16 de Outubro de 2024 | Coimbra
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Jovens artistas de Coimbra projetam-se a nível nacional

22 de Abril 2022

São dois jovens de Coimbra e têm algo em comum, a paixão pelo mundo artístico. Beatriz Rosário, de 23 anos, é fadista e recentemente esgotou a sala do Capitólio, em Lisboa, com a apresentação do seu mais recente projeto “EP Rosário”. Diogo Carvalho, de 29 anos, apresentou em dezembro de 2021, o espetáculo “Amália, Dona de Si”, que vai estar em cena a 29 de janeiro de 2023, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Nascida em Coimbra, Beatriz Rosário é licenciada em Economia, mas é a música a sua grande paixão, mais especificamente o Fado.

“Tudo começou com a minha avó, que gostava muito de Fado e quando era criança ouvia Amália Rodrigues, através de cassetes e apaixonei-me pela voz dela e pelo mundo do Fado”, contou a artista, que é fadista quase desde o berço.

Em 2019, mudou-se para Lisboa para seguir o sonho de ter uma carreira musical e o que é certo é que com apenas 23 anos, a jovem já lançou cinco músicas, que integram o seu projeto, “EP Rosário”. Um trabalho feito em conjunto com dois artistas bem conhecidos, Agir e Ivo Lucas, e que foi apresentado a 7 de abril no Capitólio, em Lisboa.

“Foi uma sensação incrível e um momento muito bonito e que me marcou”, refere Beatriz Rosário, mencionando com entusiasmo que “esgotou a sala”, com 400 pessoas a assistir à apresentação, que também contou com a participação especial do cantor Kasha, elemento dos DAMA.

O seu primeiro tema, “Ficamos por aqui”, que fala sobre um relacionamento, “fez imenso furor”. “Passou em várias rádios, tendo chegado a estar cerca de nove semanas em primeiro lugar na RFM”, destacou a artista.

Após o sucesso da música “de estreia”, Beatriz Rosário continuou a mostrar o seu talento. Alguns meses depois já tinha os temas “Obras de Deus”, “Morfina” e “Fevereiro” nos ouvidos do público e, mais recentemente, lançou “O que é feito de ti”, que também já está a passar em várias rádios.

“Todas as músicas falam da minha vida”, disse a artista, que além de reforçar o seu amor incondicional pelo Fado, gosta “de passar mensagens às pessoas e acredito que é essa a minha missão, a de cantar para as pessoas e transmitir-lhes algo bom”.

Beatriz Rosário assume o seu estilo musical como “uma mistura de fado com música eletrónica, pop e sons urbanos”.

“Aos fins de semana ia para Lisboa e fazia questão de estar em Casas de Fado, conviver com outros músicos, mas sempre tive o “bichinho” de querer experimentar outras coisas além do Fado”, explicou.

A artista teve sempre ligação com a música. Teve aulas de piano, “ballet” e chegou a integrar um coro. A primeira vez que frequentou uma Casa de Fado, com cerca de 15 anos, foi o “Senhor Vinho” da Maria da Fé, uma fadista de renome. “Foi aí que comecei a cantar os meus primeiros fados”, recordou, ao fazer uma “viagem” por alguns dos festivais onde atuou, como no Cais d’ Alfama, Cais da Ribeira, no Convento de São Francisco e até além-fronteiras, como na Itália.

A jovem conimbricense, que no final deste mês prepara-se para lançar um novo tema, “Tarde Demais”, com o cantor Kasha, afirma que quer continuar a fazer música e a pisar muitos palcos.

 

Diogo Carvalho apresenta “Amália, Dona de Si”

“Quando se é artista, nunca temos um lugar cativo”, começou por sublinhar o ator e produtor, natural de Coimbra, Diogo Carvalho. Para o jovem, de 29 anos, o sonho começou no centenário Café Santa Cruz, situado na Baixa de Coimbra, mas a sua paixão pelo teatro surgiu muito cedo.

“Costumava acompanhar a minha avó nas excursões e pela primeira vez, com nove anos, fui ao Teatro Politeama do Filipe La Feria e quando o espetáculo começou veio a magia, a ansiedade e a vontade de estar ali”, referiu.

Diogo Carvalho confessou que “nunca tinha pensado em ser ator”. “Quis ser arquiteto, advogado e professor e cheguei a estudar Design de Interiores e Exteriores, mas percebi que aquilo não era para mim”, explicou.

A verdade é que a decisão de descobrir o mundo do teatro, tendo frequentado diversos cursos e formações da área artística, acabou por mudar o rumo da sua vida profissional.

“Tudo começou, porque me mostrei à cidade e isso foi muito bom, pois começaram a surgir convites”, contou o artista ao recordar que, com apenas 22 anos, desenvolveu, no âmbito do seu estágio, o projeto “Palco de Histórias, Palco de Vidas”, no Café Santa Cruz, em Coimbra.

A partir daí, Diogo Carvalho começou a somar pontos na área artística e nunca mais parou. Integra o projeto da Imprensa Nacional Casa da Moeda, “em que pego na coleção de livros “Grandes Vidas Portuguesas, Portugal de ontem, de hoje e de sempre”, e vou às escolas dramatizar, vestindo-me na pele das personagens”.

Quando frequentou o Conservatório de Música de Coimbra, onde estudou canto, no primeiro ano concorreu ao concurso nacional de canto e ganhou. “Foi aí que percebi que aquilo era o reconhecimento do meu trabalho”, disse.

“Nunca dei valor a mim próprio, pois as coisas surgiam e acreditava que era apenas por sorte, mas comecei a entender que não era só isso, mas sim graças ao percurso que fui construindo”, frisou de sorriso rasgado.

Passou ainda por muitos outros projetos ligados à música e ao teatro, mas foi com 28 anos que realizou o “sonho de menino”, a apresentação do espetáculo “Amália, Dona de Si”.

“Desde os 14 anos que queria realizar este sonho, pois acho a Amália muito teatral pela maneira de falar, pela postura em palco e que se destacou pela voz e por toda a carga emocional que transmitia com as suas canções, pelo que queria honrar e homenagear a artista, de quem eu sou incondicionalmente fã”, salientou.

A 01 de dezembro de 2021, Diogo Carvalho estreia o seu musical, que retrata a vida de Amália Rodrigues, no Centro de Artes do Espetáculo da Figueira da Foz.

“Foi um processo duro e chorei muito até alcançar o sucesso, chegando mesmo a pensar que não ia conseguir, mas acreditei que ia chegar lá e consegui”, desabafou o produtor.

Diogo Carvalho revelou ao “Despertar” que o espetáculo “Amália, Dona de Si” vai estar a 29 de janeiro de 2023, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

“É um palco por onde passam os maiores artistas nacionais e internacionais, pelo que é o realizar de um sonho”, afirmou o produtor, anunciando que brevemente vão abrir audições para bailarinos profissionais e os bilhetes já se encontram disponíveis.

Atualmente, o jovem encontra-se a trabalhar com o Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho de Montemor-o-Velho (CTEC) como encenador da peça “Jorge retorna a Montemor”, que vai estar em cena nos dias 29 e 30 de abril, às 21h30, e a 1 de maio, às 17h, no Teatro Esther de Carvalho, em Montemor-o-Velho.

O produtor é ainda membro da direção da Associação Cultural e Teatral – ADN de Palco que produz musicais, onde também é ator e interpreta a personagem de um leão no espetáculo “Oz”.

Diogo Carvalho integrou recentemente também a ópera cómica, “O Elixir do Amor”, no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa, e encontra-se também a trabalhar com a AtrapalhArte de Coimbra, com a comédia musical “Velhos são os Trapos”, “que está a ter um sucesso enorme, com uma grande projeção nacional e já com vários espetáculos agendados”.

O jovem conimbricense tem como ambição pisar o palco do Teatro Politeama de Felipe La Feria e continuar a fazer musicais, “que é o que me faz feliz”.  “Também adorava ter um cargo na política na área da cultura, como ministro da cultura, vereador, diretor artístico de um teatro ou algo do género”, concluiu entre risos.

 

 

 


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