O volume de negócios das 50 maiores empresas do concelho de Vila Nova de Poiares ultrapassou os 435,23 milhões de euros no ano passado, cerca de mais 30,84 milhões do que em 2018, segundo os dados da Informa que podem ser consultados na listagem que aqui publicamos. Este crescimento em termos económicos traduz-se também em emprego, empregando estas 50 maiores empresas 1.541 trabalhadores, mais 48 do que no ano anterior.
No topo desta tabela das 50 maiores empresas do concelho de Vila Nova de Poiares mantém-se a empresa Alves Bandeira & CA, SA (comércio a retalho de combustível para veículos a motor), com 287,26 milhões, mais de 18 milhões do que no ano anterior.
Nas posições seguintes não há, também, mudanças a registar. A Alves Bandeira Tyres, SA (comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis) continua em segundo lugar, com uma faturação de 25,5 milhões. Na terceira posição mantém-se a Ansell Portugal – Industrial Gloves, Sociedade Unipessoal, Lda (fabricação de equipamento de proteção e segurança) com um volume de negócios de 24,05 milhões e em quarto lugar continua a Fresbeira – Indústria de Carnes, Lda (abate de gado) com 21,37 milhões.
A primeira “mexida” surge no quinto lugar, ocupado pela Unitractores – Equipamentos Florestais e Industriais, Lda (comércio por grosso de máquinas e equipamentos agrícolas), que sobe um lugar, registando uma faturação de 7,1 milhões. Troca, portanto, de posição com a M. N. Carvalho & CA, Lda (comércio de materiais de construção e equipamento sanitário), que passa do quinto para o sexto lugar, com um volume de negócios de 5,69 milhões.
No resto do “top 10” desta tabela não há mais mudanças. A Dispan – Distribuidora Conimbricense de Matérias-Primas para Panificação, Lda continua na sétima posição, com um volume de negócios de 3,97 milhões de euros; a Sociedade de Transportes Poiarense, Lda na oitava, com 3,92 milhões; a Transfraga – Transportes de Mercadorias, Lda na nona, com 3,89 milhões; e a J. Silvas & CA, Lda na décima, com 3,81 milhões.
A nível do emprego, a Alves Bandeira & CA, SA aparece também numa posição muito destacável, ao assegurar 507 postos de trabalho. Na segunda posição está a Ansell Portugal – Industrial Gloves, Sociedade Unipessoal, Lda, com 326 empregos, e na terceira está a Fresbeira, com 69.
A nível de setores, destaque para o comércio a retalho com 15 empresas, para o comércio grossista com 13, para as indústrias transformadoras com oito e para o setor dos transportes com seis.
Poiares tem muito potencial para crescer
O trabalho que as empresas do concelho têm vindo a desenvolver é um motivo de “grande orgulho e uma mais valia para Vila Nova de Poiares”. O presidente da Câmara, João Miguel Henriques, congratula-se com este dinamismo e lembra que “os empresários de Poiares sempre tiveram uma grande capacidade empreendedora”, o que permitiu criar neste concelho “um dos maiores pólos empresariais da região, que alberga um conjunto significativo de empresas, algumas delas de grande dimensão e que empregam pessoas não só de Poiares mas também dos concelhos vizinhos”.
“Somos um concelho empregador e que, naturalmente, tem esta capacidade de criar riqueza através do volume de faturação das nossas empresas”, realça o autarca, acrescentando que este é um concelho “sem desemprego e que emprega muitos trabalhadores dos concelhos vizinhos”. João Miguel Henriques diz que a maioria dos trabalhadores são de Poiares mas, sendo este um concelho pequeno, as empresas têm necessidade de mais mão de obra, recorrendo por isso “aos concelhos vizinhos para recrutar trabalhadores para preencher as necessidades das suas empresas”.
O presidente da autarquia diz que o Pólo 1 está, neste momento, “praticamente preenchido”, existindo apenas “alguns espaços que não estão em atividade”, ainda na sequência das “dificuldades vividas durante a última crise económica que tivemos, entre 2009 e 2013”. Apesar disso, todos os espaços estão entregues a empresários e a maioria está em atividade.
“Em função desse preenchimento completo daquilo que é a capacidade do parque empresarial em termos de resposta, tivemos necessidade de avançar para a sua ampliação, com a construção do Pólo 2”, realça. Este projeto está em curso, tendo sido submetido a uma candidatura, que foi aprovada. Trata-se, segundo o autarca, de “uma empreitada de cerca de 1,5 milhões de euros, que permitirá ampliar a zona de fixação de empresas em mais 20 hectares”. João Miguel Henriques adianta que estão a ser feitos “os lotes para a instalação de novas empresas”, não reunindo ainda “as condições definitivas” para que as empresas ali se possam já fixar. Acredita, contudo, que “em meados de 2021 todas as infraestruturas possam estar concluídas e os lotes prontos para receberem novas indústrias”.
Com este investimento, a autarquia quer “dar resposta àquilo que continuam a ser as necessidades que são apresentadas pelo mercado”, uma vez que, como frisa João Miguel Henriques, “Vila Nova de Poiares continua a ser procurado, quer por empresários locais quer de outros pontos do país, para aqui construírem as suas instalações”.
Congratula-se também pelo facto de o concelho ter “condições para continuar a receber novos empresários” e sublinha que “quanto mais vierem melhor”. “Nós procuraremos sempre dar resposta às necessidades. Não temos, neste momento, desemprego no nosso concelho, é verdade que com esta crise provocada pela pandemia poderão haver algumas situações pontuais mas ainda essas dentro de um nível perfeitamente aceitável. Temos também esta capacidade de recrutar facilmente novos trabalhadores, dada a proximidade com os concelhos vizinhos. Portanto, Vila Nova de Poiares será sempre uma excelente oportunidade para quem quiser fazer os seus investimentos”, realça.
João Miguel Henriques lamenta, todavia, que este crescimento em termos empresariais não se verifique também no setor da habitação que tem estado, mais ou menos, estabilizado nos últimos 10 anos, muito fruto da “falta de resposta às necessidades de quem procura habitação própria”. “Este é um mercado que não está ainda devidamente explorado e que gostaríamos, naturalmente, que tivesse outra dinâmica porque existe procura. Tenho a certeza de que se esse mercado fosse mais potenciado seria muito bom tanto para quem quer residir em Vila Nova de Poiares como para quem venha a fazer esses investimentos”, termina.