De um modo geral, ao longo dos séculos, o nome Maria foi dos mais vulgares em Portugal, gerando até ditos populares, tais como, “há muitas Marias na terra”, “Maria vai com as outras” etc. Mas, então, de onde vem a popularidade do nome?
Maria é um nome de procedência incerta, provavelmente, originado a partir do hebraico Myriam, com a significação, por exemplo, de “senhora soberana”. Por ser um nome muito difundido, dizem, muito antes da época de Jesus Cristo, é possível que derive de Maryáh. Este quer dizer literalmente “a pureza”, “a virtude”, “a virgindade”. Há autores que atribuem a origem do nome Maria à raiz egípcia mry, que designa “amar”. Existem outras teorias que dão o significado do nome Maria a “mar de amargura”, “a forte”, “a que se eleva” ou, ainda, “estrela-do-mar”. No entanto, segundo alguns registos históricos, existem mais ou menos setenta outras interpretações, como por exemplo, “amada de Deus”, “Mulher que exerce o supremo governo do um Estado”, “Rainha”, “ Imperatriz”. E, por fim, “a que ocupa o primeiro lugar”, “ a que tem a primazia entre outras”.
O que isto tem de peculiarmente importante, é o facto de ainda nos terem chegado diversas superstições relativas ao nome. Por exemplo, «até há poucos anos ainda se acreditava que caso uma mulher tivesse sete descendentes do mesmo sexo, o sétimo deles se tornava um lobisomem ou numa bruxa – e o truque para evitar essa tenebrosa ocorrência passava, entre outros procedimentos, por dar o nome de Maria a essa filha». E ideias como essas, apesar de estarem hoje extintas, comprovam que noutros tempos se acreditava que o nome tinha certas propriedades mágicas. Assim, quando se aproximava a hora de dar um nome aos filhos, é provável que muitas pessoas pensassem: – «pelo sim, pelo não, mais vale não arriscar». E assim se continuou a perpetuar o nome.
Nos dias de hoje, Maria é um nome como qualquer outro. Já ninguém pensa em coisas como as que argumentámos acima. No entanto, a popularidade do apelido mantém-se relativamente estável, qual espécie de homenagem implícita às memórias dos nossos antepassados.
Em 2020, Maria foi o mais escolhido para as raparigas, isolado ou associado a outros nomes. Tem sido uma constante ao longo dos anos e com larga maioria em relação aos restantes.
O Diário de Notícias teve acesso à lista dos nomes mais comuns das crianças registados nas conservatórias até à segunda semana de dezembro de 2020. Ganha claramente a Maria, o nome dado pelos pais a 4.872 bebés. Em segundo lugar, e a uma grande distância, surge Leonor, a escolha para 1.310 crianças. Mas atenção, Maria não apenas na sua forma comum, mas também articulado com outros nomes e formando combinações, como Ana Maria, Maria Helena, Maria Alice, entre outros.
Olá Maria!… Bom dia.