9 de Novembro de 2025 | Coimbra
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ANTÓNIO INÁCIO NOGUEIRA

Testemunhos: Saberes elementares sobre a(s) guerra(s)

18 de Março 2022

A guerra é tida como uma característica arreigada da humanidade, uma espécie de doença irremediável. Mas, apesar do seu horror, a guerra é aprontada pelas culturas, e, ainda que se utilize a todo o tempo o adjectivo desumana para descrevê-la, não se pode negar ser o resultado de uma forte expressão humana. Reprovável, mas humana.

A palavra «guerra», segundo a opinião de muitos autores, “tem origem num grito de combate, um som gutural – Werra – donde derivam as várias formas da língua latina (português, espanhol, francês e italiano). Do mesmo grito derivam também as palavras alemã e inglesa – wehr e war respectivamente”.

A guerra é quase tão antiga quanto o próprio homem e “penetra nos lugares mais secretos do coração humano, lugares onde o EU dissolve os propósitos racionais, onde o orgulho reina, onde a emoção predomina, onde o instinto é rei” As lições da história “lembram-nos que os estados em que vivemos, as suas instituições, e até as suas leis foram criadas e chegaram até aos nossos dias por via do conflito, frequentemente do tipo mais sanguinário”. Veja-se o actual conflito, com que nos deparamos,

É, no entanto, um fenómeno difícil de definir, até porque nos dias de hoje não existe a guerra mas sim uma variedade imensa de guerra(s), No entanto, uma imensidão de especialistas da coisa militar foi formulando as suas definições. De todas as conhecidas escolheram-se: as de Heraclito “A guerra é a raiz do mundo”, a preferida de Bertrand Russel na “História da filosofia ocidental”; a de Clausewitz uma “notável trindade”, a de Gaston Bouthoul “La lutte armée e sanglante entre mouvements organisés”, e ainda a de Garcia, como sendo a “Violência armada e sangrenta, entre grupos organizados, num ambiente hostil, incerto, evolutivo, tendo como finalidade mais evidente o acesso ao, ou a manutenção do poder”.

Ao analisar o âmago de algumas das concepções pode afirmar-se que elas confessam dois aspectos basilares: o sociopolítico e o técnico-militar. Mas elas interiorizam também a inevitabilidade da guerra e a forma suprema de luta para resolver as antinomias sociais.


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