No meio de tantos copos brancos médios e translúcidos, havia um azul alto e transparente que nunca ornamentava a mesa. Dizia-se que, apesar de copo, não era o ideal para servir vinho. Permanecia, então, no armário, excluído do canto próprio para copos.
O tempo foi passando e os copos partindo. Até que um dia, faltando um copo na mesa, alguém se lembrou de beber água pelo azul. Na verdade, era diferente, mas o líquido matou a sede…
Sendo já escassos os copos brancos médios e translúcidos, outro alguém teve a brilhante ideia de ir de casa em casa recolher os azuis altos e transparentes, de modo a formar um serviço de copos diferentes, todos iguais.
Depois vieram os vermelhos. Logo a seguir os amarelos. Enfim, um arco-íris de copos.
Até que um dia, no meio de tantos copos multicolores baixos, médios, altos, opacos, translúcidos e transparentes, havia um rachado que nunca ornamentava a mesa. Dizia-se que… tinha deixado de ser copo.
Passara, então, a ser escultura em cada casa.