Há gente que se desdobra em mil vénias para um lugar ao sol. Curvam-se para obter uma posição mesmo efémera, de circunstância com o seu nome bem parecido no cartaz, na montra das vaidades.
Assim também na arte, na cultura, de muitos incompetentes no rogo de um elogio imerecido para alcançar um lugar de relevo.
No fundo muitos andrógenos a tomar lugar de primeira página. Burlescos pela afetação suficiente de julgarem saber tudo e pela exigência bizantina de uma falsa postura cultural e cívica procede o snob à invasão de campos éticos que lhe são vedados pela incompetência!
Entretanto são tolerados e até bem vistos, na função de fazer rir o mais sisudo.
Se Littré definia o snob como o “estado de homem que admira servilmente as coisas vulgares” há quem afirme, o que está certo, na equivalência entre o snob e o sapateiro, tão bem consubstanciado entre o povo no prolóquio: “Quem te manda a ti, sapateiro tocar Rabecão”.
De facto o snob ou pedante é um falso intelectual e artista obscuro que se divide num ridículo jetset e representa personagens coxas, míopes, de cérebro enfezado que vive nas reuniões, nas notícias dos jornais sempre em bico dos pés!
Assistimos em certas áreas da cultura uma comédia de fingimento ou de corrupção mental com o jogo trapaceiro destes figurantes na política, na imprensa, nos comentadores de mil coisas banais.
Os andrógenos – alguns em lugares de relevo – são um desplante que chega a ser normal à força da insistência, ser uma sub-inteligentsia do nosso mundo cívico, ou do consciente do subconsciente de alguns pseudo dotados, como nos aborrecem nas charlas televisivas ou em crónicas de ridícula teatrada.
Escrever para a imprensa é sempre um ato de grandeza moral!
Escrever para muitos agentes da cultura é, infelizmente, uma pequena vaidade que empobrece a verdade relativa do texto…