“Trabalhos de Casa”. É este o nome escolhido para o ciclo de quatro espetáculos que vai assinalar os 30 anos d’ A Escola da Noite. A companhia de teatro vai apresentar, de janeiro a abril, no Teatro da Cerca de São Bernardo (TCSB), quatro das suas mais recentes peças, permitindo assim que o público possa ver ou rever peças de Gil Vicente, Matéi Visniec e Gonçalo M. Tavares.
De acordo com a companhia, trata-se de “uma mostra de algumas das principais linhas de reportório” que marcam o seu percurso, representativa “dos caminhos que o grupo foi abrindo e consolidando ao longo dos anos”.
A abertura estava prevista para ontem, com a estreia, em Coimbra, de “Floresta de Enganos” mas esta co-produção de A Escola da Noite e do Cendrev acabou por ser adiada uma semana, para 20 de janeiro, devido à necessidade de isolamento de um dos elementos da equipa do espetáculo.
Estará, assim, em cena no TCSB entre 20 de janeiro e 6 de fevereiro, de quinta a domingo (exceto 30 de janeiro, dia das eleições legislativas).
Começa depois a temporada para o público escolar de “Embarcação do Inferno”, entre 15 e 25 de fevereiro, de terça a sexta feira. A companhia apresenta ainda quatro sessões para o público em geral do mais conhecido texto de Gil Vicente, nos fins de semana de 19 e 20 e 26 e 27 de fevereiro.
“Palhaço velho, precisa-se” cumpre uma temporada de duas semanas, entre 24 de março e 3 de abril, de quinta a domingo.
Já “Cidade, Diálogos” estará em cena entre 14 e 30 de abril, também de quinta a domingo.
Os dois primeiros espetáculos são uma co-produção com o Cendrev e são as mais recentes abordagens d’ A Escola da Noite ao universo vicentino.
Os bilhetes custam 10 euros para o público em geral e seis euros para estudantes, jovens e maiores de 65 anos. Há, ainda, um bilhete geral para os quatro espetáculos, que pode ser adquirido no TCSB por 20 euros.
As comemorações destes 30 anos vão estender-se até 27 de março de 2023. Recorde-se que A Escola da Noite fez a sua primeira prova pública de existência a 27 de março de 1992, com a estreia de “Amado Monstro”, de Javier Tomeo. Desde então, estreou 72 novas criações, ao longo de três décadas de trabalho contínuo e regular, sem interregnos, que o grupo deseja celebrar com o público.
No seu manifesto inicial, de 1992, a companhia afirmava querer “contribuir, pela sua visão e interesses teatrais próprios, para a diversificação do olhar e do espectro de escolha do espetador”. “Importante para nós – afirmava-se – será que o público possa ler o nosso percurso e ir estabelecendo protocolos baseados no encontro possível das suas necessidades culturais com a nossa evolução”. Defendia-se, assim, a autonomia da criação artística, mas reservando um papel decisivo, constituinte e integrado no processo evolutivo da companhia, para um público que se desejava crítico e próximo.