Do outro lado do oceano, mais propriamente do Brasil, chegou a Portugal, em ano de pandemia, Andrews Oliveira, que dois anos depois, em 2022, decidiu abrir um negócio na Rua Direita, em plena Baixa de Coimbra.

Mercado e Café Território Brasil é o nome do espaço que transporta o sabor do que melhor se faz naquele país a nível gastronómico e transmite os ritmos quentes através de um atendimento de qualidade e simpatia. Mas, é sobretudo o reflexo de ter por perto um cantinho que se traduz em saudade para os milhares de brasileiros que se encontram instalados na cidade.

Aqui é possível encontrar tudo o que é confecionado no Brasil, desde cuscuz, tapioca, picanha, açaí, doce de leite, entre tantas outras iguarias, e o melhor é que tem um bocadinho de cada canto do país. “Escolhemos os produtos essenciais brasileiros que mais vendem e colocamos aqui um pouquinho de cada parte do Brasil. Temos comida típica de São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Fortaleza, do Sul…”, começou por explicar o proprietário Andrews Oliveira.

Para além destas, outras especiarias também estão presentes neste Mercado e são feitas na hora. A famosa feijoada brasileira, as coxinhas, queijo coalho, brigadeiros, bebida de coco, entre outras, tudo é preparado na hora e pode ser consumido na esplanada do estabelecimento ou, se preferir, levar para casa. O espaço tem a parte de café/restaurante, com mesas na parte de fora, para que as pessoas possam sentar e desfrutar de um tempo de descanso e de matar saudades do seu cantinho. “Temos estas duas vertentes, do mercado e do restaurante, onde uma coisa puxa a outra e tem corrido bem”, refere.

Espaço foi escolhido a pensar no futuro

Com alguma experiência já na área, Andrews Oliveira procurou em Coimbra um local para se instalar que tivesse uma boa percepção futura. Com as mudanças que a cidade está a sofrer a nível de infraestruturas e acessos, e tendo em conta o futuro MetroBus, o empresário viu na Rua Direita o espaço ideal para apostar. “Achei o local interessante por conta da nova estação do metro, da grande circulação que vai haver, e estamos esperançosos por isso. Investi aqui sempre esperando pelo futuro próximo”, contou.

Andrews Oliveira afirma que quando viu o local e lhe falaram do projeto que se estava a desenvolver, que hoje (um ano e 10 meses depois) está numa fase mais avançada, ficou expectante. “Acredito que me dará retorno quando ficar tudo pronto”.

O estabelecimento está situado em frente à nova estação de metro e muito perto da Loja do Cidadão de Coimbra que são pontos fundamentais para o sucesso do negócio.

Por enquanto, o estabelecimento tem tido sucesso e segundo o proprietário metade da sua clientela corresponde ao povo português. “Por incrível que pareça nós temos 50% de clientes portugueses, eles gostam dos nossos produtos, gostam da nossa culinária”, enfatizou. Contudo, as obras também têm afastado as pessoas de circularem, mas Andrews Oliveira espera que brevemente isso mude. “Olhando para o comércio português, conimbricense em geral, tem sido bom, mas esperamos mais, com as obras aqui tem dado uma queda na clientela porque as pessoas não gostam de passar na rua que está cheia de obras, mas nós esperamos uma melhoria para que isto venha a ser um ponto de encontro, digamos assim”, reforçou.

Rua Direita tem sido esquecida

Com vida estabilizada em Coimbra e perfeitamente adaptado a Portugal, Andrews Oliveira já se sente um bocadinho conimbricense e mostra-se muito satisfeito por viver na cidade, tendo já criado laços afetuosos. “Sinto-me totalmente acolhido. Tenho amizade com os comércios portugueses e é tudo muito tranquilo e bom”.

Apesar de estar contente com o local onde instalou o Mercado e Café Território Brasil, admite que a imagem que tem passado daquela rua não tem sido a melhor. Embora as obras façam parte do processo de melhoramento, questiona, muitas vezes, quando terminam as mesmas e afirma que ninguém lhe sabe responder à questão, criando uma certa ansiedade para que a normalidade a nível de movimento seja restabelecida. “Aqui nesta rua tem uma grande circulação de pessoas e vai passar a ter mais assim que abrir a obra”, revigorou.

Porém, esse não tem sido o maior problema. “Às vezes sentimo-nos abandonados nesta rua”, disse, justificando para o descuido a nível de higiene. “É lixo constante na rua, há minha porta muitas vezes jogam lixa para ali e não vêm tirar. A limpeza e a segurança deviam ser mais cuidadas”, sublinhou. Andrews Oliveira referiu ainda que o facto de haver um Centro de Reabilitação naquela rua pode causar um sentimento de insegurança, porque acaba por “passar muita gente que assusta”. Ainda assim, o proprietário acredita num futuro próspero. “Estamos sempre à espera do melhor”.