho de Santiago. Mais recentemente abriu no país a Sala n.º 66, localizada na Fundação Santoinho, em Viana do Castelo, dedicada à história do transporte público de passageiros.
De referir, contudo, que o Café Santa Cruz é o primeiro Café Histórico a estar presente com uma Sala no Museu do Turismo. Depois dos tempos difíceis que a pandemia trouxe, com o encerramento do café a prolongar-se por vários meses, a gerência realça que esta sala representa “um forte contributo” para perspetivar “um melhor futuro”, principalmente através da retoma económica mas também cultural, social e humana.
O Café Santa Cruz está instalado na antiga Igreja de S. João de Santa Cruz, em Coimbra, num edifício construído por volta de 1530 para ser utilizado como igreja paroquial mas que, ao longo da sua história acolheu diversas funções. O edifício foi classificado como Monumento Nacional em 11 de outubro de 1921 e o Café-Restaurante foi inaugurado a 8 de maio de 1923.
A exposição está no interior do Café e foi preparada ao longo do segundo confinamento, que decorreu de 15 de janeiro a 4 de abril. Começa com uma cadeira de 1923, uma peça original do Café Santa Cruz. Segue-se um conjunto de fotografias que ilustram vários momentos, desde a queda da Torre de Santa Cruz (1935), a Queima das Fitas (1940), a intervenção na Praça 8 de Maio (1995) ou fotos que retratam as transformações do edifício onde está o Café Santa Cruz (século XIX e XX). Encontram-se ainda expostas as primeiras plantas de alteração da fachada do edifício do Café, que datam de fevereiro de 1921. Há ainda uma planta da Praça 8 de Maio, na altura Largo de Sansão, datada de 1796. A fechar este espaço museográfico encontra-se um marco do Mosteiro de Santa Cruz (século XVII) que servia para limitar a propriedade pertencente aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, os Crúzios.
O Café Santa Cruz explica que o “Museu do Turismo” é uma iniciativa sem fins lucrativos, que “pretende divulgar a história do turismo e, deste modo, honrar todos os antepassados (os profissionais e as empresas) que nos permitiram receber este legado”.