O reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, vai recandidatar-se ao cargo, cuja eleição vai decorrer em fevereiro do próximo ano. “Estarei certamente no boletim eleitoral”, disse o reitor da UC a propósito do balanço do atual mandato.
Amílcar Falcão espera durante a época festiva desenhar o programa com que se vai candidatar, “que será de continuidade, mas que terá novos vetores que apareceram com as dinâmicas que estes quatro anos mostraram”.
O reitor da UC considerou que, apesar de a pandemia ter afetado os planos da sua equipa, “foi possível cumprir 85% daquilo a que se tinha proposto”, considerando também que algumas propostas acabaram por ser aceleradas por causa da pandemia, como o caso da desmaterialização e digitalização de toda a universidade. “A pandemia empurrou-nos para uma intervenção muito mais ativa nesse campo”, referiu, realçando que o edifício digital da UC, neste momento, “permite à instituição ter autonomia a vários níveis, não precisando de plataformas como o Zoom ou o Teams, contando com as suas próprias ferramentas que interagem com a base de dados académica”.
A UC conseguiu também recuperar os registos pré-pandemia em áreas como a mobilidade e os estudantes internacionais, faltando o turismo, “em que ainda se sente uma quebra de 25% a 30%”. Na área da investigação, o responsável destacou a capacidade de captação de financiamento competitivo, “que tem crescido ao longo dos tempos”.
“No Horizonte 2020 fomos a entidade autónoma que mais angariou dinheiro, mais de 40 milhões de euros. Com o Horizonte Europa [novo programa], em dois anos, já vamos com 25 ou 26 milhões angariados. Temos já mais de metade do financiamento que conseguimos nos outros sete anos”, avançou.
De acordo com Amílcar Falcão, a construção do edifício UC Biomed, um investimento de cerca de 20 milhões, “avança no ritmo previsto”, devendo estar concluída no final do próximo ano e com os primeiros investigadores no local no primeiro trimestre de 2024.
Questionado sobre a Entidade para a Transparência, que se previa instalar no Palácio dos Grilos da UC, Amílcar Falcão adiantou que a primeira das três fases de requalificação do edifício exigidas pelo Tribunal Constitucional “deve terminar em janeiro”.
“Foi feito um plano, mas, entretanto, o Governo mudou e mudaram os interlocutores, pelo que durante algum tempo não tivemos sequer interlocução”, disse, acrescentando que “uma vez que queríamos recuperar o edifício, avançámos com a fase 1 de recuperação, com receitas nossas, que iríamos fazer independentemente de a entidade vir ou não”.