Nasceu neste dia, em 1929, o eterno cantor de Coimbra Dr. JOSÉ AFONSO, o cantor da Liberdade e, provavelmente, o nome mais importante da música portuguesa, a par de Amália, nas últimas décadas. ZECA partiu sem ter o reconhecimento que lhe era devido. Sabemos, no entanto, o quanto ZECA AFONSO era avesso a homenagens. Recebeu com algum pudor a CHAVE DA CIDADE de COIMBRA que lhe foi entregue em memorável jornada no JARDIM DA SEREIA. “Volta sempre, a Casa é tua” – afirmou, emblemática e afetivamente, o então presidente da edilidade, Dr. MENDES SILVA. ZECA, já então debilitado, não voltou, mas todos têm a certeza que COIMBRA é e será sempre a CASA DO ZECA AFONSO. O seu álbum “FADOS DE COIMBRA E OUTRAS CANÇÕES”, veio explicar-nos o quanto é importante, por singular – e por isso será imperdível -, o FADO DE COIMBRA e também outras canções que gravitam à volta deste: a tal música de matriz coimbrã como dizia o médico-cantor LUÍS GÓIS e repete, em fervor de admiração, o consagrado cantor e historiador da musicalidade coimbrã, Dr. JORGE CRAVO. Importa sugerir ao Município de Coimbra que urge erigir dois bustos de ZECA AFONSO a colocar, um perto da entrada do Choupal; e outro na área da Lapa dos Esteios. Reconheceremos, assim, com SAUDADES DE COIMBRA e do CHOUPAL ATÉ À LAPA a grandiosidade de José Afonso, Cantautor, Cidadão de Vanguardas, nome épico do Fado e da Canção de Coimbra. Aveiro, no jardim quase em frente ao Hospital tem um azulejo dedicado a Zeca cuja foto podem ver. Com o máximo respeito considero pouco.
Louzã Henriques
Há muitos anos, e com a finalidade de produzir um documentário acerca do FADO DE COIMBRA, suas origens e evolução, pedi ao médico e etnólogo DR. LOUZÃ HENRIQUES para me dar a sua versão como Homem de Cultura e de vasto conhecimento desta área musical e de muitas outras. O Dr. LOUZÃ HENRIQUES recebeu-me durante três tardes no seu escritório, em sua casa, onde fiquei com os olhos pendurados numa mesa gigante onde tinha tudo à mão. Mais preso fiquei, contudo, à sua notável bagagem cultural e à forma como discorreu acerca do tema com digressões imperdíveis que legendavam a evolução deste tão nosso e tão querido género musical sempre mergulhando no “húmus” o que lhe era uma palavra querida, um termo que ao representar a matéria orgânica depositada no solo parecia ligá-lo umbilicalmente à terra… ao etnólogo de afetos. De cigarro em cigarro que consumia tal como a fluência da palavra, assisti a três eméritas LIÇÕES que jamais esquecerei e, a partir desse momento, fiquei um fascinado admirador pelo Homem de Cultura, de palavra grave e luzidia, que foi o Dr. LOUZÃ HENRIQUES. Neste jornal, dei em tempos testemunho desta minha incontida admiração por LOUZÃ HENRIQUES. A sua morte, neste início de semana, representa uma grande perda para a cidade e para o nosso país. Eis mais um nome incontornável da nossa Cultura que é fundamental preservar. Os mais jovens precisam de conhecer a vida e obra de LOUZÃ HENRIQUES. Enorme. O que fazer para perpetuar tão brilhante Cidadão e vulto cultural?
Manuel de Lemos
O meu dinâmico amigo e antigo colega no D. João III, Dr. MANUEL DE LEMOS, é notável a defender, divulgar e prestigiar as MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS. Há vários anos que nesta fileira Social e Solidária o seu papel tem sido relevante e sempre a fazer a ponte com as mais diversas sensibilidades governativas. Logo na adolescência revelou-se como um aluno brilhante e talentoso capaz dos maiores feitos. Na cidade do Porto ganhou uma áurea justíssima e, pelo país, e em concreto nas Misericórdias e Instituições de cariz social e solidário, a sua presença e a sua palavra têm sido uma espécie de “lei fundamental e admiração generalizada”. A nível mundial, o Dr. MANUEL DE LEMOS preside à CONFEDERAÇÃO INTERNACIONAL DAS MISERICÓRDIAS. É um orgulho para Coimbra o desempenho prestigiante de MANUEL DE LEMOS o que prazenteiramente assinalamos quando há dias Secretariados Regionais, entre os quais o de Coimbra, exultaram em seu apoio para que faça mais um mandato à frente da UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS.