“O Despertar” é um dos 35 jornais centenários portugueses que integram a candidatura da Associação Portuguesa da Imprensa (API) a Património Imaterial da Humanidade. Estes jornais, que se publicam de forma ininterrupta há mais de 100 anos, fazem parte do projeto das “Publicações Centenárias Portuguesas”, da responsabilidade da API, e estão reunidos num catálogo que vai ser atualizado este ano, passando a integrar os novos títulos que atingiram também já um século de vida. Para além da atualização deste catálogo, a API prepara-se para lançar ainda um website com informação sobre cada uma destas publicações centenárias.
Recorde-se que estes jornais centenários estiveram já em exposição no Parlamento Europeu, na Assembleia da República, na Universidade de Aveiro, na Madeira, no Porto e noutros locais. Trata-se, como defende a API, de uma mostra itinerante que pretende levar estas publicações a vários pontos do país, nomeadamente às regiões onde estes jornais centenários se encontram.
“Açoriano Oriental” (1835), “A Aurora do Lima” (1855), “Diário de Notícias” (1864), “Diário dos Açores” (1870), “O Mensageiro do Coração de Jesus” (1874), “Diário de Notícias Madeira” (1876), “O Penafidelense” (1878), “Soberania do Povo” (1879), “A Voz do Operário” (1879), “Jornal de Santo Tirso” (1882), “O Jornal de Estarreja” (1883), “O Comércio de Guimarães” (1884), “Maria da Fonte” (1886), “Jornal de Notícias” (1888), “Correio do Ribatejo” (1891), “Correio da Feira” (1897), “Jornal de Abrantes” (1900), “A Comarca de Arganil” (1901), “O Concelho de Estarreja” (1901), “Boletim Salesiano” (1902), “A Guarda” (1904), “Folha de Tondela” (1906), “Cardeal Saraiva” (1910), “Notícias da Covilhã” (1913), “A Ordem” (1913), “João Semana” (1914), “Notícias de Gouveia” (1914), “Folha do Domingo” (1914), “A Crença” (1915), “O Amigo do Povo” (1916), “O Despertar” (1917), “O Dever” (1917), o “O Almonda” (1918), Diário do Minho (1919) e Nova Verdade (1919) são os 35 jornais centenários portugueses. Destes, apenas três são do distrito de Coimbra – A Comarca de Arganil, O Amigo do Povo e O Despertar.
Recorde-se que este grupo de jornais (na altura eram apenas 31) foi reconhecido, em 2017, no dia 25 de abril, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O chefe de Estado condecorou a API com o título de membro honorário da Ordem do Mérito e, perante os representantes dos órgãos de comunicação social centenários, homenageou a coragem, determinação e persistência de todos, manifestando-se “seriamente preocupado com o panorama da imprensa em Portugal”, preocupação que advém não da falta de liberdade, determinação ou criatividade mas “porque as condições objetivas, nomeadamente económicas e financeiras, são cada vez mais limitativas”.