4 de Outubro de 2024 | Coimbra
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SANSÃO COELHO

Mimosas, pouco “mimosas”

5 de Fevereiro 2021

Recordo a minha doce infância na bela vila de Miranda do Corvo que revi, há dias, agradavelmente florida e atrativa, e as incontáveis vezes que atravessei uma Mata junto à Estação da CP plena de acácias (mimosas). Nesta altura do ano era um espetáculo intenso de um amarelo vivo, um festim de fulgência que se estendia mais ou menos da estação até à Urbanização Quinta do Melo e Polidesportivo. Talvez por três ou quatro hectares. É curioso porque, mesmo nessa infância/adolescência, ouvi uma ou outra vez um maldizer das acácias. Felizmente, ao que parece, o progresso habitacional da vila levou a anular a mata das acácias substituindo-a por um belo complexo escolar e desportivo e outras construções. Entretanto, um estudo da Universidade de Coimbra com publicação recente da Green Savers, vem dar-nos a conhecer muito acerca do problema das acácias em vários aspetos. São mesmo um problema! E cito: “As acácias, consideradas umas das espécies invasoras mais agressivas do mundo, podem por em risco a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas ribeirinhos (…)O artigo, publicado na Biological Reviews, indica que estas plantas invasoras que se encontram nas margens dos rios, com outras características diferentes das nativas, podem levar à “alteração das características da matéria orgânica, da quantidade de água e da concentração de nutrientes na água, com consequências nas comunidades e processos aquáticos”, explica Verónica Ferreira, coordenadora da investigação.(…) A especialista sublinha que as “mudanças induzidas pela invasão de espécies fixadoras de azoto em ribeiros podem comprometer vários serviços do ecossistema, como, por exemplo, o fornecimento de água de boa qualidade, hidroeletricidade, atividades de lazer, etc., com consequências sociais e económicas relevantes”.

Também nesta época do ano, em tempos idos, fiz algumas reportagens para a rádio e jornais acerca das ACÁCIAS FLORIDAS na estrada da Beira, em especial entre a encantadora Ceira e a acastelada Lousã. Era, digamos, um percurso turístico, pois há um mar de acácias na margem do rio Ceira que tem como afluentes o Arouce, o Dueça e o Sótão após nascer na Serra do Açor perto da paradisíaca aldeia de PIÓDÃO. Fico agora, efetivamente, preocupado, com a proliferação, por ali e noutros pontos da região e do país, das acácias conhecidas também por mimosas. Eram mimosas na minha infância porque me davam carinho e mimo para brincar… eram muito “mimosas”. Florescem, como sabem, de janeiro a abril. São bonitas, resplandecentes e até se desenvolvem rápido após incêndios, mas será tempo de perguntar aos especialistas O QUE DEVEMOS FAZER E RÁPIDO ÀS MIMOSAS? – CONCORDAM LEITORES?

Uma Coimbra florida e limpa

As árvores e as flores embelezam os nossos horizontes e congratulo-me com os belos Jardins, Matas e Espaços Verdes da cidade de Coimbra. Mas venho pedir mais: há zonas da cidade que merecem MAIS FLOREIRAS e outros espaços que devem ser preenchidos com várias flores e de forma mais significativa com Roseiras e Rosas ligadas à vida da Rainha Santa, padroeira da cidade e que são, afinal, um forte emblema de Coimbra.

Uma cidade mais florida, muito mais florida, para a qual os próprios habitantes podiam e deviam contribuir com vasos e flores nas janelas e nas varandas.

Uma cidade mais florida e sempre limpa está nas nossas mãos. Nas minhas e nas suas. Todos somos chamados a ter uma Coimbra limpa e florida. ENCANTADORA.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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