19 de Abril de 2024 | Coimbra
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MANUEL BONTEMPO

A prostituição da consciência

8 de Fevereiro 2019

O mistério do mundo, a atmosfera das pesadas relações sociais, os regulamentos ditados por díspares e antagónicos conceitos, o senhor e o escravo, as dificuldades dos contactos humanos e humanizados, a quase impossibilidade da pessoa identificar o bem e a verdade gera o crime, o dolo e onde a prostituição é uma possessão eterna na prática do mal. Vem desde as calendas gregas.

O mundo foi concebido já com o pecado regional. Parece que o mundo foi criado por um sádico para se prostituir não só na matéria, na fisiologia do corpo, mas no espírito e na alma.

Há muitas formas de prostituição. Não só na mulher que vende o seu corpo, no adultério da mulher fanada, da mal casada, da juridicamente criminosa.

Quem não conhece em pensamento as orgias da idade média e de outras épocas dos Bórgias e do tempo da ditadura com ministros do fascismo em bacanais na área de Cascais.

A prostituição de conduta criminosa está na corrupção por elementos da alta burguesia, de gente bem colocada na administração pública, empresários, funcionários de coisa pública, banqueiros e quejandos.

Prostituídos na consciência. O crime atinge eclesiásticos, gente afinal transviada.

Há a prostituição geral, os que sujam os ambientes e, consequentemente, desenvolvem o mal estar social, os que ofendem a justiça na prática cega do mal, do hediondo, sem uma noção supra psicológica do homem, do dever, da defesa do bem comum.

Criminosos. Prostituição não é só a vulgar “rameira” que comercializa o seu corpo a quem passa.

A prostituição – a profissão mais velha do mundo – sobrevive à derrocada da civilização, da cultura, da religião. Para todo aquele que queira fazer história sociológica tem de retomar este tema, esta política de costumes, estes interesses teoréticos e práticas da prostituição.

É um paradigma e modelo social das sociedades antigas e ainda hoje sobrevive com as suas trágicas consequências.

O mal está em políticas erróneas, prostituído alastrando o desemprego particularmente neste período de tremendas desigualdades, baixos salários para a maioria deste povo lusitano e surge o roubo, o tráfico de milénios, o sequestro, a violação, o homicídio, o parricídio, a lavagem de dinheiro, a fuga ao fisco por gente de colarinho alto, militar ou civil.

O país é o que tem mais mães solteiras de toda a Europa. Os maus tratos domésticos é assustador.

A violência na sociedade portuguesa é uma reação instintiva. O quotidiano comum é textualmente mau. Esta dicotomia ou esta narrativa descrita e até dialética fundamenta-se no crime exercido por gente de alto gabarito encoberta pela manta do aparente prestígio.

Que a justiça tenha a tradicional contextura do reparar do dolo, ou seja que o criminoso seja formalmente castigado no significado de menos ou maior justiça ao repor o castigo sem reserva.

A prostituição tem portanto várias vertentes.

Que o postulado humanista exista nos tribunais e a justiça se faça doa a quem doer!


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