A União das Freguesias (UF) de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, ocorrida em 2013, devido à reorganização administrativa do território das freguesias, mereceu na altura a contestação da população de Ribeira de Frades. Cerca de oito anos depois, o presidente da UF, Jorge Veloso, considera que não correu mal, apesar dessa avaliação ter que ser feita pela população.
Recorda que Ribeira de Frades lutou contra a união, chegando mesmo a recorrer ao Tribunal, apesar da forte colaboração que havia já entre as duas freguesias. Jorge Veloso diz que a posição contra a união nada tinha a ver com S. Martinho do Bispo, Freguesia com quem sempre manteve uma relação de grande cordialidade e amizade, tanto com as pessoas como com o autarca de então, Antonino Moura Antunes, entretanto falecido em 2017. “Sempre tivemos um intercâmbio e uma colaboração mútua extrema. Isso sempre me levou a pensar que seria uma União de Freguesias que não teria problemas”, frisa.
Considera que “apesar de terem algumas realidades diferentes, são também duas freguesias com muitas semelhanças”, ambas com uma parte mais urbana e outra mais rural e, acima de tudo, “com uma grande qualidade de vida” que as têm tornado cada vez mais atrativas, sendo muitos os casais que, naturais ou de fora, as escolhem para viverem.
As freguesias que não estejam satisfeitas com a agregação vão poder reverter este processo, tendo sido aprovada já a lei-quadro que determina as condições para o fazer, ou seja, terá que ocorrer em iguais condições em que foram agregadas em 2013, não podendo em caso algum dar origem a novas ou diferentes uniões de freguesias.
Na opinião de Jorge Veloso, no caso da UF que lidera, a união “não tem corrido mal” mas remete para a população “essa avaliação”. Diz que se a população desejar reverter essa fusão, que vai ser possível no final de 2022 início de 2023, não será ele, enquanto autarca, a “inviabilizar esse processo”, reafirmando que estará “sempre ao lado das pessoas e daquela que for a sua vontade”.
“A União e a sua aceitação por todos, só poderá não ser aceite em termos partidários. De resto, penso que não há qualquer outro motivo que levaria a que houvesse reversão. Mas, para mim, a opinião das pessoas é importante e se for seu entendimento que Ribeira da Frades deve reverter quando isso for possível não serei eu que inviabilizarei esse processo. Eu estarei sempre ao lado daquela que for a vontade das pessoas, como já fiz, aliás, em 2013, quanto lutámos até ao fim para que não agregasse, fomos até para Tribunal, não porque tivéssemos algo contra S. Martinho do Bispo mas apenas porque não concordávamos com a maneira como estava a ser feita a reforma administrativa”, esclarece.
Junta de S. Martinho do Bispo