(Continuação / conclusão do número anterior)
Os sintomas iniciais da gripe espanhola incluíam dor de cabeça e cansaço, a que se seguia uma tosse seca e cortante, perda de apetite, problemas de estômago e depois, no segundo dia após, suor desmesurado. Em seguida, a doença iniciava a afetação dos órgãos respiratórios, com grandes possibilidades de desenvolver uma pneumonia de debelação muito complexa. Mark Humphies (citado por Jorge Henriques Martins), explicita que a pneumonia ou outras complicações respiratórias foram, frequentemente, as principais causas de morte.
Logo que aportada ao continente europeu, a doença foi levada por esse mundo além, pela deslocação de pessoas, pelas viagens ou pelo sistema de transporte internacional de mercadorias. máscaras foi comum.
O carácter expansionista da gripe espanhola levou os frágeis e escassos sistemas de saúde ao colapso, devido à grande quantidade de pessoas doentes. Os médicos à época, não sabiam como tratar adequadamente a doença, primeiro, por ela ser nova, e segundo, porque a medicina até então não possuía conhecimentos suficientes para expurgar tal complexa ação. Uma série de medicamentos começaram a ser administrados aos doentes como tentativa de combatê-la, mas mostraram-se ineficazes. Os tratamentos dedicaram-se, dessa forma, e apenas, a aliviar o sofrimento dos pacientes.
Isso impeliu à tomada de medidas de emergência, como a improvisação de hospitais e de leitos para atender as pessoas que adoeciam e à adoção de medidas de isolamento social. Assim, foram decretados o fechamento de escolas, igrejas, comércio e repartições públicas em diferentes países. Em alguns deles, como nos Estados Unidos, adotou-se o uso de máscaras para reduzir o contágio. Muitos locais incentivaram a população a entrar em quarentena, facto que teve êxito assinalável, como afirmou o estudioso J. N. Hays na sua publicação Epidemics and pandemics. Their impacts on human history. (Austin, Texas: Fundação Kahle, 2005).
Há, no entanto, uma explicação que continua a não ser dada ou sabida, segundo vários estudiosos, por que razão a doença era de mortalidade mais elevada em jovens de 20 a 30 anos?
Daniel Neves Silva, baseando-se em vários cientistas e estudiosos, apresenta algumas das consequências da gripe, afirmando: a gripe espanhola foi uma das piores pandemias da história da humanidade. Mostrou-se como uma doença com grande capacidade de contágio e altamente letal. Os especialistas do assunto falam que 25% de toda a população norte-americana foram afectados pela doença, o que corresponde a um valor situado no intervalo, 25 a 30 milhões de pessoas.
Ao todo, os eminentes estudiosos do assunto, apontam para valores de mortalidade entre 1918 e 1919 de 50 milhões de pessoas, mas algumas estatísticas elevam esse total até aos 100 milhões de pessoas… a Índia, registou, no mínimo, 18 milhões de mortos.
E em Portugal, caros amigos?
Em Portugal matou mais de 60.000 portugueses.
Caros leitores, atenção à Covid e às semelhanças que vamos encontrando com a gripe espanhola. Que mais virá por aí? Previnam-se.