25 de Abril de 2025 | Coimbra
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JOÃO PALMEIRO

“O Despertar” há 105 anos

4 de Março 2022

Há 105 anos, no dia 2 de março de 1917, nascia o jornal “O Despertar”, o mais antigo jornal de Coimbra.

Em 1917 muito se passava no mundo. Em Portugal viviam-se tempos turbulentos. Em Lisboa e nos concelhos vizinhos era declarado estado de sítio por causa das greves constantes; Sidónio Pais chefiou uma revolução, “Dezembrismo”, que o levaria ao poder três dias depois; no dia 5 de março morria Manuel de Arriaga, primeiro presidente da República Portuguesa, em abril as primeiras tropas portuguesas entraram nas trincheiras da 1.ª Guerra Mundial e é morto o primeiro soldado português em combate, António Gonçalves Curado.

Em maio, acontecia a primeira aparição da Virgem Maria aos três pastorinhos, em Fátima.

Em 1917 foram escolhidos os primeiros vencedores do Prémio Pulitzer – 2 na área do Jornalismo, na categoria de reportagem para Herbert Bayard Swope, do New York World, intitulado “Dentro do Império Alemão”, e na categoria Editorial um artigo sobre o primeiro aniversário do naufrágio do navio Lusitania.

E como diria Miguel de Cervantes, “a história é émula do tempo, repositório de factos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro”, também há 105 anos, assistíamos, em março, à Revolução de Fevereiro, que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar a governar, e procurou estabelecer uma república de cunho liberal e, em novembro, a Revolução de Outubro, na qual o Partido Bolchevique, liderado por Lenine, derrubou o governo provisório e impôs o governo socialista soviético.

Foi de toda esta história e muito mais que se fez o primeiro ano de vida d’ “O Despertar”.

“O Despertar” faz parte de uma, já longa, lista de jornais centenários portugueses e, precisamente no ano em que completou 100 anos, foi recebido, no Dia da Liberdade, pelo Presidente da República, juntamente com outras publicações com 100 ou mais anos, no Palácio de Belém.

Ainda no ano do centenário, “O Despertar” integrou a primeira exposição da Associação Portuguesa de Imprensa sobre os jornais centenários portugueses no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Já em 2021, e tendo em vista a importância da Imprensa Regional e dos Jornais Centenários como marcas de confiança, a Associação Portuguesa de Imprensa decidiu instituir e comemorar o Ano da Imprensa Regional. O objetivo foi, e continua a ser, chamar a atenção para a importância dos títulos locais e regionais, os mais frágeis de toda a imprensa, apesar de serem aqueles que estão mais próximos das pessoas e cobrirem a totalidade do país e não apenas as principais cidades portuguesas, com o lema “Todos precisamos da Imprensa Regional”.

Ainda no âmbito das comemorações destes 105 anos d’ “O Despertar”, cabe-nos, como Associação de Imprensa, continuar a apostar na imprensa regional como elemento de democratização da informação, elo de ligação entre os que estão fora e as suas terras de origem, único meio de saber o que acontece localmente, porta privilegiada para o desenvolvimento económico e trocas empresariais e turísticas. Informação de proximidade que deve permanecer como tal, não deixando de inovar, de responder aos desafios e de enfrentar todas as restrições e dificuldades que surgem.

Falar d’ “O Despertar” é sempre recordar Fausto Correia, para não esquecer, nunca, a dedicação à causa da Liberdade de Imprensa.

Termino a desejar as maiores felicidades a todos os diretores, colaboradores, anunciantes e leitores do jornal “O Despertar”.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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